9.22.2013

Homens armados abrem fogo dentro de shopping de Nairóbi

  • O número de mortos divulgado pelo governo é de 39; e outras 150 pessoas ficaram feridas
  • Radicais islâmicos assumem a autoria do ataque
  • Cinco reféns já foram soltos
O GLOBO 
Com agências internacionais

NAIRÓBI - Homens armados invadiram um shopping de luxo em Nairóbi, capital do Quênia, e começaram um tiroteio na manhã deste sábado, deixando ao menos 39 mortos e mais de 150 feridos. Autoridades alertaram que o número de vítimas pode aumentar, pois somente os corpos da entrada e do primeiro andar foram recuperados. Um dos atiradores, que foi baleado, foi detido ao tentar fugir em meio aos feridos. Ele foi levado a um hospital local e teria morrido, segundo fontes. O grupo radical islâmico al-Shabaab, que atua na Somália, assumiu a autoria do ataque, enquanto autoridades tentam libertar pessoas mantidas como reféns. Segundo o governo, cinco dos cerca de 30 sequestrados já foram libertados.
Em pronunciamento à nação, o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, lamentou que a tragédia e contou que também perdeu parentes próximos no ataque. Ele também prometeu que as forças de segurança vão punir os responsáveis pelo massacre, fazendo um apelo para que os quenianos superem o trauma.
- Com toda a nação, eu estou ao lado das famílias dos que perderam suas vidas e ofereço as minhas mais profundas condolências. Eu sei o que você estão sentindo, pois pessoalmente também perdi parentes muito próximos. - Os perpetradores desprezíveis desse ato covarde queriam intimidar, dividir e causar desalento entre os quenianos. Mas já superamos ataques terroristas antes. Vamos derrotá-los de novo.
O grupo militante somali a-Shabaab, ligado à al-Qaeda, já havia ameaçado atacar o shopping Westgate, frequentado por estrangeiros e quenianos ricos e popular entre a comunidade de expatriados da cidade. Enquanto policiais cercam a área e tentam libertar cerca de 30 reféns, segundo fontes da CNN, a página oficial dos extremistas no Twitter confirmou que ainda há radicais dentro do centro comercial e comemora a ação.
“Dez horas se passaram e os mujahideens (soldados do Islã) continuam firmes dentro do shopping Westgate e ainda dominam o território. Todos os louvores a Alá!”, dizia um post antes do perfil ser retirado do ar.
Muita vítimas tinham vários ferimentos leves, aparentemente causados por detritos ou tiros de raspão. Outros feridos saíram andando, alguns com roupas ensanguentadas e e em carrinhos de compras improvisados como macas. O governo fez um apelo por doações de sangue, recebidas pelo braço da Cruz Vermelha no país.
Testemunhas contam que viram entre cinco e dez homens armados atacarem o centro comercial e afirmam que o incidente aparentava ser um ataque, não um roubo.
- Eles não parecem ser ladrões. Isso não é um assalto - afirmou Yukeh Mannasseh, que estava no andar de cima do shopping quando o tiroteio começou. - Os guardas que os viram disseram que eles atiravam aleatoriamente.
Rob Vandijk, que trabalha na embaixada holandesa, disse que estava comendo em um restaurante dentro do centro comercial quando os atacantes lançaram granadas no prédio. A polícia isolou as ruas em torno do shopping, que fica no bairro central Westlands. No Twitter, o Ministério do Interior pediu cautela.
“Nós pedimos aos quenianos que fiquem longe do shopping Westgate, estradas adjacentes e seus arredores até nova ordem”, afirmou a nota.

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