MP convoca Rodrigo Bethlem e vice-prefeito para depor sobre caso
Deputado foi acusado de fazer 'caixa 2', com dinheiro de campanha financiado por Jacob Barata
Rio - A promotora Glaucia Santana, da 5ª
Promotoria de Tutela Coletiva do Ministério Público, vai convocar o
deputado feral Rodrigo Bethlem e o vice-prefeito do Rio, Adilson Pires,
para prestar depoimento sobre a investigação que tramita no órgão, desde
o ano passado, a respeito de um dos contratos da prefeitura com a
Tesloo. Adilson, que também é secretário de Desenvolvimento Social —
antiga pasta de Bethlem — será convocado para apresentar os outros cinco
contratos da ONG com a secretaria.
“Já fiz três ofícios à prefeitura solicitando os documentos e não obtive resposta”, criticou a promotora. Já Rodrigo terá que esclarecer detalhes da conversa que teve com sua ex-mulher, em que declarava ter recebido propina da Tesloo.
Depois de acusar o ex-marido, o deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB) de desviar recursos de contratos da prefeitura, a empresária Vanessa Felippe fez nova denúncia que complica ainda mais a situação do parlamentar. Segundo gravações obtidas pela revista ‘Época’, Bethlem teria mantido ‘caixa 2’ com dinheiro do ‘Rei do Ônibus’, como é conhecido o empresário Jacob Barata, para financiar sua campanha política.
Tesloo não devolve verba
A prefeitura iniciou ontem a auditoria especial em todos os contratos firmados à época em que Bethlem ocupou cargos no município. Um dos convênios, de 2011 com a ONG Tesloo, para a implantação do Cadastro Único de Programas Sociais, a prefeitura efetuou um pagamento a mais do que deveria. Em 2012, foi solicitada a devolução de mais de R$ 800 mil à Secretaria de Desenvolvimento Social porque a Tesloo não teria alcançado as metas do contrato, já que a ONG realizou apenas o cadastramento de 221.039 famílias das 408.207 previstas. Na ocasião, a Tesloo discordou do município e não devolveu o dinheiro.
“Já fiz três ofícios à prefeitura solicitando os documentos e não obtive resposta”, criticou a promotora. Já Rodrigo terá que esclarecer detalhes da conversa que teve com sua ex-mulher, em que declarava ter recebido propina da Tesloo.
Na investigação do MP, o terceiro
termo aditivo do convênio referente ao programa de atenção especializada
a criança e adolescente usuário de crack, celebrado em 2011, é o que
mais chama a atenção da Promotoria. Na época, Bethlem duplicou a verba
do convênio, com acréscimo de mais de R$ 3 milhões, totalizando R$ 7.556
milhões, justificando-o como aumento de mais 160 vagas. Nesse termo, o
ex-secretário também modificou a forma de pagamento de trimestral para
mensal.
Na ocasião, a Procuradoria-Geral do
Município sugeriu que houvesse autorização do prefeito para um novo
termo, mas o ex-secretário ignorou e assumiu o novo contrato. “O termo
aditivo já era ilegal porque fere a Lei 8.666, em que apenas é
autorizado o aumento de 25% do convênio”, explicou Glaucia.
Ex-mulher denuncia 'caixa 2'
Depois de acusar o ex-marido, o deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB) de desviar recursos de contratos da prefeitura, a empresária Vanessa Felippe fez nova denúncia que complica ainda mais a situação do parlamentar. Segundo gravações obtidas pela revista ‘Época’, Bethlem teria mantido ‘caixa 2’ com dinheiro do ‘Rei do Ônibus’, como é conhecido o empresário Jacob Barata, para financiar sua campanha política.
Em troca, ele admite em conversa
gravada pela ex-mulher e entregue à ‘Época’ que atrasou sessões e
retirou projetos de votação, quando era vereador, entre 2001 e 2004,
para beneficiar empresas de ônibus. Em nota, o empresário disse que
nunca fez contribuição pessoal ou institucional para o deputado.
Em um trecho da discussão, gravada em
2011, entre o casal que estava acertando detalhes do divórcio, Vanessa
diz que ajudou a levantar dinheiro para a campanha do então marido: “Eu
te ajudei com dinheiro, em todas elas (campanhas). Fosse através do
Jacob, fosse através do meu pai”, disse, se referindo ao presidente da
Câmara de Vereadores do Rio, Jorge Felippe (PMDB).
O ex-secretário de Ordem Pública não
nega as declarações de Vanessa e acrescenta que serviu aos interesses do
empresário.“Eu fui muito útil pra esse cara na Câmara. Não foi pouco
não, muito. Eu derrubei sessão, eu tirei projeto...”, confessou Bethlem.
Ainda segundo ‘Época’, a empresária entregou anotações à revista que
seriam de doadores de campanha. Em um dos papéis, consta a menção a ‘40
ônibus’ e ‘200 Jaco’, que seriam de contribuições do empresário à
campanha de Bethlem.
Ao ser questionado sobre as acusações
de Vanessa, o deputado afirmou que defendeu projetos na Câmara
Municipal que “avaliava como certos”, sem privilegiar o ‘Rei do Ônibus’.
Bethlem apresentou atestados para provar que a ex-mulher sofre de
problemas psiquiátricos. Ontem, o deputado era esperado em um evento do
Conselho Regional de Serviço Social e não apareceu.
A repercussão em torno das outras gravações
divulgadas por Vanessa, em que Bethlem confessa ter recebido propina da
ONG Tesloo, enquanto era secretário de Desenvolvimento Social, ganhou
novo capítulo ontem. O vereador Jefferson Moura (Psol) entrará com
denúncia esta semana no Ministério Público Federal, sobre contratos de
Bethlem com a ONG. Já o deputado federal Chico Alencar (Psol) denunciará
o ex-secretário à Corregedoria da Câmara dos Deputados por quebra de
decoro parlamentar.Tesloo não devolve verba
A prefeitura iniciou ontem a auditoria especial em todos os contratos firmados à época em que Bethlem ocupou cargos no município. Um dos convênios, de 2011 com a ONG Tesloo, para a implantação do Cadastro Único de Programas Sociais, a prefeitura efetuou um pagamento a mais do que deveria. Em 2012, foi solicitada a devolução de mais de R$ 800 mil à Secretaria de Desenvolvimento Social porque a Tesloo não teria alcançado as metas do contrato, já que a ONG realizou apenas o cadastramento de 221.039 famílias das 408.207 previstas. Na ocasião, a Tesloo discordou do município e não devolveu o dinheiro.
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