Procurador pediu que TJ julgue o caso em 48 horas
Rio - O procurador do Ministério Público
Riscalla Abdnur entrou com recurso na Justiça, nesta terça-feira pedindo
ao desembargador Siro Darlan que reconsidere a decisão de manter em
liberdade os 21 ativistas acusados de formação de quadrilha e
participação em protestos violentos que foram capturados no dia 12 de
julho na Operação Firewall 2 e libertados no dia 23 por decisão de
Darlan.
Entre os ativistas acusados estão Eliza Quadros Sanzi, a Sininho, Igor D'Icarahy e a professora de filosofia Camila Jordain. Continuam presos Fábio Raposo e Caio Silva de Souza, acusados da morte do repórter cinematográfico Santiago Andrade, durante confronto entre manifestantes e policiais na Central do Brasil.
O procurador do MP pediu também que a 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgue o caso em 48 horas, conforme determina a lei. Isto porque a decisão de Siro Darlan depende da chancela dos outros dois desembargadores que compõem a câmara e julgam o mérito da questão.
De acordo com o inquérito da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), a rede social só repassou dados incompletos e não atendeu às requisições. O primeiro contato dos investigadores, segundo consta no documento policial, ocorreu no dia 27 de maio deste ano e pedia à empresa que fornecesse dados cadastrais, logins e senhas de acesso aos perfis dos ativistas, além das identidades dos criadores de comunidades e grupos considerados suspeitos pela polícia.
LEIA MAIS: Darlan sobre habeas corpus: 'O que justifica manter pessoas presas?'
Questionado sobre a resistência da rede social, o promotor responsável pelo caso, Luis Otávio, afirmou, via assessoria de imprensa, que “foi requerido que judicialmente ela entregue os documentos” restantes. “Caso se negue novamente, será aplicada multa”, garantiu.
Nos requerimentos enviados à empresa, que tem sede nos Estados Unidos, a Polícia Civil informa ter cumprido todas as determinações legais acordadas entre os países, sendo, ainda assim, ignorado. Procurado, o Facebook não respondeu até o fechamento desta edição.
Desde o início da chamada ‘Primavera Árabe’, em dezembro de 2010, na Tunísia, a rede social tem sido usada por manifestantes de todo o mundo como espaço de encontro virtual e articulação de protestos. No Brasil, foi a rede social que convocou as mais de 300 mil pessoas para a marcha que ocupou a Avenida Presidente Vargas, em 20 de junho de 2013. As investigações a cargo da DRCI culmiraram na denúncia do Ministério Público Estadual no dia 18 de julho contra 23 ativistas, por atos de violência em protestos e associação criminosa.
‘Barreira’ teria sido ordem de advogado
A tentativa de impedir que jornalistas fizessem imagens dos ativistas libertados na última quinta-feira do Complexo Penitenciário de Gericinó foi determinação de um advogado, afirmou o cinegrafista Tiago Caetano, que presta serviço ao SBT.
Entre os ativistas acusados estão Eliza Quadros Sanzi, a Sininho, Igor D'Icarahy e a professora de filosofia Camila Jordain. Continuam presos Fábio Raposo e Caio Silva de Souza, acusados da morte do repórter cinematográfico Santiago Andrade, durante confronto entre manifestantes e policiais na Central do Brasil.
O procurador do MP pediu também que a 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgue o caso em 48 horas, conforme determina a lei. Isto porque a decisão de Siro Darlan depende da chancela dos outros dois desembargadores que compõem a câmara e julgam o mérito da questão.
Facebook não forneceu dados para investigação
Principal meio de divulgação e articulação dos
protestos, desde junho de 2013, o Facebook não entregou informações de
seus usuários à Polícia Civil, que investigava ativistas por atos de
violência e depredação de patrimônio público e privado durante os atos
ocorridos desde então. O juiz da 27ª Vara Criminal, Flávio Itabaiana,
expedira a autorização para a quebra de sigilo, entretanto, não foi
atendido.De acordo com o inquérito da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), a rede social só repassou dados incompletos e não atendeu às requisições. O primeiro contato dos investigadores, segundo consta no documento policial, ocorreu no dia 27 de maio deste ano e pedia à empresa que fornecesse dados cadastrais, logins e senhas de acesso aos perfis dos ativistas, além das identidades dos criadores de comunidades e grupos considerados suspeitos pela polícia.
Só após 40 dias e oito pedidos
formais, “a empresa respondeu à determinação judicial (...) de maneira
parcial” no dia 9 de julho, de acordo com o documento. Ainda assim,
informa, porque foi ameaçada de ser retirada do ar em 48 horas a partir
da notificação caso não houvesse resposta. No dia 14 de julho, o
documento foi concluído, sem que as requisições fossem atendidas.
O desprezo do Facebook ao pedido de quebra de
sigilo pode ter atrapalhado as investigações, embora a polícia não
confirme, limitando-se a repetir que “o processo foi concluído e
encaminhado à Justiça”. Tanto assim, que o Ministério Público do Rio
requereu, na denúncia apresentada no dia 18 de julho, nova busca e a
apreensão das informações não repassadas pelo site.LEIA MAIS: Darlan sobre habeas corpus: 'O que justifica manter pessoas presas?'
Questionado sobre a resistência da rede social, o promotor responsável pelo caso, Luis Otávio, afirmou, via assessoria de imprensa, que “foi requerido que judicialmente ela entregue os documentos” restantes. “Caso se negue novamente, será aplicada multa”, garantiu.
Nos requerimentos enviados à empresa, que tem sede nos Estados Unidos, a Polícia Civil informa ter cumprido todas as determinações legais acordadas entre os países, sendo, ainda assim, ignorado. Procurado, o Facebook não respondeu até o fechamento desta edição.
Desde o início da chamada ‘Primavera Árabe’, em dezembro de 2010, na Tunísia, a rede social tem sido usada por manifestantes de todo o mundo como espaço de encontro virtual e articulação de protestos. No Brasil, foi a rede social que convocou as mais de 300 mil pessoas para a marcha que ocupou a Avenida Presidente Vargas, em 20 de junho de 2013. As investigações a cargo da DRCI culmiraram na denúncia do Ministério Público Estadual no dia 18 de julho contra 23 ativistas, por atos de violência em protestos e associação criminosa.
‘Barreira’ teria sido ordem de advogado
A tentativa de impedir que jornalistas fizessem imagens dos ativistas libertados na última quinta-feira do Complexo Penitenciário de Gericinó foi determinação de um advogado, afirmou o cinegrafista Tiago Caetano, que presta serviço ao SBT.
“Quando os ativistas saíram, ele
orientou que as pessoas entrassem na frente, para que não fizéssemos
imagens”, afirmou ele, que esteve ontem na 5ª DP (Mem de Sá) prestando
queixa de agressão contra os ativistas. Mancando por causa de torção no
tornozelo sofrida na confusão, Caetano lembrou que foi arrastado e salvo
pelos colegas. Um fotógrafo do DIA
teve o equipamento quebrado.
Coletiva é marcada por acusações
Duas mães de ativistas denunciaram, em
entrevista coletiva no Sindicato dos Jornalistas, que policiais
cometeram abusos, ao cumprir os mandados de prisão contra manifestantes.
Segundo elas, policiais desligaram por duas vezes na semana passada a
energia elétrica de suas casas e as obrigaram a ficar trancadas por
quatro horas, como forma de pressão para que elas entregassem os filhos
foragidos. “Se enganaram comigo, pois uma mãe vira leoa para defender
sua cria”, afirmou uma delas. Em nota, a Polícia Civil disse serem
infundadas as acusações.
Com a presença da ativista Elisa
Quadros, a Sininho, além de outros manifestantes, o encontro,
entretanto, terminou tenso, com a acusação de que a imprensa marginaliza
os movimentos sociais. Eles gritaram palavras de ordem. “A gente sabe
que não é o profissional em si, mas a forma nojenta com que tudo é
manipulado. É a mesma coisa que a polícia em si, quando sai batendo”,
disse Sininho, acompanhada da mãe, Rose Quadros.Com dedo em riste,
Marino D’Icarahy, pai de Igor, ameaçou os repórteres: “Vocês vão nos
pagar.”
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