Atualizado em 29 de julho, 2014 - 08:22 (Brasília) 11:22 GMT
Pelo menos 60 pessoas morreram -
entre elas, possivelmente, funcionários da ONU - em uma das noites de
bombardeio mais pesadas das últimas três semanas na Faixa de Gaza.
A intensificação dos ataques israelenses ocorreu
após o primeiro-ministro de Israel avisar que previa um longo conflito
pela frente.Um porta-voz militar israelense disse que os ataques sinalizaram um "aumento gradual da pressão" sobre o Hamas.
Em um discurso transmitido pela televisão na segunda-feira, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu enfatizou a necessidade de destruir túneis escavados sob a fronteira Gaza-Israel para impedir que integrantes do Hamas cheguem a Israel.
Autoridades palestinas dizem que 1.115 palestinos, a maioria civis, foram mortos nos combates desde 8 de julho, enquanto Israel perdeu 53 soldados e três civis - dois israelenses e um trabalhador tailandês.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou preocupação com o relato de que Israel estaria jogando folhetos para residentes no norte de Gaza, alertando para que saíssem do local.
Ele disse que as agências da ONU não tinham recursos para ajudar esse fluxo adicional de refugiados. Israel diz que emite os alertas para evitar fazer vítimas civis.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou Israel de agir como um "cão raivoso" e pediu que os muçulmanos ajudem a armar os palestinos para lutar contra o que chamou de "genocídio".
'Enterrado sob escombros'
Na madrugada desta terça-feira, forças israelenses atacaram Gaza por ar, mar e terra, iluminando o céu com rajadas luminosas e deixando longas colunas de fumaça sobre a Cidade de Gaza de manhã.Bombas atingiram um tanque de combustível que servia a única estação de energia da região, que foi obrigada a fechar.
Nas últimas três semanas, a maioria dos habitantes de Gaza tem vivido com apenas algumas horas de suprimento de eletricidade. Agora a situação deve piorar, contou o repórter da BBC Martin Patience, de Gaza. A região recebe um pouco de eletricidade também de Israel e do Egito.
A casa do ex-primeiro-ministro do Hamas, Ismail Haniyeh, foi destruída. Ela estava desocupada.
"A destruição de muros não vai quebrar nossa vontade, e vamos continuar resistindo até ganhar a liberdade", disse ele após o bombardeio, segundo um site do Hamas.
Nove outros edifícios foram alvejados. Três mesquitas e quatro fábricas também foram destruídas.
Assim como estações de televisão e rádio do Hamas, foram atacados edifícios governamentais, incluindo o Ministério das Finanças e um complexo do Ministério do Interior.
O porto de Gaza também foi destruído, segundo fontes de segurança palestinas disseram à BBC, e duas escolas e um jardim de infância estavam em chamas após serem atingidos.
De acordo com o Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas 110 pessoas foram mortas - 60 desde a meia-noite, hora local.
Sete famílias foram "eliminadas" durante a noite, disse o ministério.
A ala militar do Hamas disse ter disparado 14 foguetes.
Túneis
Cinco soldados israelenses foram mortos na segunda-feira, quando integrantes do Hamas se infiltraram na fronteira. Um morteiro matou quatro mais cedo e um décimo soldado morreu em um confronto no sul de Gaza, de acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF).O tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz militar israelense, disse à agência de notícias AP nesta terça-feira que a pressão sobre o Hamas estava aumentando.
"Israel está determinado a atacar esta organização e aliviar-nos desta ameaça", afirmou.
Em seu discurso na segunda-feira à noite, Netanyahu disse que Gaza deveria ser desmilitarizada para proteger Israel.
"Nós não vamos concluir a operação sem neutralizar os túneis, que têm o único propósito de destruir os nossos cidadãos, matando nossas crianças", disse ele.
A operação Borda de Proteção começou no dia 8 de julho, após uma onda de ataques de foguetes de militantes.
Um comício em apoio à operação está previsto para terça-feira à noite em Tel Aviv
Ataque deixa única central elétrica de Gaza sem funcionar
Israel ampliou bombardeios após alerta. Mais de 1100 morreram em 21 dias.
Movimentos palestinos dizem estar prontos para trégua de 24 horas
Proposta deve ser feita pela Hamas, diz Israel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário