Informações usadas pela Justiça estão no depoimento de novembro do ano passado, feito no acordo de delação premiada.
Nos pedidos que levaram à nona fase da Operação Lava Jato, o Ministério Público Federal argumentou que havia um imenso esquema criminoso para desviar bilhões da Petrobras. E que foi colocado em prática com a ajuda de intermediários.
Segundo os procuradores, as empreiteiras pagavam propina a então diretores da Petrobras para conseguir os contratos. E para receber o dinheiro sem deixar rastros, os diretores precisavam dos chamados operadores. Eram pessoas ligadas a construtoras que abriam contas no exterior, principalmente na Suíça, e também faziam pagamentos em dinheiro vivo.
Segundo o Ministério Público, um dos operadores era o tesoureiro nacional do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto. Era ele quem viabilizava o repasse de propina à legenda a partir de contratos da Petrobras. A investigação relaciona duas construtoras nas negociações diretas com o PT.
O documento afirma que os então presidentes da OAS, Leo Pinheiro, e da Queiroz Galvão, Idelfonso Collares, tratavam sobre pagamento de propinas diretamente com Joao Vaccari.
Na delação premiada, o ex-gerente executivo da Petrobras, Pedro Barusco, revelou que João Vaccari não era a única pessoa que operava para o PT. Havia também Zwi Skornicki, representante oficial do estaleiro Keppel Fels, entre 2003 e 2013. Ele era responsável pelas transferências bancárias de propina ao PT e a Barusco, em uma conta no Banco Delta, na Suíça.
O Ministério Público acusa os 11 operadores de oito crimes. Entre eles, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e fraude em licitações. O Ministério Público Federal chegou a pedir o bloqueio de contas do tesoureiro do PT, João Vaccari, e dos outros dez operadores. Mas a Justiça negou, alegando que ainda é cedo.
A investigação revelou, ainda, que o operador Zwi Skornicki tinha bens de alto valor em casa, como joias e carros. E que ele também pagou propina ao ex-diretor de serviços Renato Duque, mesmo depois de ele ter saído da Petrobras. Foram US$ 14 milhões.
Desse total, US$ 12 milhões foram transferidos para Suíça e divididos entre Duque e seu então auxiliar, Pedro Barusco. Barusco também revelou na delação premiada que ele e Duque receberam propina em outro caso de corrupção na Petrobras.
O suborno da empresa holandesa SBM em contratos para fornecer plataformas. Barusco confessou que começou a receber propina da SBM em 97 ou 98, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. E que os pagamentos se tornaram sistemáticos no ano 2000, ainda no governo FHC. Barusco disse que recebia, nessa época, de US$ 25 mil a US$ 50 mil por mês.
Mas, na delação, Barusco não esclareceu se o dinheiro recebido naquela época era destinado ao PSDB, partido do então presidente da República, ou a alguma aliança que o apoiava.
A defesa de João Vaccari negou as acusações de que seria um operador no esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. E afirmou que faz parte da atribuição do tesoureiro do PT a solicitação de contribuições à legenda. E que elas, quando feitas, foram todas de forma regular, com as contas prestadas às autoridades competentes.
A defesa de Vaccari negou que ele tenha se recusado a receber a polícia na quinta-feira (5). Disse que ele não ouviu as palmas. E que só escutou a movimentação quando os agentes já tinham pulado o muro da casa dele.
O Partido dos Trabalhadores afirmou que recebe apenas doações legais, declaradas à Justiça Eleitoral.
A Queiroz Galvão afirmou que não comenta investigações em andamento que todos os seus contratos seguem a legislação e que está à disposição das autoridades.
A OAS refutou veementemente as alegações.
Zwi Skornicki não quis se manifestar sobre a reportagem. O Jornal Nacional não conseguiu contato com a empresa Kepell Fels.
A SBM Offshore afirmou que as questões estão sob análise e, por isso, não poderia comentar. Mas alegou que está cooperando com as autoridades brasileiras.
A defesa de Renato Duque afirmou que ele nega todas as acusações e que nunca trabalhou ilicitamente na Petrobras ou fora dela.
O PSDB alegou que a posição do partido é sempre em defesa das investigações da Operação Lava Jato. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está viajando e não foi localizado.
Barusco disse que recebia, nessa época, de US$ 25 mil a US$ 50 mil por mês.
Mas, na delação, Barusco não esclareceu se o dinheiro recebido naquela época era destinado ao PSDB, partido do então presidente da República, ou a alguma aliança que o apoiava.
A defesa de João Vaccari negou as acusações de que seria um operador no esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. E afirmou que faz parte da atribuição do tesoureiro do PT a solicitação de contribuições à legenda. E que elas, quando feitas, foram todas de forma regular, com as contas prestadas às autoridades competentes.
A defesa de Vaccari negou que ele tenha se recusado a receber a polícia na quinta-feira (5). Disse que ele não ouviu as palmas. E que só escutou a movimentação quando os agentes já tinham pulado o muro da casa dele.
O Partido dos Trabalhadores afirmou que recebe apenas doações legais, declaradas à Justiça Eleitoral.
A Queiroz Galvão afirmou que não comenta investigações em andamento que todos os seus contratos seguem a legislação e que está à disposição das autoridades.
A OAS refutou veementemente as alegações.
Zwi Skornicki não quis se manifestar sobre a reportagem. O Jornal Nacional não conseguiu contato com a empresa Kepell Fels.
A SBM Offshore afirmou que as questões estão sob análise e, por isso, não poderia comentar. Mas alegou que está cooperando com as autoridades brasileiras.
A defesa de Renato Duque afirmou que ele nega todas as acusações e que nunca trabalhou ilicitamente na Petrobras ou fora dela.
O PSDB alegou que a posição do partido é sempre em defesa das investigações da Operação Lava Jato. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está viajando e não foi localizado.
O segredo do caixa 2 de FHC
Morrem com Andrade Vieira os detalhes da campanha do ex-presidente tucano
Rodrigo Trevisan
A morte, no domingo 1°, do ex-ministro e
ex-senador José Eduardo Andrade Vieira, aos 76 anos, por causa de uma
parada cardíaca, mantém na penumbra alguns episódios importantes da
política e da economia na década de 1990.
Em 2000, o titular da Agricultura entre 1995 e 1996
revelou detalhes do caixa de campanha de Fernando Henrique, alimentado
com significativo volume de aportes em espécie feitos por empresas e
indivíduos para driblar a identificação dos doadores à Justiça
Eleitoral.
O ex-presidente acompanhava minuciosamente a
arrecadação e cerca de 100 milhões de reais nunca apareceram na
contabilidade oficial da campanha, declarou Andrade Vieira ao Ministério
Público.
Ele participou ativamente do esquema de arrecadação e
isso, provavelmente, aumentou o seu ressentimento em relação a FHC
quando o Banco Central, em 1997, liquidou o Bamerindus, uma das maiores
instituições financeiras do País, controlado por sua família. Atribuiu a
intervenção do BC às preocupações do tucano em relação às suas ambições
políticas.
Em 1994, o ex-banqueiro tentou lançar-se candidato à
Presidência, nas eleições vencidas por FHC. O Bamerindus, desmembrado
pelo BC, foi adquirido parcialmente pelo HSBC.
O negócio, facilitado pela intervenção, foi ruim
para a família Andrade Vieira, controladora da instituição, e não
pareceu bom para Brasil. Em 2008, o lucro das operações locais do HSBC,
devidamente remetido à matriz, foi o quarto maior no mundo, atrás de
Hong Kong, China e Reino Unido
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