Religiosos alegam que grupo desrepeitou princípios do Islã ao queimar refém vivo. Ue? Será que tinham que queimá-lo depois de morto?
Um dos mais revoltados com a execução
do jordaniano é Ahmed al-Tayeb, um dos principais líderes religiosos
sunitas do Egito. Ontem, ele pediu aos fiéis do profeta Maomé que
persigam e crucifiquem todos os membros do Estado Islâmico que puderem
capturar.
Ahmed al-Tayeb chamou os membros do
grupo de assassinos que desrespeitam os ensinamentos de Maomé. Ele disse
que a forma como o piloto foi morto representa violação aos princípios
do Islã, que proíbem a mutilação de corpos. “Ele merecem ser castigados
porque lutam contra Deus e o profeta Maomé”, disse o sacerdote.
Nesta quarta-feira, a Universidade de Al-Azhar,
no Cairo, uma das principais formadoras de pensadores da doutrina
muçulmana no Egito e à qual al-Tayeb está ligado, divulgou nota em que
repudia as execuções do Estado Islâmico. Segundo o documento, são atos
terroristas cometidos por “um grupo terrorista satânico”.
Outro líder religioso muçulmano, Salman al-Odah, usou sua conta no Twitter para condenar o assassinato do piloto jordaniano. Ele classificou a ação do Estado Islâmico como ato abominável. “Queimar é um crime abominável rejeitado pela lei islâmica, independentemente dos motivos. É rejeitado se for em um indivíduo ou um grupo ou um povo”, escreveu no Twitter.
Também nesta quarta-feira, o Comitê das Nações Unidas para o Direito das Crianças acusou o Estado Islâmico de vender para a prostituição crianças sequestradas no Iraque e de usar adolescentes como homens-bomba. Segundo o organismo, as principais vítimas são da etnia yazidi e cristãos, mas também muçulmanos cujas famílias não apoiam o Estado Islâmico são sequestradas e mortas. Há denúncias de que jovens foram crucificados ou enterrados vivos como punição a seus pais por não se juntarem ao grupo.
Jordânia enforca dois
Poucas horas após a divulgação, na terça-feira, do vídeo que mostra a execução do piloto Muath al-Kaseasbeh, a Jordânia executou a iraquiana Sajida al-Rishawi, de 44 anos, e um homem cujo nome não foi divulgado. Os dois eram jihadistas e foram condenados à morte por atentados terroristas. Além da execução dos dois, a Jordânia anunciou uma ofensiva militar para destruir o Estado Islâmico.
Até a segunda-feira, o governo da Jordânia negociava com o Estado Islâmico a troca do piloto pela iraquiana. A divulgação do vídeo, mostrando que o militar jordaniano havia sido queimado em 3 de janeiro, revelou que a negociação era uma farsa.
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