12.22.2011

Proteína pode retardar a metástase no câncer de pâncreas


Pesquisadores americanos dizem que N-caderina pode representar um marco no tratamento da doença

FILADÉLFIA — Quase silenciosamente, as células cancerosas do pâncreas deslizam através das células endoteliais e, pela circulação sanguínea, chegam a outras partes do corpo para produzir metástase, fazendo desta uma das formas da doença mais letais e difíceis de tratar. Agora, pesquisadores da Thomas Jefferson University descobriram que reduzir os níveis de uma proteína conhecida, a N-caderina, nestas células cancerosas pode interferir no processo. O procedimento retardou a mobilidade das células responsáveis pelo câncer do pâncreas, e prolongou a sobrevida de ratos em 25%.
O estudo, publicado na revista “Oncogene”, do mesmo grupo da “Nature”, demonstrou que a N-caderina tem um papel crítico no câncer de pâncreas. Como a doença só costuma produzir sintomas após o início da metástase, a taxa de mortalidade é muito alta: menos de 5% dos pacientes têm sobrevida de cinco anos. Por isso, estratégias que consigam prevenir a disseminação deste tipo de células cancerosas pelo corpo deverão aumentar significativamente o prognóstico para os doentes.
— Nossos resultados em termos de sobrevida são muito estimulantes, porque uma droga conhecida com ADH-1, que alveja a N-caderina especificamente, já está em testes clínicos para tratar o melanoma — disse Glenn Radice, professor associado da universidade e um dos autores do estudo. — O próximo passo é testar esta droga que bloqueia a função da N-caderina, ou um composto similar, em ratos para descobrir se ela pode prolongar a vida de quem tem câncer de pâncreas.
O Globo

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