Seis traficantes de animais silvestres foram presos na cidade de Caracaraí.
327 quelônios foram recolocados no Rio Branco, diz fiscal do ICMBio.
Fiscais destruíram seis acampamentos e quatro
'currais' usados para estocar as tartarugas (Foto:
Divulgação/Samuel Lima Rodrigues/ICMBio)
Fiscais ambientais recuperaram 327 tartarugas e prenderam seis traficantes de animais silvestres durante uma operação que começou na quinta-feira (15) e terminou nesta quarta-feira (21), na região do baixo Rio Branco, em Caracaraí (RR). Segundo integrantes da ação, os quelônios seriam usados em ceias de Natal e tinham sido encomendadas aos caçadores por pessoas de alto poder aquisitivo.'currais' usados para estocar as tartarugas (Foto:
Divulgação/Samuel Lima Rodrigues/ICMBio)
As tartarugas, segundo analistas do Instituto Chico Mendes (ICMBio), foram encontradas amarradas e ensacadas, prontas para serem levadas para Boa Vista, onde seriam vendidas. No mercado paralelo, as tartarugas maiores custam cerca de R$ 300 e as menores, cerca de R$ 100.
Além das tartarugas recuperadas -a maioria fêmeas em período de reprodução -, os fiscais apreenderam 311 ovos do animal. "A tartaruga é uma iguaria regional. Os ovos também são muito consumidos na região e dizem até que são afrodisíacos. Infelizmente, os ovos tiveram de ser descartados no rio, pois não havia como serem usados para consumo humano e nem para fins científicos. Tivemos mais sorte com as tartarugas, que estavam todas vivas e puderam ser recolocadas no rio. Vão ficar longe das panelas", disse Antonio Lisboa, chefe do Parque Nacional do Viruá e analista ambiental do ICMBio.
Tartarugas seriam vendidas para consumo em ceias de Natal em Roraima (Foto: Divulgação/Samuel Lima Rodrigues/ICMBio)
Segundo os fiscais, o grupo preso teria informado que as tartarugas tinham endereço certo. "Eles disseram que pessoas e famílias de alto poder aquisitivo tinham feito as encomendas das tartarugas e a operação acabou atrapalhando o planejamento de muita ceia de Natal", disse Lisboa. saiba mais
A operação, que deve se prolongar até sexta-feira (30), contou com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e da Polícia Militar Ambiental de Roraima. "Foram registrados 23 autos de infração. Entre os crimes cometidos estão tráfico de animais silvestres, maus tratos a animais e formação de quadrilha", afirmou Lisboa. Todos foram levados para a Penitenciária Agrícola Monte Cristo. Tartarugas foram capturadas durante o período de reprodução, que acontece entre dezembro e fevereiro (Foto: Divulgação/Samuel Lima Rodrigues/ICMBio)
De acordo com o coordenador da operação, Azemar Marques, do Ibama, foram destruídos quatro "currais" onde as tartarugas eram estocadas, seis acampamentos e várias embarcações usadas pelos caçadores. "O período de reprodução das tartarugas ocorre entre dezembro e fevereiro."Como estratégia, os fiscais realizaram a maior parte das apreensões durante a noite, período usado pelos caçadores para tentar burlar a fiscalização.
Emboscada em 2006
Localizada no Centro-Sul de Roraima, a região do baixo Rio Branco é considerada uma das principais áreas de reprodução de tartarugas e inclui trechos de mais de 200 quilômetros de rios sem habitação humana.
Segundo Lisboa, a última grande apreensão de tartarugas na região aconteceu em 2005, durante uma operação que recuperou 680 tartarugas. Em 2006, um atentado a outra missão resultou na morte de um colaborador comunitário e com dois técnicos do Ibama baleados.
Tartarugas foram levadas de volta para as águas do Rio Branco, em Caracaraí (RR) (Foto: Divulgação/Samuel Lima Rodrigues/ICMBio)
Tartarugas foram estavam amarradas, ensacadas e prontas para serem transportadas até Boa Vista (Foto: Divulgação/Samuel Lima Rodrigues/ICMBio)
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