Pacientes só podem praticar atividade física com orietação e nunca durante as crises
RIO — A asma, uma doença crônica que inflama os brônquios, dificultando a respiração, pode ser desencadeada por ácaros, poeira doméstica; substâncias irritantes, como perfumes e materiais de limpeza; e poluentes, inclusive cigarro, exercícios físicos e mudanças de temperatura. Dependendo da gravidade da crise, que causa com falta de ar, tosse e chiado no peito, a doença leva ao óbito, como aconteceu com Marcelo Dino, de 13 anos, na última terça-feira em Brasília.
No caso de Marcelo, ainda não se sabe porque ele piorou depois de uma aparente melhora na madrugada no hospital. Porém, quanto mais rápido o atendimento durante o ataque de asma, maior a chance de controlar os sintomas, afirma a médica Izilda Bacil, alergista do Hospital Balbino no Rio, que falou em tese, pois acompanhou o caso pela imprensa.
— Apesar dos avanços no tratamento, a asma mata, se não for controlada. E adolescentes estão no grupo mais vulnerável. Um motivo é que o jovem nem sempre usa o medicamento de forma correta. Na adolescência, o organismo ainda está se desenvolvendo. Além disso, a asma piora, dependendo do estado emocional — diz Izilda, da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia
Segundo relatos, Marcelo, que usava medicamentos para controle de asma, sofreu grave crise durante a prática de atividade física na escola, e teve que ser internado numa clínica, na última segunda-feira. Parentes do adolescente disseram que na madrugada de terça ele amanheceu um pouco melhor e piorou meia hora depois de ter recebido a droga Solu-cortef, à base de cortisona e usada como rotina nesses casos.
— A atividade física com orientação é boa para o asmático, mas não deve ser praticada durante uma crise porque há risco de agravar a situação. É pouco provável que o Solu-cortef possa ter causado a sua morte. Numa emergência, o que se pode fazer enquanto o paciente não chega ao hospital é usar a medicação receitada pelo seu médico — afirma Izilda.
A alergista Heloíza Silveira, do hospital São Vicente de Paulo, acha prematuro afirmar nesse momento que houve erro médico.
— Não sabemos se o paciente fazia um controle adequado de sua doença. Se os médicos aplicaram a medicação, é porque ele já não estava bem. Às vezes o pulmão se fecha de uma forma que não responde à droga — diz.
A bula do Solu-cortef informa dez efeitos colaterais e diz que, embora não seja comum, uma reação adversa com altas doses em terapia de curta duração é a ulceração péptica.
Estima-se que de 10% a 15% das crianças em idade escolar sofrem de asma. O tratamento inclui higiene do ambiente, medicamentos e vacinas. As drogas receitadas são de alívio de crises (geralmente broncodilatadores) e profiláticas (inalação de corticosteroides). Em 2006, o estudo Global sobre Asma entre Médicos e Pacientes, realizado em 16 países, inclusive o Brasil, revelou que dois terços dos pacientes não reconheciam que a doença pode ser fatal, se não for controlada. Uma das dificuldades é que as drogas profiláticas precisam ser usadas diariamente, mas muitos asmáticos se esquecem e não seguem esta regra ou deixam o remédio de lado quando os sintomas desaparecem por um período. Na pesquisa, 82% dos pacientes entrevistados afirmaram que não faziam o tratamento adequadamente.
Um estudo realizado pelo Serviço de Fisioterapia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) constatou que a atividade física reduz em até 60% os sintomas da asma. As pesquisas mostraram que de 16 episódios por mês, os pacientes passaram a apresentar seis.
O estuda ainda observou que, além da redução dos sintomas – como tosse, chiado, falta de ar e aperto no peito – os aspectos psicossociais, como ansiedade e depressão que são características dos asmáticos por natureza, também foram atenuadas.
Durante três anos, o estudo avaliou 101 adultos, com idade entre 20 e 50 anos, em tratamento no hospital e pôde comprovar a eficácia da prática de exercícios físicos para a melhora da qualidade de vida e autoestima dos pacientes.
Os pacientes foram divididos em dois grupos, sendo que o primeiro passou por um tratamento fisioterápico com a realização de exercícios respiratórios e treinamento aeróbico, e o outro grupo só recebeu exercícios respiratórios. Os resultados mostraram que aqueles que foram submetidos a atividades físicas tiveram menos sintomas de asma e melhoraram a qualidade de vida, especialmente na época do inverno quando há mais problemas de saúde, já o outro grupo não apresentou mudanças no quadro clínico.
Os pesquisadores agora querem entender ao certo como ocorre essa influência do exercício aeróbio no processo inflamatório pulmonar. Uma explicação plausível seria a de que o exercício aeróbio reduz a resposta alérgica e aumenta a produção de mediadores antiflamatórios.
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias áreas, especificamente da mucosa bronquial, que resulta na redução ou até mesmo obstrução no fluxo do ar até os pulmões. Suas causas estão relacionadas com a interação entre fatores genéticos e ambientais, e o quadro é caracterizado por falta de ar, acompanhado de tosse, chiado e aperto no peito.
Saiba mais:
No caso de Marcelo, ainda não se sabe porque ele piorou depois de uma aparente melhora na madrugada no hospital. Porém, quanto mais rápido o atendimento durante o ataque de asma, maior a chance de controlar os sintomas, afirma a médica Izilda Bacil, alergista do Hospital Balbino no Rio, que falou em tese, pois acompanhou o caso pela imprensa.
— Apesar dos avanços no tratamento, a asma mata, se não for controlada. E adolescentes estão no grupo mais vulnerável. Um motivo é que o jovem nem sempre usa o medicamento de forma correta. Na adolescência, o organismo ainda está se desenvolvendo. Além disso, a asma piora, dependendo do estado emocional — diz Izilda, da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia
Segundo relatos, Marcelo, que usava medicamentos para controle de asma, sofreu grave crise durante a prática de atividade física na escola, e teve que ser internado numa clínica, na última segunda-feira. Parentes do adolescente disseram que na madrugada de terça ele amanheceu um pouco melhor e piorou meia hora depois de ter recebido a droga Solu-cortef, à base de cortisona e usada como rotina nesses casos.
— A atividade física com orientação é boa para o asmático, mas não deve ser praticada durante uma crise porque há risco de agravar a situação. É pouco provável que o Solu-cortef possa ter causado a sua morte. Numa emergência, o que se pode fazer enquanto o paciente não chega ao hospital é usar a medicação receitada pelo seu médico — afirma Izilda.
A alergista Heloíza Silveira, do hospital São Vicente de Paulo, acha prematuro afirmar nesse momento que houve erro médico.
— Não sabemos se o paciente fazia um controle adequado de sua doença. Se os médicos aplicaram a medicação, é porque ele já não estava bem. Às vezes o pulmão se fecha de uma forma que não responde à droga — diz.
A bula do Solu-cortef informa dez efeitos colaterais e diz que, embora não seja comum, uma reação adversa com altas doses em terapia de curta duração é a ulceração péptica.
Estima-se que de 10% a 15% das crianças em idade escolar sofrem de asma. O tratamento inclui higiene do ambiente, medicamentos e vacinas. As drogas receitadas são de alívio de crises (geralmente broncodilatadores) e profiláticas (inalação de corticosteroides). Em 2006, o estudo Global sobre Asma entre Médicos e Pacientes, realizado em 16 países, inclusive o Brasil, revelou que dois terços dos pacientes não reconheciam que a doença pode ser fatal, se não for controlada. Uma das dificuldades é que as drogas profiláticas precisam ser usadas diariamente, mas muitos asmáticos se esquecem e não seguem esta regra ou deixam o remédio de lado quando os sintomas desaparecem por um período. Na pesquisa, 82% dos pacientes entrevistados afirmaram que não faziam o tratamento adequadamente.
Atividades físicas ajudam no controle da asma
Um estudo realizado pelo Serviço de Fisioterapia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) constatou que a atividade física reduz em até 60% os sintomas da asma. As pesquisas mostraram que de 16 episódios por mês, os pacientes passaram a apresentar seis.
O estuda ainda observou que, além da redução dos sintomas – como tosse, chiado, falta de ar e aperto no peito – os aspectos psicossociais, como ansiedade e depressão que são características dos asmáticos por natureza, também foram atenuadas.
Durante três anos, o estudo avaliou 101 adultos, com idade entre 20 e 50 anos, em tratamento no hospital e pôde comprovar a eficácia da prática de exercícios físicos para a melhora da qualidade de vida e autoestima dos pacientes.
Os pacientes foram divididos em dois grupos, sendo que o primeiro passou por um tratamento fisioterápico com a realização de exercícios respiratórios e treinamento aeróbico, e o outro grupo só recebeu exercícios respiratórios. Os resultados mostraram que aqueles que foram submetidos a atividades físicas tiveram menos sintomas de asma e melhoraram a qualidade de vida, especialmente na época do inverno quando há mais problemas de saúde, já o outro grupo não apresentou mudanças no quadro clínico.
Os pesquisadores agora querem entender ao certo como ocorre essa influência do exercício aeróbio no processo inflamatório pulmonar. Uma explicação plausível seria a de que o exercício aeróbio reduz a resposta alérgica e aumenta a produção de mediadores antiflamatórios.
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias áreas, especificamente da mucosa bronquial, que resulta na redução ou até mesmo obstrução no fluxo do ar até os pulmões. Suas causas estão relacionadas com a interação entre fatores genéticos e ambientais, e o quadro é caracterizado por falta de ar, acompanhado de tosse, chiado e aperto no peito.
Saiba mais:
ASMA
Sinônimos:
Asma brônquica, bronquite asmática.
O que é?
A asma brônquica é uma doença pulmonar freqüente e que está aumentando em todo o mundo.
Esta doença se caracteriza pela inflamação crônica das vias aéreas, o que determina o seu estreitamento, causando dificuldade respiratória.
Este estreitamento é reversível e pode ocorrer em decorrência da exposição a diferentes fatores desencadeantes ("gatilhos"). Esta obstrução à passagem de ar pode ser revertida espontaneamente ou com uso de medicações.
As vias aéreas são tubos que dão passagem ao ar. Elas iniciam no nariz, continuam como nasofaringe e laringe (cordas vocais) e, no pescoço, tornam-se um tubo largo e único chamado traquéia.
Já no tórax, a traquéia divide-se em dois tubos (brônquios), direito e esquerdo, levando o ar para os respectivos pulmões.
Dentro dos pulmões, os brônquios vão se ramificando e tornam-se cada vez menores, espalhando o ar.
Como se desenvolve?
As pessoas asmáticas reagem demais e facilmente ao contato com qualquer "gatilho" (estímulo).
Dentre estes, os mais comuns são:
alterações climáticas, | |
o contato com a poeira doméstica, | |
mofo, | |
pólen, | |
cheiros fortes, | |
pêlos de animais, | |
gripes ou resfriados, | |
fumaça, | |
ingestão de alguns alimentos ou | |
medicamentos. |
A mucosa brônquica, que é o revestimento interno das vias aéreas, está constantemente inflamada por causa da hiper-reatividade brônquica (sensibilidade aumentada dos brônquios).
Nas crises de asma, esta hiper-reatividade brônquica aumenta ainda mais e determina o estreitamento das vias aéreas. Este fenômeno leva à tosse, chiado no peito e falta de ar.
Os mecanismos que causam a asma são complexos e variam entre a população. Nem toda a pessoa com alergia tem asma e nem todos os casos de asma podem ser explicados pela resposta alérgica do organismo a determinados estímulos.
De qualquer forma, cerca de um terço de todos os asmáticos possui um familiar (pais, avós, irmãos ou filhos) com asma ou com outra doença alérgica.
Alguns asmáticos têm como "gatilho" o exercício. Ao se exercitarem, entram numa crise asmática com tosse, chiado no peito (sibilância) ou encurtamento da respiração.
Alguns vírus e bactérias causadoras de infecções respiratórias também podem estar implicadas em alguns casos de asma que se iniciam na vida adulta.
A asma brônquica pode iniciar em qualquer etapa da vida.
Na maioria das vezes, inicia na infância e poderá ou não durar por toda a vida.
O que se sente?
Caracteristicamente, nesta doença os sintomas aparecem de forma cíclica, com períodos de piora. Dentre os sinais e sintomas principais, estão:
tosse - que pode ou não estar acompanhada de alguma expectoração (catarro). Na maioria das vezes, não tem expectoração ou, se tem, é tipo "clara de ovo"; | |
falta de ar | |
chiado no peito (sibilância) | |
dor ou "aperto" no peito |
Os sintomas podem aparecer a qualquer momento do dia, mas tendem a predominar pela manhã ou à noite.
A asma é a principal causa de tosse crônica em crianças e está entre as principais causas de tosse crônica em adultos.
Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico é feito baseado nos sinais e sintomas que surgem de maneira repetida e que são referidos pelo paciente.
No exame físico, o médico poderá constatar a sibilância nos pulmões, principalmente nas exacerbações da doença. Contudo, nem toda sibilância é devido à asma, podendo também ser causada por outras doenças. Todavia, nos indivíduos que estão fora de crise, o exame físico poderá ser completamente normal.
Existem exames complementares que podem auxiliar o médico. Dentre eles, estão:
a radiografia do tórax, | |
exames de sangue e de pele (para constatar se o paciente é alérgico) e a | |
espirometria - identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar. |
O asmático também poderá ter em casa um aparelho que mede o pico de fluxo de ar, importante para monitorar o curso da doença. Nas exacerbações da asma, o pico de fluxo se reduz.
Como se trata?
Para se tratar a asma, a pessoa deve ter certos cuidado com o ambiente, principalmente na sua casa e no trabalho. Junto, deverá usar medicações e manter consultas médicas regulares.
Duas classes de medicamentos têm sido utilizadas para tratar a asma:
Broncodilatadores | |
Todo asmático deverá utilizar um broncodilatador. É um medicamento, como o próprio nome diz, que dilata os brônquios (vias aéreas) quando o asmático está com falta de ar, chiado no peito ou crise de tosse. Existem broncodilatadores chamados beta2-agonistas - uns apresentam efeito curto e outros efeito prolongado (que dura até 12h). Os de efeito curto costumam ser utilizados conforme a necessidade. Se a pessoa está bem, sem sintomas, não precisará utilizá-los. Já aqueles de efeito prolongado costumam ser utilizados continuamente, a cada 12 horas, e são indicados para casos específicos de asma. Além dos beta2-agonistas, outros broncodilatadores, como teofilinas e anticolinérgicos, podem ser usados. | |
Antiinflamatórios | |
Os corticóides inalatórios são, atualmente, a melhor conduta para combater a inflamação, sendo utilizados em quase todos os asmáticos. Só não são usados pelos pacientes com asma leve intermitente (que têm sintomas esporádicos). Tais medicamentos são utilizados com o intuito de prevenir as exacerbações da doença ou, pelo menos, minimizá-las e aumentar o tempo livre da doença entre uma crise e outra. Os antiinflamatórios devem ser utilizados de maneira contínua (todos os dias), já que combatem a inflamação crônica da mucosa brônquica, que é o substrato para os acontecimentos subseqüentes. Existem outras possibilidades de tratamento, como o cromoglicato de sódio (bastante utilizado em crianças pequenas), o nedocromil, o cetotifeno e os anti-leucotrienos. Este último é relativamente novo e pode ser usado em casos específicos de asma ou associado aos corticóides. |
Tanto os broncodilatadores quanto os antiinflamatórios podem ser usados de várias formas:
por nebulização, | |
nebulímetro ("spray" ou "bombinha"), | |
inaladores de pó seco (através de turbohaler, rotahaler, diskhaler ou cápsulas para inalação) – são diferentes (e práticos) dispositivos para inalação, | |
comprimido, | |
xarope |
Os médicos dão preferência ao uso das medicações por nebulização, nebulímetro ou inaladores de pó seco por serem mais eficazes e causarem menos efeitos indesejáveis.
Como se previne?
Como prevenção de crises de asma, o asmático poderá usar os corticosteróides, os beta2-agonistas de longa duração e os antileucotrienos, além de ter um bom controle ambiental, evitando exposição aos "gatilhos" da crise asmática.
Não há como prevenir a existência da doença, mas sim as suas exacerbações e seus sintomas diários.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Qual a probabilidade de uma criança pequena continuar asmática na vida adulta?
Depois de iniciarmos medicações preventivas, estas nunca mais poderão ser interrompidas?
Quando devemos ir para um pronto-atendimento ou hospital numa crise?
O tratamento da asma deve mudar durante a gestação?
Quando não dispomos de broncodilatador de curta duração numa crise asmática, podemos usar o de longa duração?
A asma costuma piorar no período menstrual ou pré-menstrual?
O que fazer quando a falta de ar é tanta que não conseguimos usar a “bombinha”(spray)? ABC da Saúde
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