2.16.2012

Testes clínicos estão sendo feitos para confirmar o poder curativo da ocitocina

Depressão

Pesquisa usa 'hormônio do amor' para atacar sintomas da depressão

Testes clínicos: Gotas de hormônio no nariz podem combater os sintomas de depressão Testes clínicos: Gotas de hormônio no nariz podem combater os sintomas de depressão (Thinkstock)
O hormônio ocitocina, produzido no cérebro em situações de intimidade, como abraços e proximidade da mãe com o bebê, pode reverter sintomas típicos de depressão, como medo e ansiedade. Cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, estão fazendo um teste clínico com pacientes doentes e ficaram confiantes com os resultados preliminares.

OCITOCINA
É um hormônio predominantemente feminino que é produzido pelo hipotálamo, parte do cérebro que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino. Além de ser liberada em momentos de intimidade física, ajuda a induzir as contrações musculares no útero durante o parto e a liberação de leite para amamentação. Está relacionada ao afeto pelo parceiro e pela prole. Induz sentimentos positivos.

A liberação do hormônio está relacionada com sentimentos positivos, como o contato entre casais. As mulheres produzem mais ocitocina do que os homens, pois ela está ligada à sensação de amor materno, mas os homens também se beneficiam. "Em humanos, a ocitocina é liberada em abraços, com a experiência de toques agradáveis, o contato olho no olho. Ela também desempenha um papel no ciclo de resposta sexual", explica Kai MacDonald, um dos cientistas que participam do experimento.

MacDonald afirmou que estudos anteriores já haviam mostrado que doses de ocitocina reduzem a atividade de circuitos cerebrais ligados ao medo, insegurança e ansiedade. "Quem recebe as doses não percebe nenhuma alteração, mas age diferente", afirma.

É possível aplicar ocitocina artificial no corpo, com gotas no nariz. O hormônio já se mostrou eficiente no combate à esquizofrenia, segundo David Feifel, que também trabalha na pesquisa. "A ocitocina aumentou a eficiência dos remédios normalmente utilizados para combater a doença", disse ele, em entrevista ao site de VEJA.

Pessoas diagnosticadas com depressão já contam com níveis maiores de ocitocina no cérebro, em comparação com indivíduos saudáveis. "Isso foi percebido em uma pesquisa de 2010 e nos chamou a atenção. Pode ser que o corpo já esteja tentando combater a depressão com a liberação do hormônio, então podemos nos inspirar nessa iniciativa biológica", explicou Feifel.

Os testes clínicos estão sendo realizados na Califórnia e os resultados preliminares são positivos, segundo os cientistas, mas ainda não podem ser divulgados. Esse tipo de experimento, com seres humanos, representa a última etapa no processo de desenvolvimento de remédios e tratamentos médicos.

Ansiedade não tem cura, mas tem tratamento

A psiquiatra Alexandrina Meleiro explica quais são os tratamentos mais eficazes

A ansiedade faz bem. Em pequenas doses, é o estímulo necessário para que o ser humano se prepare para situações estressantes e passe por elas com sucesso. Derivada do medo, cumpriu seu papel de garantir a sobrevivência da espécie. O problema está quando ela deixa de ser uma resposta natural do corpo humano para aparecer sem razão e com frequência cada vez maior. Quando isso acontece, passa a ser um distúrbio.
Os sintomas são conhecidos: sudorese, taquicardia, tremor, medo excessivo ou até paralisante. Em uma crise grave, a pessoa pode sentir náuseas e falta de ar. Pelo menos 3% dos adultos são afetados pela ansiedade durante um período de um ano, mas em alguns casos ela pode persistir por vários anos.
Não existe cura para o distúrbio, mas existe uma série de tratamentos bastante eficazes. A médica psiquiatra Alexandrina Meleiro explica quais são os principais e qual a eficácia de cada um, além de revelar quais hábitos devemos evitar para prevenir seu aparecimento.

Nenhum comentário: