Grupo pedirá metas mais amplas contra doenças crônicas à OMS
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"
Um grupo internacional de entidades da sociedade civil vai apresentar à
Organização Mundial da Saúde um pedido para que sejam ampliadas as metas
de combate às doenças crônicas não transmissíveis (NCDs, na sigla em
inglês), como problemas cardíacos, diabetes e câncer.
De acordo com a NCD Alliance, o estabelecimento de objetivos para
enfrentar esses problemas de saúde deve ser insuficiente na próxima
assembleia da OMS, marcada para a semana que vem, em Genebra.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
A aliança critica, em especial, a redução de dez para cinco no número de
metas propostas pela OMS para o combate às doenças, que hoje respondem
por quase dois terços das mortes no mundo a cada ano.
Um dos pontos que caíram da pauta foi a redução no consumo de álcool. A
proposta inicial, feita após a reunião da OMS sobre doenças crônicas, em
setembro do ano passado, previa uma redução de 10% no consumo per
capita.
De acordo com Paula Joh-ns, diretora da Aliança de Controle do Tabagismo
do Brasil e que estará em Genebra para um evento paralelo à assembleia
da OMS, há uma influência grande das indústrias multinacionais de
alimentos nas discussões.
"Acredito que seria necessário haver maior transparência sobre esses conflitos de interesses."
A ausência da previsão de restrições à publicidade de alimentos não
saudáveis no último documento publicado pela OMS sobre o assunto também é
criticada por Johns.
"Acredito que a experiência do combate ao tabagismo poderia ser
aproveitada em outras áreas", afirma, referindo-se às leis que barraram a
publicidade dos cigarros e ao aumento de impostos sobre o produto,
medidas que, segundo ela, poderiam ser aplicadas a alimentos
industrializados não saudáveis.
No Brasil, uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), de 2010, previa alertas em anúncios de alimentos com altos
teores de gordura, açúcar e sódio. A regra foi contestada na Justiça
pela indústria e não entrou em vigor.
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