Um país sendo passado à limpo:
Parabéns presidenta
Presidenta Dilma e os sete membros da Comissão da Verdade
Se não fosse por qualquer outra razão, por estar enfrentando problemas que o Brasil vive há tantos anos, como os altos juros, por estar fazendo um governo que resgata aquela parcela do país que vive na miséria ou na extrema miséria, por estar dignificando a todos os brasileiros, se não fosse por tudo isso, a presidenta Dilma já teria conquistado desde já um lugar na história do país por ter concretizado a instalação da Comissão Nacional da Verdade.
No discurso feito hoje pela manhã, na cerimônia de instalação da Comissão, a presidenta disse que “a verdade não morre por ter sido escondida”, e que “nas sombras somos todos privados da verdade, mas não é justo que continuemos apartados dela à luz do dia”.
Para os que pretendem “investigar os dois lados”, a presidenta foi clara e límpida: “O Brasil deve render homenagens às mulheres e aos homens que lutaram pela revelação da verdade histórica. Aos que entenderam e souberam convencer a nação de que o direito à verdade é tão sagrado quanto o direito que muitas famílias têm de prantear e sepultar seus entes queridos, vitimados pela violência praticada pela ação do Estado ou por sua omissão”.
A presidenta Dilma assim caracterizou o momento de instalação da Comissão: “O que fazemos aqui, neste momento, é a celebração da transparência da verdade de uma nação que vem trilhando seu caminho na democracia, mas que ainda tem encontro marcado consigo mesma. Nesse sentido... E nesse sentido fundamental, essa é uma iniciativa do Estado brasileiro e não apenas uma ação de governo”.
Nesse ponto, a presidenta fez referência a cada um dos presidentes do país nos 28 anos desde o final da ditadura, citando também Itamar Franco, único que não estava presente no ato de instalação da Comissão.
Lembrou que a Comissão foi fruto de um trabalho realizado ainda durante o governo Lula, mas que fundamentalmente ela é “o ponto culminante de um processo iniciado nas lutas do povo brasileiro, pelas liberdades democráticas, pela anistia, pelas eleições diretas, pela Constituinte, pela estabilidade econômica, pelo crescimento com inclusão social. Um processo construído passo a passo, durante cada um dos governos eleitos, depois da ditadura”.
Lei do Acesso à Informação
A prsidenta Dilma falou ainda da Lei do Acesso à Informação, em vigor a partir hoje, por meio da qual “o Estado brasileiro se abre, mais amplamente, ao exame, à fiscalização e ao escrutínio da sociedade”.
A chefe do governo enalteceu a composição da Comissão da Verdade e lembrou que a iniciativa de instalá-la não tem por base “o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de uma forma diferente do que aconteceu”. Mas deixou claro que “nos move a necessidade imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamentos, sem camuflagens, sem vetos e sem proibições”.
Muitos que acompanhavam o ato, além da própria presidenta, foram às lágrimas durante seu discurso. Como não se emocionar? Nós, que lutamos e que sabemos daqueles que estavam ao nosso lado e perderam suas vidas?
Assim terminou a presidenta o seu discurso: “Eu acrescentaria que a força pode esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular livremente, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazer a luz. Hoje, esse tempo chegou”.
Quem desejar conhecer o discurso na íntegra – o que eu recomendo fortemente – basta clicar aqui .
Foto: Roberto Stuckert Filho/ABr
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