Em sua autobiografia, o ator e
ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger fala de traição e de
como o Papa o ensinou a tirar mais proveito dos exercícios
Marcos Diego Nogueira
Confira cenas hilárias protagonizadas por Arnold Schwarzenegger :
MISTER UNIVERSO
Schwarzenegger, em 1977, quando trocou a carreira de
fisiculturista pela de ator: um austríaco no clã dos Kennedy
Roupa suja se lava em casa, mas, em tempos de exposição total, o
astro de Hollywood e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger
decidiu fazer isso em público. Na autobiografia “A Inacreditável
História de Minha Vida” (Sextante), que agitou as livrarias americanas
esta semana e chega ao Brasil em novembro, o ator austríaco conta tudo
sobre um dos maiores escândalos recentes do meio cinematográfico: a sua
separação da jornalista Maria Schriver, após um caso extraconjugal. Foi
numa sessão de terapia de casais, no ano passado, que a já desconfiada
Maria lhe perguntou se tinha algum filho fora do casamento. No capítulo
“O Segredo”, Schwarzenegger revela como confessou à sua companheira de
25 anos de convivência a sua traição com a empregada do casal, Mildred,
na relação em que nascera o garoto Joseph. “Maria e as crianças estavam
de férias e eu fiquei para finalizar ‘Batman e Robin’. Mildred
trabalhava para nós havia cinco anos e, de repente, nos vimos sozinhos
na casa de hóspedes”, detalha o astro.
SIMPATIA
Com o ex-presidente Bush (no alto, à esq.), a ex-mulher
Maria Schriver (no alto) e João Paulo II: no centro do poder
Sobrinha dos falecidos John e Robert Kennedy, Maria foi uma peça
fundamental nas eleições que levaram o marido ao poder na Califórnia,
pelo Partido Republicano. Mas é longe do jogo político que a proximidade
com os Kennedy rende boas passagens, a exemplo de quando o ator se
obrigou a aprender tênis em menos de uma semana para satisfazer aos
pedidos de Ethel, viúva de Robert. Ela o convidara para um torneio que
leva o nome de seu falecido marido e Schwarzenegger não teve como
rectusar: “Levei horas para decidir se aceitava.” As amizades na Casa
Branca foram mais longe. A fama o aproximou também do então presidente
Ronald Reagan e do seu vice, George Bush (pai), a quem ajudou até a
“deixar os discursos mais atraentes”: “Ele estava sofrendo uma disputa
desleal com os democratas nas eleições de 1988. O meu trabalho era o de
atrair a atenção do povo para que ele falasse.”
Eclético nas relações, ele narra como se aproximou do rei do
underground Andy Warhol, de quem foi modelo no início de carreira.
Warhol mantinha-lhe abertas as portas de seu estúdio The Factory, em
Nova York e foi nessa época que Arnie (seu apelido) bateu “uma bolinha”
com Pelé. Seu encontro mais surpreendente, contudo, se deu com o papa
João Paulo II, nos anos 1980. Na audiência privada, o ex-fisiculturista e
Mister Universo esquivou-se dos assuntos eclesiásticos e preferiu falar
sobre um assunto comum aos dois: malhação. “Eu sabia que ele acordava
às 5 horas, lia os jornais em seis línguas diferentes e fazia 200
flexões e 300 abdominais, tudo antes do café da manhã. E que esquiava
também, mesmo depois de ter assumido o papado”, escreve o ator. Admirado
com o fato de Sua Santidade ser 27 anos mais velho do que ele e tão
conservado, decidiu acordar mais cedo. E ler mais jornais.
Foto: Elliott Erwitt/Magnum Photos/Latinstock
Fotos: HECTOR MATA/AFP PHOTO; Reprodução
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