Com mais propriedades do que a linhaça,
esse legítimo andino chega ao Brasil com a promessa de nos salvaguardar
de uma série de problemas — de obesidade a tumores
por Thaís Manarini • design Ana Paula Megda • fotos Alex Silva
Ele
acaba de aterrissar por aqui, mas não se engane: sua bagagem é recheada
de história. Cultivado desde 2600 a.C, o grão de chia era consumido por
maias e astecas para turbinar sua resistência física. Como ele também
tinha forte apelo religioso, as plantações foram suprimidas pelos
espanhóis assim que conquistaram a América, no século 16. "Elas só foram
retomadas no início da década de 1990, por um grupo de pesquisadores
argentinos em parceria com a Universidade do Arizona, nos Estados
Unidos", conta a nutricionista Carolina Chica, da Unidade de Doenças
Cardiovasculares da Pontifícia Universidade Católica do Chile.
Desde então, a chia, que tem sabor semelhante ao das nozes, ganhou os holofotes nos laboratórios. E não é para menos: fonte de ácido graxo ômega-3, proteínas, fibras, substâncias antioxidantes e minerais como fósforo, cálcio, ferro e magnésio, ela é uma tremenda parceira à mesa contra inúmeros males.
Um deles é o excesso de peso, que nos dias de hoje representa uma epidemia. Segundo a nutricionista Luiza Lima, do Conselho Regional de Nutricionistas da 9a Região, o efeito seca-cintura tem a ver com as doses generosas de fibras encontradas no grão. "No intestino, em contato com a água, elas formam um gel que deixa a digestão mais lenta, prolongando a saciedade", explica Luiza. Daí, com a sensação de barriga cheia, a vontade de assaltar a geladeira é aplacada.
As fibras da chia também são uma bênção para quem tem o intestino travado. Elas contribuem para formar e eliminar o bolo fecal. "Mas, para obter o benefício, é preciso ingerir líquidos de modo adequado", ressalta a nutricionista Karina Dantas, consultora técnica do Conselho Regional de Nutricionistas da 3a Região. Ou seja, se caprichar nos goles de água, tudo ótimo.
A chia abriga outra preciosidade — muito mais ômega-3 do que a linhaça. Essa gordura nos blinda contra ameaças ao coração. "Além de ser um bom anti-inflamatório, ela tem ação direta no controle da pressão arterial e na redução do colesterol e dos triglicérides", justifica a nutricionista Bruna Murta, da Rede Mundo Verde, na capital paulista.
O tratamento do câncer de mama também ganha reforços com o grão andino. "Em um estudo com cobaias, foi constatado que os animais alimentados com seu óleo tiveram uma diminuição no tamanho do tumor e no número de metástases", informa Carolina Chica. E as perspectivas em relação a outros cânceres são igualmente animadoras. "O grão colabora na prevenção de tumores porque tem alto teor de antioxidantes", confirma Bruna Murta.
Se é o diabete que amedronta, mais boasnovas: como está na lista de alimentos com baixo índice glicêmico — ou seja, não incita picos adocidados no sangue —, a chia é indicada para quem tem o problema. Sem contar que ameniza a resistência à insulina. Em outras palavras: facilita o aproveitamento da glicose pelas células, e evita que o açúcar fique sobrando na circulação.
Músculos à vista
Lembra que as civilizações pré-colombianas usavam a chia para ter força extra? A nutricionista Luiza Lima corrobora com a estratégia e a recomenda para quem faz exercícios. "Como absorve e retém a água, o grão prolonga a hidratação e a presença de minerais no organismo", explica. Tem mais: "Devido à elevada concentração de proteínas, pode facilitar o ganho de massa muscular. Para isso, o ideal é consumi-lo após a malhação", avisa Bruna Murta.
E olha que maravilha: ao contrário da linhaça, a chia não precisa ser triturada para liberar substâncias importantes. E sua versatilidade é outra característica que impressiona, como comprova a nutricionista Natália Dourado, da e3 Comunicação e Nutrição, na capital paulista: "É possível adicioná-la a frutas, cereais, saladas, sopas e iogurte. Moída, é uma boa substituta da farinha em receitas de massas, pães e biscoitos". Uma opção é deixá-la na água até formar uma gelatina. Aí, é só colocá-la no lugar do ovo nas preparações. Não faltam ideias para você testar e aprovar essa maravilha dos Andes.
Chia para:
aumentar a massa muscular e evitar excesso de peso, trânsito intestinal emperrado, doenças cardiovasculares, diabete, câncer de mama e outros tipos de tumor.
Ficha técnica
Você encontra: em forma de grão, farinha ou óleo
Calorias: 371 cal/100 g • Como usar: em receitas doces ou salgadas • Porção diária: de 2 a 3 colheres de sopa do óleo ou 1 colher de sopa do grão ou da farinha
Suco de uva integral com açaí e grãos de chia
Ingredientes
• 200 ml de suco de uva integral orgânico
• 100 g de polpa de açaí congelada
• ½ colher (sopa) de grãos de chia
• Açúcar demerara orgânico a gosto
Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes no liquidificador. Sirva com cubos de gelo.
Desde então, a chia, que tem sabor semelhante ao das nozes, ganhou os holofotes nos laboratórios. E não é para menos: fonte de ácido graxo ômega-3, proteínas, fibras, substâncias antioxidantes e minerais como fósforo, cálcio, ferro e magnésio, ela é uma tremenda parceira à mesa contra inúmeros males.
Um deles é o excesso de peso, que nos dias de hoje representa uma epidemia. Segundo a nutricionista Luiza Lima, do Conselho Regional de Nutricionistas da 9a Região, o efeito seca-cintura tem a ver com as doses generosas de fibras encontradas no grão. "No intestino, em contato com a água, elas formam um gel que deixa a digestão mais lenta, prolongando a saciedade", explica Luiza. Daí, com a sensação de barriga cheia, a vontade de assaltar a geladeira é aplacada.
As fibras da chia também são uma bênção para quem tem o intestino travado. Elas contribuem para formar e eliminar o bolo fecal. "Mas, para obter o benefício, é preciso ingerir líquidos de modo adequado", ressalta a nutricionista Karina Dantas, consultora técnica do Conselho Regional de Nutricionistas da 3a Região. Ou seja, se caprichar nos goles de água, tudo ótimo.
A chia abriga outra preciosidade — muito mais ômega-3 do que a linhaça. Essa gordura nos blinda contra ameaças ao coração. "Além de ser um bom anti-inflamatório, ela tem ação direta no controle da pressão arterial e na redução do colesterol e dos triglicérides", justifica a nutricionista Bruna Murta, da Rede Mundo Verde, na capital paulista.
O tratamento do câncer de mama também ganha reforços com o grão andino. "Em um estudo com cobaias, foi constatado que os animais alimentados com seu óleo tiveram uma diminuição no tamanho do tumor e no número de metástases", informa Carolina Chica. E as perspectivas em relação a outros cânceres são igualmente animadoras. "O grão colabora na prevenção de tumores porque tem alto teor de antioxidantes", confirma Bruna Murta.
Se é o diabete que amedronta, mais boasnovas: como está na lista de alimentos com baixo índice glicêmico — ou seja, não incita picos adocidados no sangue —, a chia é indicada para quem tem o problema. Sem contar que ameniza a resistência à insulina. Em outras palavras: facilita o aproveitamento da glicose pelas células, e evita que o açúcar fique sobrando na circulação.
Músculos à vista
Lembra que as civilizações pré-colombianas usavam a chia para ter força extra? A nutricionista Luiza Lima corrobora com a estratégia e a recomenda para quem faz exercícios. "Como absorve e retém a água, o grão prolonga a hidratação e a presença de minerais no organismo", explica. Tem mais: "Devido à elevada concentração de proteínas, pode facilitar o ganho de massa muscular. Para isso, o ideal é consumi-lo após a malhação", avisa Bruna Murta.
E olha que maravilha: ao contrário da linhaça, a chia não precisa ser triturada para liberar substâncias importantes. E sua versatilidade é outra característica que impressiona, como comprova a nutricionista Natália Dourado, da e3 Comunicação e Nutrição, na capital paulista: "É possível adicioná-la a frutas, cereais, saladas, sopas e iogurte. Moída, é uma boa substituta da farinha em receitas de massas, pães e biscoitos". Uma opção é deixá-la na água até formar uma gelatina. Aí, é só colocá-la no lugar do ovo nas preparações. Não faltam ideias para você testar e aprovar essa maravilha dos Andes.
Chia para:
aumentar a massa muscular e evitar excesso de peso, trânsito intestinal emperrado, doenças cardiovasculares, diabete, câncer de mama e outros tipos de tumor.
Ficha técnica
Você encontra: em forma de grão, farinha ou óleo
Calorias: 371 cal/100 g • Como usar: em receitas doces ou salgadas • Porção diária: de 2 a 3 colheres de sopa do óleo ou 1 colher de sopa do grão ou da farinha
Suco de uva integral com açaí e grãos de chia
Ingredientes
• 200 ml de suco de uva integral orgânico
• 100 g de polpa de açaí congelada
• ½ colher (sopa) de grãos de chia
• Açúcar demerara orgânico a gosto
Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes no liquidificador. Sirva com cubos de gelo.
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