Pesquisadores descobriram que substância protege jovens neurônios da morte celular
Pesquisadores dos Estados Unidos afirmam que uma nova classe de
moléculas consegue bloquear a morte de células nervosas em modelos
animais. A descoberta pode levar a novos tratamentos contra doenças
neurodegenerativas, como o mal de Parkinson e a esclerose lateral
amiotrófica (ELA, que atinge o físico Stephen Hawking ). Dois novos
estudos sobre a substância foram publicados na revista especializada
PNAS nesta segunda-feira.
"Nós acreditamos que nossa estratégia para identificar e testar
estas moléculas em modelos animais de doença nos provê um meio racional
de desenvolver uma nova classe de drogas neuroprotetoras", diz Andrew
Pieper, pesquisador da Universidade de Iowa, e um dos autores dos dois
estudos.
Há cerca de seis anos, Pieper, que estava na Universidade do Texas,
e seus colegas vasculharam os cérebros de roedores em busca de uma
substância que protegesse os neurônios na região do cérebro chamada de
hipocampo. Eles encontraram um componente que parecia ter sucesso, que
chamaram de P7C3.
"Nós estamos interessados no hipocampo porque lá novos neurônios
nascem todos os dias. Mas essa neurogênese é desacelerada por certas
doenças e também pelo envelhecimento", diz o pesquisador. "Nós estávamos
procurando por pequenas moléculas que funcionam como medicamentos e que
pudessem aumentar a produção de novos neurônios e ajudar a manter o
funcionamento apropriado do hipocampo."
Contudo, quando os pesquisadores olharam a P7C3 mais de perto, eles
descobriram que na verdade ela protegia os jovens neurônios da morte
celular. Eles então se perguntaram se a molécula poderia proteger
células nervosas maduras em outras regiões do sistema nervoso (como na
medula espinhal), que são afetadas pelas doenças neurodegenerativas.
Nos novos estudos, eles mostram que a molécula e uma forma mais
ativa (chamada de P7C3A20) potencialmente protegem os neurônios afetados
por essas doenças. Além disso, os modelos animais tiveram melhoras nos
sintomas desses males - vermes mantiveram os movimentos normais, e
roedores tiveram melhora de coordenação e força.
Um dos resultados, por exemplo, mostra que a molécula consegue
proteger as células produtoras de dopamina. Nos pacientes com mal de
Parkinson, a destruição delas leva a tremores, rigidez e dificuldade em
caminhar.
O time de pesquisadores pretende agora continuar o estudo da P7C3
para melhora sua habilidade neuroprotetora enquanto elimina possíveis
efeitos colaterais. "Nossa esperança é que este trabalho forme a base
para o desenvolvimento de uma droga neuroprotetora que um dia possa
ajudar esses pacientes", diz Pieper.
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