Presidenta afirma que as reservas permitem ao Brasil se proteger melhor dos impactos da valorização da moeda americana
Agência Brasil
A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (28) que o Brasil, com uma das
maiores reservas de dólar do mundo, tem “bala na agulha” para enfrentar
o processo de desvalorização cambial que está em curso. Segundo ela, a
alta da moeda norte-americana independe da política monetária do país e é
fruto da “globalização financeira”.
“Estamos dentro dos seis países com maior volume de reservas do
mundo. É como se tivéssemos um colchão. Temos US$ 372 bilhões de dólares
de reserva”. disse Dilma nesta manhã a rádios de Belo Horizonte, onde
esteve ontem (27). “Temos bala na agulha para encarar esse processo que
ocorre internacionalmente, que independe das decisões de política
econômica, e é fruto dessa globalização financeira que impera do mundo.”
A presidenta disse que a intensa valorização recente do dólar é
consequência da mudança de política do Fed (o Banco Central
norte-americano), que colocou trilhões de dólares no mercado e decidiu
reduzir a compra de títulos. “Só isso provocou em todo o mundo uma
violenta desvalorização cambial porque o título do tesouro americano,
que é a aplicação mais segura do mundo, começou a ter aumento de juros.
Então as pessoas começaram a apostar.”
Dilma disse que as reservas brasileiras permitem ao Brasil se
proteger melhor dos impactos da valorização do dólar e sofrer menos do
que outras economias. Segundo ela, o governo atua para evitar grandes
variações. “Nossa política é de dólar flexível. Nós não temos um dólar
alvo. Entramos no mercado para atenuar essas flutuações, para não deixar
que elas sejam abruptas ou criem qualquer processo de pânico.”
Durante a entrevista, a presidenta defendeu a economia brasileira,
dizendo que ela mantém o crescimento, com inflação em processo menos
agressivo do que esteve recentemente. Ela elogiou também a situação do
mercado de trabalho no país, com baixa taxa de desemprego e a situação
fiscal sob controle, com dívida líquida em 34,5% do PIB. Além disso, a
presidenta ressaltou as concessões que serão feitas até o fim do ano
para atrair investimentos privados em setores de infraestrutura, além da
exploração de petróleo no Campo de Libra, uma das maiores do mundo.
“Tudo isso cria ambiente muito mais positivo para economia brasileira.”
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