8.27.2013

Não admitimos qualquer incitação ao preconceito e à xenofobia”



“Não admitimos qualquer incitação ao preconceito e à xenofobia. Temos que receber de braços abertos médicos e médicas que aceitaram esse chamamento para vir atender à população brasileira que não tem médicos.” A declaração, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é mais do que exemplar e necessária diante das reações políticas, corporativas e irresponsáveis de entidades médicas e setores da oposição.


Um exemplo desse tipo de reação preconceituosa e xenófoba é retratado na capa da Folha de S.Paulo hoje: um médico cubano é vaiado por profissionais brasileiras ao sair do primeiro dia de curso em Fortaleza.



Os mesmos médicos que se recusaram a ir para locais distantes do Brasil que não contam com nenhum profissional da saúde tentam barrar a vinda dos estrangeiros. E ainda dizem que agem em defesa do país.



Mas o ministro da Saúde já disse que está seguro da validade jurídica do Mais Médicos e deu declarações duras e diretas ontem. “Temos segurança jurídica. O próprio procurador-geral do Trabalho disse claramente que a Medida Provisória estabelece o processo de registro desses profissionais. Os CRMs (Conselhos Regionais de Medicina) têm que seguir a lei.”



Ele criticou o presidente do CRM de Minas Gerais, João Batista Gomes, que disse que orientaria os médicos brasileiros a não socorrerem erros dos colegas cubanos. “Essa recomendação é omissão de socorro e é uma afronta ao Código de Ética Médica. Nenhum médico pode se negar a atender ou a socorrer qualquer brasileiro ou brasileira”, afirmou o ministro.



Apesar dessas manifestações corporativas, irresponsáveis e políticas, o Mais Médicos prossegue com seu calendário previsto. Os profissionais já começaram a ter aulas de português, cultura brasileiras, conhecimentos específicos da saúde brasileira, funcionamento do SUS, aprendizado do código de ética médica e práticas.


Aproveito e recomendo a leitura de reportagem do Brasil 247 mostrando que, no governo de Fernando Henrique Cardoso, a Veja se entusiasmou com a chega de médicos cubanos . Agora, no governo do PT, a revista decidiu mudar de posição. Não precisa pensar muito para descobrirmos a resposta. O título da reportagem era "O milagre veio de Cuba", referindo-se aos médicos que desembarcaram no Tocantins.

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