Genética
Estudo identifica 13 alterações genéticas envolvidas na esquizofrenia
Ao todo, essa e outras pesquisas já relacionaram 22 alterações no DNA a um maior risco do transtorno, cuja causa exata ainda é desconhecida
Esquizofrenia: Transtorno está relacionado à perda de contato com a realidade, alucinações e delírios
(Thinkstock)
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ESQUIZOFRENIAO distúrbio mental é caracterizado por perda de contato com a realidade, alucinações (audição de vozes), delírios, pensamentos desordenados, índice reduzido de emoções e alterações nos desempenhos sociais e de trabalho. A esquizofrenia afeta cerca de 1% da população mundial. O tratamento é feito com uso de remédios antipsicóticos, reabilitação e psicoterapia. A causa exata do transtorno ainda não é conhecida, mas estudos sugerem que ele seja uma combinação entre fatores hereditários e ambientais.
Os autores dessa pesquisa chegaram a esse resultado após estudar casos de esquizofrenia e compará-los a pessoas livres da doença. A equipe também analisou estudos anteriores que avaliaram o genoma de indivíduos com o transtorno. Depois, os pesquisadores aplicaram as conclusões em amostras de DNA humano. Ao todo, quase 60.000 indivíduos foram envolvidos no trabalho.
Mecanismos — Patrick Sullivan, coordenador do estudo, explicou em um comunicado que duas dessas regiões do DNA associadas à esquizofrenia carregam genes que influenciam a manutenção das células nervosas, e outra inclui um gene envolvido na regulação do desenvolvimento do sistema nervoso. Além disso, uma parte do DNA relacionada à esquizofrenia já havia sido associada anteriormente ao transtorno bipolar.
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“Se descobrir as causas de esquizofrenia é como montar um quebra-cabeça, então esses novos resultados nos dão as bordas dele e mais algumas peças para resolvê-lo. O que é muito animador é que uma tecnologia padrão de estudo do genoma poderá nos ajudar a preencher as informações que faltam sobre o transtorno”, diz Sullivan. “Nós agora temos um caminho muito claro para pesquisas que nos forneçam mais dados sobre a doença. Isso não teria sido possível há cinco anos".
O trabalho foi feito no Centro de Psiquiatria Genômica da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e publicado neste final de semana na revista Nature Genetics.
Diagnóstico — O estudo recebeu subsídios do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH, sigla em inglês). Em 2009, o órgão criou o Projeto de Pesquisa em Domínio de Critérios, o RDoc, com o objetivo de investir em trabalhos que desvendem os circuitos cerebrais e os fatores genéticos que estão por trás dos principais distúrbios psiquiátricos.
Atualmente, o diagnóstico de transtornos mentais é feito apenas com base nos sintomas clínicos apresentados pelo paciente. Esse método pode levar a diagnósticos imprecisos e equivocados de doenças psiquiátricas, já que não explica o que, de fato, está acontecendo no organismo e no cérebro de um paciente que apresenta algum distúrbio.
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