9.22.2013

Cientistas identificam gene que pode levar a novos tratamentos contra a Aids


  • O MX2 previne que o HIV se reproduza e se espalhe depois de entrar no organismo
  • Por ser um inibidor natural do corpo, não haveria resistência à droga





Imagem de um vírus do HIV
Foto: Divulgação / King's College London


Imagem de um vírus do HIV Divulgação / King's College London

LONDRES - Uma equipe de pesquisadores do King's College London conseguiu, pela primeira vez, identificar um novo gene que pode prevenir que o HIV se espalhe depois de entrar no organismo.
Publicado na revista “Nature”, o estudo é o primeiro a identificar o papel do gene MX2 em humanos na inibição do vírus causador da Aids. Pesquisadores dizem que o gene poderia ser um novo alvo para tratamentos menos tóxicos e mais efetivos, em que o próprio sistema de defesa do corpo seria mobilizado contra o vírus.
Cientistas realizaram experimentos em laboratório com células humanas, introduzindo o vírus em duas linhas celulares diferentes e observaram os efeitos. Numa linha celular, o gene MX2 foi “ligado”, enquanto que na outra, “silenciado”. Eles perceberam que nas células em que o MX2 foi silenciado, o vírus se replicou e se espalhou. Nas outras, o vírus não foi capaz de se replicar e novos vírus não foram produzidos.
- Esta é uma descoberta excitante que traz avanços na compreensão de como o vírus HIV interage com o sistema imune e abre oportunidades para desenvolver novas terapias para tratar a doença. Até agora nós sabíamos muito pouco sobre o gene MX2, mas hoje reconhecemos tanto a sua potente função antiviral quanto a sua importância na vulnerabilidade do ciclo de vida do HIV - disse um dos coordenadores do estudo, Mike Malim, do Departamento de Doenças Infecciosas do King's College London.
Segundo o professor, desenvolver drogas para estimular os inibidores naturais do corpo é uma abordagem importante, já que isto evita a resistência aos medicamentos. De acordo com o pesquisador, existem dois caminhos: é possível desenvolver tanto uma molécula que imita o papel de MX2 ou um medicamento que ativa a capacidade natural do gene.
- Embora pessoas com HIV estejam vivendo mais, com vidas mais saudáveis graças aos tratamentos atuais mais eficientes, eles podem ser tóxicos para o corpo, e a resistência à droga pode se tornar um problema no uso de longo prazo - acrescentou.
O Globo 

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