- Entre os indiciados estão o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa
Germano Oliveira, enviado especial
CURITIBA e BRASÍLIA - A Polícia Federal concluiu nesta terça-feira os
quatro inquéritos que compõem a Operação Lava-Jato, com o indiciamento
de 46 pessoas por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, entre elas o
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro
Alberto Youssef. No início da tarde, a informação era de que os
indiciados somavam mais de 30 pessoas. Fontes próximas à investigação
informaram que o número subiu para 46.
O ex-diretor da Petrobras e o doleiro atuaram juntos na área de consultoria a empresas que têm negócios com a Petrobras. Dono da empresa Costa Global, Paulo Roberto Costa havia se associado a Youssef para a compra da Ecoglobal, empresa que obteve um contrato de R$ 443,8 milhões com a estatal. Esse contrato foi apreendido na sede da Petrobras e ainda está sendo analisado pelos policiais.
Pelas investigações da PF, Youssef e outros três doleiros movimentaram aproximadamente R$ 10 bilhões de forma atípica. A PF não divulgou o nome de todos os indiciados nem o crime atribuído a cada um. Alguns foram indiciados também por corrupção, formação de quadrilha e tráfico de drogas.
Foram realizadas19 prisões preventivas, 12 temporárias e 27 conduções coercitivas. Foram apreendidos R$ 100 milhões em espécie, centenas de joias e obras de arte, que foram levadas para o Museu Oscar Niemeyer. Foram sequestradas seis residências de alto valor e 25 veículos com valor de mercado acima de R$ 100 mil. Segundo a PF, as investigações vão continuar em outras frentes: fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Os relatórios dos inquéritos foram encaminhados no início da noite de ontem ao Ministério Público Federal (MPF) e à Justiça Federal do Paraná. Como ainda há 15 presos no processo, a PF tem prazo até esta terça-feira à noite para fazer os indiciamentos e encaminhar os relatórios ao Judiciário.
O MPF montou uma força-tarefa para cuidar dos inquéritos relatados ontem. Caberá ao Ministério Público Federal, no Paraná decidir se mantém as acusações e apresenta denúncia à Justiça Federal contra os suspeitos. Os inquéritos serão analisados a partir desta quarta-feira por seis procuradores escalados para o caso, entre eles Orlando Martello Jr, Andrey Borges de Mendonça e Januário
Paludo, que foram enviados a Curitiba pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Os três são de São Paulo e Porto Alegre e terão a companhia de outros três procuradores do Paraná. Eles terão cinco dias para apresentar a denúncia à Justiça.
A decisão de abertura dos processos caberá ao juiz federal Sergio Moro. Com a denúncia aceita, todos se transformarão em réus e deverão ser julgados nos próximos meses pela Justiça Federal. O caso está sob segredo de justiça, mas o juiz Moro deverá decretar o fim do sigilo no momento em que os processos se transformarem em ações penais.
Controlador do Labogen indiciado
Outro indiciado foi Leonardo Meirelles, que aparece como controlador do Labogen, laboratório que tentou fechar contratos com o Ministério da Saúde no valor de R$ 150 milhões. Mas, para a PF o real proprietário seria o doleiro Youssef, por meio de uma de suas empresas, a Quality.
O deputado André Vargas (PT-PR) teria ajudado Youssef nos contatos com o ministério. Pressionado pela denúncia e sem apoio no PT, Vargas diz que vai renunciar ao cargo. Se perder o foro privilegiado, pode vir a ser também responsabilizado judicialmente. Afinal, usou jatinho do doleiro para passar as férias no Nordeste e foi flagrado em conversas com o doleiro. Youssef diz que os negócios com a Saúde levariam os dois a ficarem ricos, segundo o doleiro fala em troca de mensagens interceptadas pela PF.
Fontes da Justiça Federal disseram ao GLOBO que, como Vargas é deputado, a sua situação jurisdicional só mudará quando ele perder o foro privilegiado. Segundo essas fontes, o caso dele nem chegou a ser remetido para o Supremo Tribunal, que tem o poder de investigar parlamentares, e parte das citações ao seu nome permanecem na órbita da PF paranaense. O juiz deu prazo de dez dias para que os documentos fossem encaminhados ao STF, prazo que ainda não acabou.
Além de Youssef, foram indiciados os doleiros Nelma Kodama, Raul Surour e Carlos Habib Charter. Os quatro enviaram ilegalmente para o exterior pelo menos R$ 10 bilhões nos últimos cinco anos. Youssef e Charter foram indiciados também por financiarem o tráfico de drogas. As prisões ocorreram entre os dias 17 e 20 de março.
O juiz Sergio Moro participou, no início da década de 2000, do processo do caso Banestado, que teve a participação de Youssef, acusado de ter enviado ilegalmente US$ 20 bilhões para a agência de Nova York do banco estatal do Paraná, que não existe mais. Youssef foi condenado a sete anos de prisão, mas conseguiu acordo de delação premiada para se livrar da punição. (Colaborou: Jailton de Carvalho)
O ex-diretor da Petrobras e o doleiro atuaram juntos na área de consultoria a empresas que têm negócios com a Petrobras. Dono da empresa Costa Global, Paulo Roberto Costa havia se associado a Youssef para a compra da Ecoglobal, empresa que obteve um contrato de R$ 443,8 milhões com a estatal. Esse contrato foi apreendido na sede da Petrobras e ainda está sendo analisado pelos policiais.
Pelas investigações da PF, Youssef e outros três doleiros movimentaram aproximadamente R$ 10 bilhões de forma atípica. A PF não divulgou o nome de todos os indiciados nem o crime atribuído a cada um. Alguns foram indiciados também por corrupção, formação de quadrilha e tráfico de drogas.
Foram realizadas19 prisões preventivas, 12 temporárias e 27 conduções coercitivas. Foram apreendidos R$ 100 milhões em espécie, centenas de joias e obras de arte, que foram levadas para o Museu Oscar Niemeyer. Foram sequestradas seis residências de alto valor e 25 veículos com valor de mercado acima de R$ 100 mil. Segundo a PF, as investigações vão continuar em outras frentes: fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Os relatórios dos inquéritos foram encaminhados no início da noite de ontem ao Ministério Público Federal (MPF) e à Justiça Federal do Paraná. Como ainda há 15 presos no processo, a PF tem prazo até esta terça-feira à noite para fazer os indiciamentos e encaminhar os relatórios ao Judiciário.
O MPF montou uma força-tarefa para cuidar dos inquéritos relatados ontem. Caberá ao Ministério Público Federal, no Paraná decidir se mantém as acusações e apresenta denúncia à Justiça Federal contra os suspeitos. Os inquéritos serão analisados a partir desta quarta-feira por seis procuradores escalados para o caso, entre eles Orlando Martello Jr, Andrey Borges de Mendonça e Januário
Paludo, que foram enviados a Curitiba pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Os três são de São Paulo e Porto Alegre e terão a companhia de outros três procuradores do Paraná. Eles terão cinco dias para apresentar a denúncia à Justiça.
A decisão de abertura dos processos caberá ao juiz federal Sergio Moro. Com a denúncia aceita, todos se transformarão em réus e deverão ser julgados nos próximos meses pela Justiça Federal. O caso está sob segredo de justiça, mas o juiz Moro deverá decretar o fim do sigilo no momento em que os processos se transformarem em ações penais.
Controlador do Labogen indiciado
Outro indiciado foi Leonardo Meirelles, que aparece como controlador do Labogen, laboratório que tentou fechar contratos com o Ministério da Saúde no valor de R$ 150 milhões. Mas, para a PF o real proprietário seria o doleiro Youssef, por meio de uma de suas empresas, a Quality.
O deputado André Vargas (PT-PR) teria ajudado Youssef nos contatos com o ministério. Pressionado pela denúncia e sem apoio no PT, Vargas diz que vai renunciar ao cargo. Se perder o foro privilegiado, pode vir a ser também responsabilizado judicialmente. Afinal, usou jatinho do doleiro para passar as férias no Nordeste e foi flagrado em conversas com o doleiro. Youssef diz que os negócios com a Saúde levariam os dois a ficarem ricos, segundo o doleiro fala em troca de mensagens interceptadas pela PF.
Fontes da Justiça Federal disseram ao GLOBO que, como Vargas é deputado, a sua situação jurisdicional só mudará quando ele perder o foro privilegiado. Segundo essas fontes, o caso dele nem chegou a ser remetido para o Supremo Tribunal, que tem o poder de investigar parlamentares, e parte das citações ao seu nome permanecem na órbita da PF paranaense. O juiz deu prazo de dez dias para que os documentos fossem encaminhados ao STF, prazo que ainda não acabou.
Além de Youssef, foram indiciados os doleiros Nelma Kodama, Raul Surour e Carlos Habib Charter. Os quatro enviaram ilegalmente para o exterior pelo menos R$ 10 bilhões nos últimos cinco anos. Youssef e Charter foram indiciados também por financiarem o tráfico de drogas. As prisões ocorreram entre os dias 17 e 20 de março.
O juiz Sergio Moro participou, no início da década de 2000, do processo do caso Banestado, que teve a participação de Youssef, acusado de ter enviado ilegalmente US$ 20 bilhões para a agência de Nova York do banco estatal do Paraná, que não existe mais. Youssef foi condenado a sete anos de prisão, mas conseguiu acordo de delação premiada para se livrar da punição. (Colaborou: Jailton de Carvalho)
Nenhum comentário:
Postar um comentário