16 de abril de 2014 • 15h33
Eles foram condenados a três anos de prisão por terem conexão com os protestos de outubro de 2013 que deixaram mais de 50 morto
Um tribunal egípcio condenou 119 simpatizantes da
Irmandade Muçulmana do ex-presidente Mohamed Mursi a três anos de prisão
nesta quarta-feira, em conexão com os protestos em outubro do ano
passado contra a derrubada de Mursi, disseram fontes da Justiça.
Mais de 50 pessoas foram mortas nos protestos 6 de
outubro convocados por apoiadores de Mursi, um dos dias mais sangrentos
desde a sua derrubada pelos militares no dia 3 de julho. O juiz Hazem
Hashad absolveu seis pessoas no caso. Eles enfrentaram acusações que
incluem reunião ilegal de pessoas e banditismo.
As autoridades apoiadas pelo Exército baniram a
Irmandade Muçulmana e tornaram o grupo clandestino, numa investida que
resultou em centenas de partidários mortos e na prisão de milhares após
Mursi, o primeiro presidente livremente eleito, ter sido derrubado pelos
militares após protestos em massa contra seu governo.
Abdel Fattah al-Sisi, o general que derrubou Mursi,
declarou no mês passado que vai disputar a eleição presidencial, em que
sua vitória é esperada.
Em outro caso, no mês passado, um tribunal no sul do
Egito condenou 529 simpatizantes de Mursi à morte em uma decisão que
atraiu críticas de grupos de direitos humanos e governos ocidentais.
A Irmandade Muçulmana foi partido político mais
organizado do Egito até o ano passado, mas o governo o acusou de optar
pela violência desde que Mursi foi derrubado. A Irmandade diz que o
grupo continua empenhado em resistir pacificamente ao que considera um
golpe militar.
Muitos dos líderes da Irmandade, incluindo Mursi, estão
em julgamento. Mursi é acusado de crimes que incluem conspirar com
grupos militantes estrangeiros contra o Egito, o que pode levar à pena
de morte.
Em um caso separado, um juiz condenou um proeminente
pregador islâmico e político a sete anos de prisão sob a acusação de
falsificação de documentos de cidadania de sua mãe para que ele pudesse
disputar a eleição presidencial de 2012 vencida por Mursi.
Hazem Salah Abu Ismail, um radical salafista, foi preso
depois da queda de Mursi. Ele foi desclassificado da eleição quando se
descobriu que sua mãe tinha dupla nacionalidade (com cidadania
norte-americana).
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