4.16.2014

Por que engordamos?




Em 98% dos casos a obesidade é do tipo poligênica e, para ser desenvolvida, é necessário uma interação entre predisposição genética e fatores externos. Segundo George Bray, “a genética carrega a arma e o ambiente aperta o gatilho”. Na maioria das vezes, portanto, é uma doença endócrino metabólica crônica e heterogênea, com forte base genética, que se apresenta quando associada a fatores ambientais. Ela é multicausal, sendo decorrente de fatores genéticos e ambientais, dentre os quais destacam-se o desequilíbrio energético e perfil inflamatório da dieta. Apenas 2% dos casos de obesidade são do tipo monogênica, ou seja, independem de fatores externos e ocorrem por causa de mutações genéticas.
O alto teor de gordura saturada, gordura trans, ômega 06 e elevada quantidade de carboidratos simples favorecem esta resposta metabólica no organismo. Nas nossas células nós temos um receptor do tipo TLR que pode ser ativado na presença dessas substâncias e, quando isso ocorre ativa-se dentro da célula um fator de transcrição gênica que é o NFkappaB, altamente inflamatório. O NFkappaB estimula a produção de mediadores inflamatórios no organismo que, dentre outras consequências, favorece a liberação do cortisol, hormônio ligado diretamente ao acúmulo de gordura abdominal e envolvido em outras desordens metabólicas como, por exemplo, a resistência a insulina. Outras situações favorecem a liberação do cortisol: jejum prolongado, atividade física extenuante sem uma alimentação prévia adequada e, o stress. Portanto, estas três situações também servem de gatilho para a liberação do cortisol e, consequentemente, desenvolvimento da gordura visceral.
Além disso, quando consumimos altas concentrações de aditivos alimentares como corantes, acidulantes, conservantes, adoçantes sintéticos e agrotóxicos e toxinas como o bisfenol, presente no plástico, se não tivermos um fígado bem funcionante capaz de transformar essas substâncias estranhas em substâncias excretáveis, elas acabam sendo armazenadas nas células de gordura. Chegando lá, se ligam facilmente a um receptor chamado PPARgama que leva a diferenciação de pré adipócitos a adipócitos, ou seja, favorece o aumento da capacidade de acúmulo de gordura. Antigamente acreditava-se que tínhamos uma quantidade pré-determinada de células adiposas que não podia ser modificada. Hoje, com a obesidade caracterizada como inflamação sub-clínica, tem-se a certeza que fatores externos podem estimular a multiplicação das células adiposas.
Todos estes fatores listados, além da inflamação no organismo, causam o estresse oxidativo, ou seja, favorecem a ação dos radicais livres no organismo. A inflamação sub-clínica anda de mãos dadas com o estresse oxidativo. Tanto que muitas das complicações da obesidade são decorrentes da ação dessas substâncias sobre as nossas estruturas celulares: os radicais livres reagem com nossas estruturas comprometendo as funções de nossas células. Portanto, precisamos de uma dieta antioxidante e anti-inflamatória!Logo

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