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4.26.2010
Porque não somos todos bonitos?
Cientistas britânicos explicam porque não somos todos bonitos
Se tendemos a preferir parceiros bonitos, a selecção natural já teria eliminado os feios do mundo. Cientistas britânicos explicam agora por que razão isso não sucedeu.
A razão porque a selecção natural não nos tornou a todos modelos de beleza, usada muitas vezes para questionar a Teoria da Evolução de Charles Darwin, foi objecto de estudo de um grupo de investigadores ingleses.
Se a tendência é termos em conta a beleza na hora de escolher um parceiro, segundo a teoria evolucionista, os feios já teriam desaparecido por selecção natural.
No entanto, segundo descobriram os cientistas ingleses, há um gene que causa mutações no nosso genoma, acoplado a características como a beleza. Dessa forma, em vez de tornar mais homogénea a aparência de cada um, a selecção natural torna-nos cada vez mais diferentes.
Marion Petrie e Gilbert Roberts, da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, cuja pesquisa foi publicada na revista Heredity (do mesmo grupo da prestigiada Nature), usaram um modelo computacional para verificar se um elemento que alterava as mutações genéticas em bactérias também influenciava espécies que se reproduzem de forma sexuada, como nós. A resposta foi sim.
Quer isto dizer que o 'gene modificador', que até agora os cientistas acreditavam só agir em bactérias, actua também nos seres humanos, aumentando o número de mutações genéticas.
De acordo com a lógica linear da teoria evolucionista, toda a forma de selecção diminuiria as diferenças numa espécie, apenas em algumas gerações. No entanto, se nos tornássemos num grupo homogéneo de indivíduos, a própria selecção natural deixaria de funcionar, já que não haveria diferenças para ajudar à escolha.
Além disso, o fim da diversidade genética é um risco, já que sem variações dentro da espécie, uma única doença causada por uma bactéria poderia dizimar-nos a todos.
Por outro lado, nem todas as mutações são benéficas. Pelo contrário, a maioria delas causa problemas, de que é exemplo o cancro, afirma Marion Petrie, sublinhando que “mutações benéficas são raras”.
“É um círculo. Sem diversidade não há selecção sexual. Esta selecciona indirectamente o gene modificador, que aumenta a diversidade, permitindo que a selecção sexual continue a existir”, esclarece Petrie.
Desta forma, não apenas a teoria da evolução não está errada, como se revela muito mais subtil e complexa. E, se não somos todos lindíssimos, pelo menos consola-nos a probabilidade de fazermos parte de uma espécie mais duradoura.
Links relacionados:
Universidade de Newcastle
Heredity
Nature
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