4.26.2010

Vício em jogos de computador é semelhante ao do álcool e cannabis



Os jogos de computador em excesso viciam tanto o cérebro como o álcool ou a cannabis, defendem especialistas da Charité University Hospital Berlin que demonstram ainda que os efeitos de recompensa são fomentados pela libertação de dopamina.

Ao que parece é preciso ter o máximo cuidado com o tempo que uma criança ou um adolescente passa em frente a um computador.

Psicólogos da Interdisciplinary Addiction Research Group, na Charité University Hospital Berlin, Alemanha, apresentam resultados de um estudo que indica que os mecanismos de dependência dos jogos de computador no cérebro são semelhantes aos provocados pelo vício de drogas como a cannabis e álcool.

Os especialistas desenvolveram uma pesquisa de grandes dimensões que envolveu 7000 jogadores de computador, os quais foram divididos por dois grupos: aqueles que jogam de forma moderada e os que o fazem de forma excessiva.

Com base em estímulos visuais de uma imagem comum e de uma imagem de um jogo de computador e um estímulo sonoro "assustador", os cientistas analisaram as actividades cerebrais dos indivíduos com base em medições realizadas através de Electroencefalograma (EEG) e Electromiograma (EEG).

Os dados do estudo indicam que o cérebro dos jogadores excessivos quando expostos à imagem sobre o jogo apresentaram um aumento de actividade cerebral comparativamente com a imagem comum. Por outro lado, assustaram-se muito menos com o barulho enquanto assistiam a cenas do jogo. Resultados que indicam que os jogos de computador provocam associações positivas cerebrais nestes indivíduos.



«As reacções do cérebro de pessoas que jogam computador excessivamente são semelhantes às das pessoas viciadas em álcool e cannabis», explica Ralf Thalemann, investigador envolvido no estudo. O especialista acrescenta que, «em suma, pode-se dizer que os padrões do EEG e EMG dos jogadores excessivos de jogos de computador e dos viciados em álcool e cannabis são comparáveis. O sistema de recompensa é activado e experiências positivas são armazenadas numa "memória viciada" no cérebro».

Os especialistas indicam que os jogos de computador são geralmente divertidos e, por isso, apresentam uma sensação de recompensa para o indivíduo. No entanto, quando a prática é recorrente, a sensação de recompensa também o é, logo o cérebro é sujeito repetidamente a este estímulo de recompensa, que o faz libertar o neuro-transmissor dopamina que provoca felicidade à semelhança de drogas viciantes.
De acordo com os dados obtidos através do estudo, este estímulo de recompensa e libertação de dopamina acabam por criar, aquilo a que os cientistas denominaram, "memória viciada", sendo que esta situação ocorre em mais de um jogador em cada dez.

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