5.01.2010

Desastre Ambiental

(Foto: Satélite Terra No canto inferior direito da foto, a mancha de óleo que ameaça a costa sul dos EUA

Vazamento na costa dos EUA mostra limites de segurança, diz Greenpeace
Danos à fauna marinha são irreversíveis, avalia a ONG ambientalista.

Entidade defende ‘blindagem’ de áreas sensíveis à atividade petrolífera.
desastre ambiental no Golfo do México prova que é falsa a alegação das companhias petrolíferas de que já há tecnologia consolidada para contenção de vazamentos, avalia a ONG ambientalista Greenpeace. Uma plataforma operada pela British Petroleum (BP) explodiu na terça-feira (20) passada e afundou dois dias depois. Cerca de 5 mil barris estão vazando no mar por dia, 5 vezes mais que o estimado assim que ocorreu o acidente.


O foco do vazamento fica a 1,5 km de profundidade e 80 km da costa. O petróleo formou uma mancha de 70 por 170 km – maior do que a Jamaica.

“Contra a ideia de superar o mais rápido possível a dependência da exploração de gás e óleo, as companhias se defendiam afirmando que a tecnologia é tão avançada que os impactos são mínimos”, diz Leandra Gonçalves, da Campanha de Oceanos do Greenpeace. “A gente percebe que isso não é verdade. Muita coisa sobre o vazamento ainda é desconhecida. Apesar do investimento de governos e corporações e do alegado avanço tecnológico, não há como conter o impacto de vazamentos.”

Muita coisa sobre o vazamento ainda é desconhecida. Apesar do investimento de governos e corporações e do alegado avanço tecnológico, não há como conter o impacto de vazamentos"Leandra Gonçalves, do GreenpeaceA queima controlada do óleo, por exemplo, teve de ser interrompida pela Guarda Costeira por causa de fortes ventos.

Segundo Leandra, trata-se de um dos maiores eventos do tipo já registrados, e os danos à fauna marinha serão irreversíveis. “Com certeza, vai marcar história.”

O estado da Louisiana abriga cerca de 40% dos pântanos – um frágil ecossistema – e mangues americanos e é o hábitat de inúmeras espécies de peixes e aves.

A mancha poluente ameaça a fauna e paralisa a indústria pesqueira na costa sul dos Estados Unidos, mais especificamente os estados de Mississippi, Alabama e Flórida, além da Louisiana. A receita da pesca comercial na região em 2008 foi de US$ 659 milhões, segundo relatório da NOAA, a agência americana responsável por monitoramento oceânico e atmosférico.

Segundo Leandra, o Greenpeace reconhece a dificuldade de migrar para energia limpa de uma hora para outra, mas, ainda assim, propõe que sejam definidas “áreas sensíveis”, totalmente livres da exploração de petróleo e gás.

G1.com

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