4.19.2012

Dieta a base de carne fez humanos terem mais filhos, diz pesquisa

Cérebro de carnívoro ativa vontade de desmamar primeiro.
Hábito alimentar fez sobrar ‘tempo’ para mais gestações.

Do G1, em São Paulo
Quando os primeiros seres humanos se tornaram carnívoros, a dieta mais reforçada permitiu mães a desmamar seus bebês mais cedo e ter mais filhos. O efeito dessa mudança foi profundo sobre a dinâmica populacional e o curso da evolução humana, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (18) na revista científica “PLoS One”
Em uma comparação de 67 espécies de mamíferos, incluindo seres humanos, chimpanzés, camundongos e orcas (conhecidas como baleias assassinas), entre muitas outras, pesquisadores da Universidade Lund, na Suécia, acharam uma relação entre o hábito de comer carne e o desmame precoce.
"Comer carne permitiu que os períodos de amamentação e, assim, o tempo entre os nascimentos fossem encurtados", disse Elia Psouni, principal autor do estudo. "Isso deve ter tido um impacto crucial na evolução humana", afirma.
Entre as sociedades analisadas, a duração média da amamentação é de 2 anos e 4 meses. Isto não é muito em relação à duração máxima da vida dessas, cerca de 120 anos. E ainda menos se comparado aos chimpanzés, os parentes mais próximos dos humanos, cujas fêmeas amamentam durante quatro e cinco anos, enquanto que o primata vive no máximo 60 anos.
Enquanto várias pesquisas tentam explicar o curto período de amamentação dos humanos com base em teorias comportamentais e sociais, o grupo da Universidade Lund mostrou que os bebês de todas as espécies param de mamar quando seus cérebros atingem um determinado estágio de desenvolvimento.
A diferença é que os carnívoros - classificados como espécies para as quais pelo menos 20% do conteúdo de energia de sua dieta vem de carne - chegam a este ponto mais cedo do que herbívoros ou onívoros, devido à sua dieta considerada de maior qualidade.
Portanto, os diferentes tempos de desmame para os seres humanos e os grandes símios parece resultar simplesmente do fato de que, como espécie, os seres humanos são carnívoros, enquanto gorilas, orangotangos e chimpanzés são herbívoros ou onívoros, ressalta a pesquisa.

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