Voo livre
Biquínis e maiôs asa-delta voltam à cena: estilistas e musas de todas as épocas comentam o retorno da modelagem mais polêmica das areias cariocas
POR Marcia Disitzer
Rio -
Considerada um dos pecados capitais da moda, a modelagem asa-delta,
quem diria, voltou à cena. Marca registrada dos anos 80, sua principal
característica é a cava alta em calcinhas e maiôs, deixando a mulher com
a perna mais alongada e atitude sexy. Atrizes como Monique Alfradique,
no Carnaval, e Deborah Secco, na capa da revista ‘GQ’, resgataram o
estilo do limbo em direção ao sucesso. No sobe e desce do biquíni, as
opiniões se dividem.
Esse revival já começou dando samba. Quando Monique Alfradique, rainha
de bateria da Viradouro, pisou na Sapucaí, os fashionistas repararam:
sua fantasia privilegiava o corte rotulado por muitos de o mais cafona
das areias. “A minha fantasia foi feita no meu corpo e fui dando opinião
ao longo do processo. Como usei botas longas, preferi um modelo
asa-delta para alongar as pernas”, explica Monique.
Criador do nome asa-delta nos anos 80, o estilista Cidinho Pereira, da marca Bumbum, conta ter se inspirado na geração ‘Menino do Rio’. “Era a época do voo livre, do Pepê, da Praia do Pepino. Observei que as meninas amarravam as alças do sutiã na calcinha do biquíni. Então, criei um modelo baseado na asa-delta dos meus amigos voadores”, lembra ele. Segundo Cidinho, a modelagem tem público fiel até hoje. “São mulheres mais maduras”, entrega ele. Sobre a vantagem de alongar as pernas, rebate: “Mas é preciso ter cuidado por encurtar o tronco”.
Musa de todas as praias, Luiza Brunet usou, sim, maiôs cavados e biquínis no estilo na década de 80. Mas hoje, nem pensar. “O corpo da mulher era outro. Acho que não se adequa às garotas musculosas e saradas da academia”, diz Luiza, que aponta outro defeito: “Mostra demais e a sexualidade exarcerbada é desfavorável, não acho bacana”, analisa. Contemporânea de Luiza, Monique Evans, que marcou a década de 80 por seu comportamento vanguarda na praia de Ipanema (a modelo fazia topless, causando alvoroço entre os frequentadores), conta que nunca deixou de usar. “O bonito da mulher é ter pernas longas”, decreta ela, que considera vulgar as marquinhas de sol.
Para Eli Alves, da Ki Korpo, que confeccionou o maiô vermelho desta reportagem, o asa-delta pode voltar, sim, mas readaptado. “Atualmente usamos um tecido superleve, diferente da lycra daqueles anos, que nos permite fazer drapeados e efeitos”, explica. E você, vai decolar?
Foto: João Laet / Agência O Dia
Criador do nome asa-delta nos anos 80, o estilista Cidinho Pereira, da marca Bumbum, conta ter se inspirado na geração ‘Menino do Rio’. “Era a época do voo livre, do Pepê, da Praia do Pepino. Observei que as meninas amarravam as alças do sutiã na calcinha do biquíni. Então, criei um modelo baseado na asa-delta dos meus amigos voadores”, lembra ele. Segundo Cidinho, a modelagem tem público fiel até hoje. “São mulheres mais maduras”, entrega ele. Sobre a vantagem de alongar as pernas, rebate: “Mas é preciso ter cuidado por encurtar o tronco”.
Musa de todas as praias, Luiza Brunet usou, sim, maiôs cavados e biquínis no estilo na década de 80. Mas hoje, nem pensar. “O corpo da mulher era outro. Acho que não se adequa às garotas musculosas e saradas da academia”, diz Luiza, que aponta outro defeito: “Mostra demais e a sexualidade exarcerbada é desfavorável, não acho bacana”, analisa. Contemporânea de Luiza, Monique Evans, que marcou a década de 80 por seu comportamento vanguarda na praia de Ipanema (a modelo fazia topless, causando alvoroço entre os frequentadores), conta que nunca deixou de usar. “O bonito da mulher é ter pernas longas”, decreta ela, que considera vulgar as marquinhas de sol.
Para Eli Alves, da Ki Korpo, que confeccionou o maiô vermelho desta reportagem, o asa-delta pode voltar, sim, mas readaptado. “Atualmente usamos um tecido superleve, diferente da lycra daqueles anos, que nos permite fazer drapeados e efeitos”, explica. E você, vai decolar?
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