O que propõe
Considerando que ninguém pode passar o resto da vida só à base de
frutas, saladas, legumes, verduras e carnes magras, o nutricionista
americano Robert Ferguson desenvolveu esta dieta que utiliza a
combinação de nutrientes – carboidratos com itens que desaceleram a
rápida absorção do açúcar, como proteínas e fibras – para emagrecer. “Se
o carboidrato é totalmente retirado da alimentação, não há energia
suficiente para as atividades básicas, podendo levar à hipoglicemia. Com
isso, o corpo começa a queimar massa magra, ou seja, massa muscular, e
não gordura armazenada”, explica Isabella Correia, pós-graduada em
Nutrição Clínica e Funcional e nutricionista da Clínica Patrícia
Davidson, no Rio de Janeiro. Cortá-lo radicalmente ainda provoca
inanição, quer dizer, fraqueza, e reduz o metabolismo basal em até 40% -
esta taxa é a quantidade calórica que o corpo utiliza, durante o
repouso, para o funcionamento de todos os órgãos.
Carboidratos são ricos em glicose, o açúcar do sangue. “O uso deste
grupo de alimentos, quando equilibrado, mantém o organismo saudável”,
observa a nutricionista. Comer pão, arroz ou macarrão com proteínas e
fibras reduz a fome e dá energia. Isso porque há um retardo do índice
glicêmico do carboidrato: ele demora mais para ser transformado em
açúcar na corrente sanguínea – e, dessa forma, os nutrientes permanecem
mais tempo no sangue – e a produção de insulina é mantida em equilíbrio,
levando ao emagrecimento. “Vale lembrar que, quando produzida em
excesso, a insulina faz com que o corpo retenha gordura”, salienta
Isabella. E tem mais, as fibras proporcionam maior enchimento
gastrointestinal. Trocando em miúdos: a fome fica sob controle!
Como é feita
Algumas dicas para a dieta dar certo: beber água, de forma a aproveitar
os benefícios das fibras; fazer exercícios regularmente, para aumentar e
manter o metabolismo ativo; não fumar e reduzir ao máximo o consumo de
álcool; e não ficar mais de três horas sem comer – o cardápio deve
incluir desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.
Agora, as refeições...
No café da manhã, o ideal é ingerir frutas, itens desnatados e light
(leite, iogurte, coalhada) e trocar o pão branco pelo integral ou por
cereais sem açúcar, itens de baixo índice glicêmico. Para pessoas que
não abrem mão do pãozinho branco, a dica é consumi-lo com uma fatia de
queijo magro – de soja ou branco light – ou um ovo mexido. Tal cuidado
vai fazer o índice glicêmico cair.
Nos lanches intermediários, é recomendado beber um copo de leite de
soja ou um suco de laranja ou maçã, de preferência batidos com alguma
fibra, como aveia, linhaça ou semente de girassol – também para reduzir o
índice glicêmico. Outras opções são iogurte desnatado com barrinha de
cereais, e uma fruta (uma banana, duas ameixas, ½ mamão papaia) com
alguma porção de proteína (queijo magro, rolinho de peito de peru).
No almoço e no jantar, vale abusar de verduras como acelga, rúcula,
alface ou repolho e couve, acompanhadas de uma colher de sopa de
linhaça, além de cenoura refogada, arroz integral e uma porção de
proteína magra (carne, frango ou peixe). Se optar pelo arroz branco, é
bom servi-lo junto com algum legume como brócolis – para não aumentar o
tal índice glicêmico. Alternativas práticas: um prato de sopa de legumes
com macarrão, atum conservado em água com suflê de legumes alaranjados e
sanduíche natural feito com duas fatias de pão integral e frango
desfiado com azeite. Na sobremesa, é bom trocar doces por frutas –
banana, laranja, pêra ou maçã.
Promessa
A perda de peso é garantida, mas varia individualmente. Na média, é possível eliminar de 1 kg a 1,5 kg por semana.
Contraindicação
“O ideal é que cada cardápio de dieta seja feito exclusivamente para a
pessoa. Mas, como esse regime é equilibrado, pode ser adotado por quem
quer reduzir peso e investir em um estilo de vida saudável”, diz
Isabella Correia. Pacientes com diabetes precisam falar com seu médico
antes, assim como os que apresentam doença celíaca, isto é, intolerância
ao glúten – já que o menu traz farinha em pães e massas.
Eu fiz
“Soube dessa dieta ao ler sobre o assunto num jornal. Como não gosto de
cardápios restritivos, que me obrigam a ficar no trio
folhas-frutas-legumes, quis tentar para ver se conseguia perder aqueles
três quilinhos que sempre incomodam a nós, mulheres. Além de eliminar
quase isso, me senti muito bem disposta, pois passei 15 dias comendo
itens bastante saudáveis. Importante ressaltar que gosto de tudo
integral – pães, massas, arroz –, o que me ajudou a incluir mais fibras
ainda na alimentação. Quanto às proteínas, não como carne vermelha e
fiquei só no peixe e na soja.”
Carolina Oliviero, pesquisadora e escultora
Por Rosana Faria de Freitas
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