4.29.2012

Espanha: Povo nas ruas

Milhares de pessoas protestam na Espanha contra austeridade

Seriam 40 mil pessoas, segundo manifestantes, e 9 mil, segundo polícia.
Ato é contra os cortes de 10 bilhões de euros em educação e saúde.

Do G1, com agências internacionais*

Com o lema "não se brinca com a educação nem com a saúde", dezenas de milhares de pessoas protestaram neste domingo (29) em Madri contra as novas medidas de austeridade do governo, que pretende economizar 10 bilhões de euros nestes setores.
Manifestantes fecharam regiões centrais da capital Madri em um domingo úmido para protestar contra os cortes à educação e serviços de saúde, o que segundo o governo tem que ser feito para ajudar a reduzir o déficit público. Os protestos, considerados pacíficos, foram replicados em mais de 50 cidades pelo país, uma vez que os espanhóis mostram-se cada vez mais irritados com as medidas de austeridade e anos de privações provocados pelos problemas no setor imobiliário na onda da crise financeira global em 2008.
As manifestações foram organizadas pelos sindicatos UGT e Comissões Operárias em defesa "do bem estar e dos serviços públicos", segundo o jornal El País.
Protesto na Espanha reúne milhares contra austeridade (Foto: Dominique Faget/AFP)Protesto na Espanha reúne milhares contra cortes em saúde e educação. (Foto: Dominique Faget/AFP)

Os protestos teriam reunido 40 mil pessoas, segundo os manifestantes, e 9 mil, de acordo com a polícia, noticiou o jornal "El Mundo". De qualquer forma, o número divulgado pelos organizadores é bem moneor que o das últimas manifestações, dizem os jornais.
"Os cortes na educação e na saúde são os últimos que podemos aguentar, a classe trabalhadora. O que nos resta se não temos nem trabalho?", diz Domingo Zamora, 60 anos, funcionário do setor público. "Estão nos apertando até a asfixia", afirma Pilar Logales, 60 anos.
"É criminoso cortar a saúde", "Povos da Europa, levantem-se", "NÃO" eram alguns dos cartazes exibidos pelos manifestantes.
Ignacio Fernández Toxo, das Comissões Operárias, disse, de acordo com o "El País", que por trás das medidas de ajuste nos gastos se realiza “uma mudança do modelo social na Espanha” que coloca em perigo a convivência. "Estamos chegando perto de uma situação de emergência econômica e social", disse Toxo em relação aos cortes.
Protesto na Espanha reúne milhares contra austeridade (Foto: Dominique Faget/AFP)Segundo manifestantes, 40 mil estiveram nas ruas. Polícia diz serem 9 mil.
(Foto: Dominique Faget/AFP)
Mais manifestações
A manifestação deste domingo marca o início de manifestações em 55 cidades epanholas.
Os líderes sindicais, segundo o jornal "El País", definiram a Porta do Sol como local final da mobilização com um chamamento para que os protestos não temrminem, mas que sejam permanentes. As centrais sindicais convocam novas manifestações para o 1º de Maio, terça-feira.
Em Barcelona, 4.000 pessoas, segundo os sindicatos informaram à France Presse, se reuniram para protestar pelos mesmos motivos no centro da cidade. "Não é crise, é intervenção" e "Não são reformas, é um saque", afirmavam algumas faixas.
Para tentar reduzir o déficit, o governo conservador espanhol aprovou em 20 de abril um plano de austeridade que afeta os setores muito sensíveis da Saúde e da Educação, administrados na Espanha pelas 17 comunidades autônomas. O país pretende assim poupar 10 bilhões de euros por ano.
A Espanha tem 12 meses para reduzir em mais de três pontos seu déficit, de 8,51% a 5,3% do PIB, e anunciou o orçamento mais austero de sua história, para recuperar 27,3 bilhões de euros

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