A quatro meses da eleição, Barack Obama consegue uma grande vitória ao emplacar o texto base da lei de reforma da saúde
Do Portal Terra e AFPSem se dar por vencida, a oposição republicana prometeu que tentará revogar totalmente a reforma da saúde após as eleições de novembro. O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, se comprometeu a seguir lutando para revogar a reforma do sistema de saúde. "A Câmara seguirá lutando pela revogação completa" da reforma, indicou Boehner em uma mensagem difundida em sua conta pessoal no Twitter.
À exceção do caso Bush contra Gore, que selou a vitória de George
W. Bush na eleição presidencial de 2000, "muitas pessoas têm dado
atenção a esta questão, mais do que em qualquer outro caso na história
recente" da Suprema Corte, declarou Paul Clement, advogado dos
adversários da administração Obama.
O mais alto tribunal dos Estados Unidos, de maioria conservadora,
apresentou às 10h (11h no horário de Brasília) seu veredicto, descrito
por especialistas como "a decisão do século", no último dia de sua
sessão anual e após três meses de deliberações. "Nós respondemos ao
chamado da história", disse Barack Obama durante a adoção da lei em
março de 2010. "Nós provamos que este governo - um governo do povo e
pelo povo - continua a trabalhar para o povo".
Mais da metade dos Estados, uma organização patronal e quatro
indivíduos acreditam que esta disposição viola a Constituição. Eles
pediram que a Corte reavaliasse todas as 2,7 mil páginas da legislação. O
governo havia pedido ao Tribunal para julgar a disposição conforme a
Constituição. "Eu acredito que seja fundamental garantir que todos neste
país tenham uma cobertura médica decente que não seja arruinada quando
estão doentes", declarou Obama na terça-feira.
O rival republicano de Obama, Mitt Romney, que instituiu uma
legislação parecida no Estado de Massachussetts quando foi governador,
criticou a decisão. "O que a Suprema Corte não fez hoje, eu farei no meu
primeiro dia como presidente dos Estados Unidos", prometeu Romney, que
se manifestou pouco depois do anúncio da validação da lei mais simbólica
da presidência Obama pela mais alta jurisdição do país.
Pesquisas recentes mostraram a impopularidade da reforma em um país
obcecado pela defesa das liberdades individuais. "A Corte deve decidir
com base na Constituição, e não nas pesquisas", disse à AFP a advogada
Elizabeth Wydra, pró-governo. "Se os juízes seguirem a Constituição, a
história e todas as suas decisões anteriores relativas ao poder federal,
facilmente vão confirmar a lei".
"O que está em jogo é saber se o nosso governo federal tem poderes
limitados", declarou o advogado Randy Barnett, que defende aqueles que
se queixam a respeito da inconstitucionalidade da reforma, ressaltando:
"Não estamos na França nem na Inglaterra, não estamos em um Estado com
poderes ilimitados".
Após a decisão da Suprema Corte, o republicano Eric Cantor afirmou
que a Câmara dos Representantes americana votará no dia 11 de julho pela
revogação da reforma da saúde. "No dia 11 de julho, a Câmara votará
novamente pela revogação do Obamacare", anunciou Cantor. No entanto,
mesmo que a câmara baixa dominada pelos republicanos desaprove o texto, a
revogação não deve passar pelo Senado, que permanece nas mãos dos
democratas.
Obama diz que decisão sobre reforma da saúde é vitória do povo americano
O presidente Barack Obama comemorou nesta quinta-feira a decisão da
Suprema Corte americana de manter seu projeto de sistema de saúde como
uma vitória para o povo dos Estados Unidos e pediu aos opositores
respeitem a decisão da justiça. "Independentemente da política, a
decisão de hoje foi uma vitória para o povo deste país, cujas vidas
estão seguras por causa dessa lei e da decisão da Suprema Corte que a
apoia", declarou Obama.
Obama discursou depois que a Suprema Corte proferiu uma decisão
sustentando a reforma da saúde do presidente, que busca ampliar a
cobertura de segurados para mais 32 milhões de pessoas. "O mais alto
tribunal do país agora falou. Vamos continuar a implementar esta lei.
Vamos trabalhar juntos para melhorá-la onde pudermos", disse Obama.
"Mas o que não vamos fazer, o que o país não tem recursos para
fazer, é travar novamente as batalhas políticas de dois anos atrás ou
voltar para como era antes", disse. Os republicanos, no entanto,
prometeram lutar para revogar o "Affordable Health Care Act", e a Câmara
de Representantes marcou uma votação para o dia 11 de julho.
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