6.10.2012

Vacina contra a "Doença de Parkinson"

Doenças degenerativas

Empresa anuncia 1º teste clínico de vacina contra Parkinson

Vacina ataca a proteína alfa-sinucleína, relacionada com o desenvolvimento da doença

Affiris anuncia primeiro teste clínico mundial para vacina contra Parkinson Parkinson: doença afeta cerca de 1 em cada 250 pessoas com mais de 40 anos. (Nicholas Kamm/AFP)
O primeiro teste em pacientes para elaborar uma vacina terapêutica contra a doença de Parkinson teve início na Áustria. A novidade foi anunciada nesta terça-feira pela empresa de biotecnologia austríaca Affiris.
A vacina terapêutica, chamada PDO1A, ataca a proteína alfa-sinucleína, que desempenha um papel importante no desenvolvimento da doença. A PDO1A deve "educar o sistema imunológico para que ele gere anticorpos contra a alfa-sinucleína", explica a Affiris em comunicado publicado em sua página na Internet.

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DOENÇA DE PARKINSON
É uma doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso. A degeneração das células nervosas na doença não tem causa conhecida. A doença não tem cura, mas existem tratamentos que diminuem seus sintomas, que são, principalmente, tremores quando os músculos estão em repouso e lentidão dos movimentos. Afeta cerca de 1 em cada 250 indivíduos com mais de 40 anos.
ALFA-SINUCLEÍNA
Ainda não se sabe o que exatamente causa o distúrbio, mas evidências apontam como principal causador o acúmulo da proteína alfa-sinucleína, encontrada em todos os pacientes que sofrem de Parkinson. Essa proteína pode se tornar tóxica e provocar a morte de neurônios quando se une em aglomerados. Não se sabe ao certo qual é a função convencional da alfa-sinucleína no cérebro, pesquisadores acreditam que ela pode ajudar a comunicação entre os neurônios.
"A vacina oferece pela primeira vez a perspectiva de um tratamento das causas da doença de Parkinson, e não apenas dos sintomas", destaca a empresa.
A doença de Parkinson é provocada por depósitos de alfa-sinucleína de forma patológica no cérebro. Uma redução dos depósitos desta proteína poderia ter efeitos benéficos na evolução da doença, de acordo com a Affiris.

Em estudo publicado em março deste ano, cientistas conseguiram interromper a progressão da doença de Parkinson em um animal vivo com o bloqueio do acúmulo de alfa-sinucleína.
Nesta primeira etapa de teste clínico, participam 32 pacientes de uma clínica de Viena. A primeira fase pretende determinar se a PDO1A é tolerável e segura para o ser humano. Cada paciente será submetido a testes durante 12 meses - o estudo prosseguirá até o fim de 2012, segundo o diretor médico do estudo, Achim Schneeberger.
O estudo recebeu apoio financeiro de 1,5 milhão de dólares da fundação do ator americano Michael J. Fox, que sofre de Parkinson.

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