4.14.2014

A Pedagogia de Paulo Freire


 

     Paulo Freire

A espiritualidade não-dogmática não aceita crenças ou recomendações cegas, mas é, ao invés disso, um processo vivo de aprender e de ensinar.  
Mesmo sem usar em momento algum o rótulo de espiritual ou de religioso, o pensador brasileiro Paulo Freire propõe em suas obras sobre pedagogia uma atitude mais eficaz diante do aprender e do ensinar.
Sua abordagem é de grande utilidade para a arte de viver corretamente. Ele escreveu:
“Outro saber necessário à prática educativa, e que se funda na mesma raiz que acabo de discutir – a da inconclusão do ser humano que se sabe inconcluso –  é o que fala do respeito devido à autonomia do ser do educando.  Do educando criança, jovem ou adulto. Como educador, devo estar  constantemente advertido com relação a esse respeito, que implica igualmente o respeito que devo ter por mim mesmo. Não faz mal repetir afirmação várias vezes feita nesse texto – o inacabamento de que nos tornamos conscientes nos faz seres éticos. O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. (...) O professor que desrespeita a curiosidade do aluno, o seu gosto estético, a sua inquietude (...) o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que ‘ele se ponha no seu lugar’ ao mais tênue sinal de sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento do seu dever de propor limites à liberdade do aluno,  que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, esse professor transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência.” [8]
O pensamento de Paulo Freire permite examinar melhor os mitos e as ilusões do chamado movimento esotérico.  Algumas pessoas  têm a impressão de que a espiritualidade é algo que se transmite mecanicamente de quem sabe para quem não sabe. Deste ponto de vista, aquele que tem o conhecimento deve ser ativo no processo, e quem não sabe deve ser apenas passivo e receber a ação, obedecendo cegamente. Essa premissa é falsa. Quando ela é aceita, a caminhada é feita sobre a base da ilusão.  
Desde o início, aquele que sabe mais deve se colocar como um auxiliar daquele que sabe menos. Aquele que sabe menos é, na verdade,  o centro e o autor do processo de aprendizagem, e não pode ser artificialmente colocado na  periferia da sua própria caminhada.
Por  Carlos Cardoso Aveline

Paulo Freire

Paulo Reglus Neves Freire (1921 - 1997), foi um educador brasileiro. [Biografia de Paulo Freire]
Não há vida sem correção, sem retificação.
Mudar é difícil mas é possível
Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação reflexão
Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.
Conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode realmente conhecer.
Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.
A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.
Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanha pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.
A humildade exprime, uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém.
As terríveis consequências do pensamento negativo são percebidas muito tarde.
Amar é um ato de coragem.
Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
Paulo Freire

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