4/3/2014
O
programa brasileiro de combate às chamadas doenças negligenciadas foi
elogiado ontem em Paris por um grupo internacional formado pela OMS
(Organização Mundial da Saúde), empresas farmacêuticas, governos e
doadores.
Entre os
principais benfeitores está o bilionário Bill Gates, que discursou no
evento e cobrou mais engajamento do mundo para a causa. O plano do grupo
é eliminar dez dessas doenças até 2020.
As
doenças negligenciadas, como hanseníase e doença de Chagas, atingem uma
em cada seis pessoas do planeta, quase sempre pobres, e são alvo de
pouco interesse de governos e de farmacêuticas. O Brasil lidera a
incidência delas nas Américas.
Apesar
de subestimadas por muito tempo, diz o relatório divulgado, desde 2011 o
assunto é tratado como prioridade pelo governo brasileiro ao ser
incluído no combate à pobreza extrema.
A
coordenadora do Ministério da Saúde para a área, Rosa Soares, apresentou
o caso brasileiro e foi parabenizada pela diretora-geral da OMS,
Margaret Chan. Soares disse
acreditar que o Brasil se destaca pela decisão "inovadora" de integrar o
tratamento de várias doenças de uma vez. "Deu certo, uma catalisou a
atenção da outra", disse.
Ao lado
de China e Índia, o país foi chamado de "ator chave" por conseguir pagar
por seus programas. "Esses países estão financiando a maioria de seus
custos com recursos domésticos, permitindo à comunidade global focar na
necessidade dos países de menor renda."
Soares
disse que o sucesso brasileiro na área mostra que o país também pode
ajudar outras nações. O país poderia começar, disse, apoiando vizinhos
como Bolívia, Paraguai e Colômbia, onde há populações fronteiriças com
alta incidência das doenças, o que representa risco para o Brasil.
Fonte: Folha de S. Paulo |
Doenças Negligenciadas
Doenças
negligenciadas são doenças que não só prevalecem em condições
de pobreza, mas também contribuem para a manutenção do quadro
de desigualdade, já que representam forte entrave ao
desenvolvimento dos países. O emprego do termo
“doenças negligenciadas” é relativamente recente e polêmico.
Foi originalmente proposto na década de 1970, por um programa
da Fundação Rockefeller como “the Great Neglected Diseases”,
coordenado por Kenneth Warren.
de pobreza, mas também contribuem para a manutenção do quadro
de desigualdade, já que representam forte entrave ao
desenvolvimento dos países. O emprego do termo
“doenças negligenciadas” é relativamente recente e polêmico.
Foi originalmente proposto na década de 1970, por um programa
da Fundação Rockefeller como “the Great Neglected Diseases”,
coordenado por Kenneth Warren.
Em 2001 a Organização não governamental
Médicos Sem Fronteiras (MSF) em seu documento
“Fatal Imbalance” propôs dividir as doenças em Globais,
Negligenciadas e Mais Negligenciadas (MSF, 2001) .
Neste mesmo ano o Relatório da Comissão sobre Macroeconomia e Saúde
(OMS, 2001) introduziu uma classificação similar, dividindo
as doenças em Tipo I (equivalente às doenças globais dos MSF),
Tipo II (Negligenciadas/MSF) e Tipo III (Mais Negligenciadas/MSF).
Médicos Sem Fronteiras (MSF) em seu documento
“Fatal Imbalance” propôs dividir as doenças em Globais,
Negligenciadas e Mais Negligenciadas (MSF, 2001) .
Neste mesmo ano o Relatório da Comissão sobre Macroeconomia e Saúde
(OMS, 2001) introduziu uma classificação similar, dividindo
as doenças em Tipo I (equivalente às doenças globais dos MSF),
Tipo II (Negligenciadas/MSF) e Tipo III (Mais Negligenciadas/MSF).
Este
termo tem sido desde então utilizado para se referir a um conjunto
de doenças causadas por agentes infecciosos e parasitários (vírus, bactérias,
protozoários e helmintos) que são endêmicas em populações de baixa renda
. Hoje o combate a essas enfermidades, que atingem particularmente
as populações marginalizadas, é essencial para o cumprimento
dos objetivos de desenvolvimento da Organização
das Nações Unidas (ONU) para o milênio.
de doenças causadas por agentes infecciosos e parasitários (vírus, bactérias,
protozoários e helmintos) que são endêmicas em populações de baixa renda
. Hoje o combate a essas enfermidades, que atingem particularmente
as populações marginalizadas, é essencial para o cumprimento
dos objetivos de desenvolvimento da Organização
das Nações Unidas (ONU) para o milênio.
Embora
necessárias, atividades de pesquisa não são
suficientes para o controle das doenças negligenciadas, mas
apenas um componente de um complexo sistema de inovação
em saúde. Desta forma, o principal objetivo do INCT-IDN é desenvolver
uma abordagem sistêmica de gestão da inovação, de modo a gerar
subsídios para o SUS e a política industrial em saúde,
fundamentada em sólida base de pesquisa e formação
de recursos humanos, atuando em constante interação com a sociedade.
suficientes para o controle das doenças negligenciadas, mas
apenas um componente de um complexo sistema de inovação
em saúde. Desta forma, o principal objetivo do INCT-IDN é desenvolver
uma abordagem sistêmica de gestão da inovação, de modo a gerar
subsídios para o SUS e a política industrial em saúde,
fundamentada em sólida base de pesquisa e formação
de recursos humanos, atuando em constante interação com a sociedade.
No Brasil, em 2006 foi realizada a primeira oficina de
prioridades em doenças negligenciadas, iniciado o
Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças
Negligenciadas no Brasil, no âmbito da parceria do MS com
o MCT e Secretaria de Vigilância em Saúde. Por meio de
dados epidemiológicos, demográficos e o impacto da
doença, foram definidas, entre as doenças consideradas
negligenciadas, sete prioridades de atuação que
compõem o programa em doenças negligenciadas: dengue,
doença de Chagas, leishmaniose, malária, esquistossomose,
hanseníase e tuberculose.
prioridades em doenças negligenciadas, iniciado o
Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças
Negligenciadas no Brasil, no âmbito da parceria do MS com
o MCT e Secretaria de Vigilância em Saúde. Por meio de
dados epidemiológicos, demográficos e o impacto da
doença, foram definidas, entre as doenças consideradas
negligenciadas, sete prioridades de atuação que
compõem o programa em doenças negligenciadas: dengue,
doença de Chagas, leishmaniose, malária, esquistossomose,
hanseníase e tuberculose.
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