4.05.2014

Brasil é elogiado por programa de combate a doenças negligenciadas

 

4/3/2014


Dilma fazendo joia
O programa brasileiro de combate às chamadas doenças negligenciadas foi elogiado ontem em Paris por um grupo internacional formado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), empresas farmacêuticas, governos e doadores.

Entre os principais benfeitores está o bilionário Bill Gates, que discursou no evento e cobrou mais engajamento do mundo para a causa. O plano do grupo é eliminar dez dessas doenças até 2020.

As doenças negligenciadas, como hanseníase e doença de Chagas, atingem uma em cada seis pessoas do planeta, quase sempre pobres, e são alvo de pouco interesse de governos e de farmacêuticas. O Brasil lidera a incidência delas nas Américas.

Apesar de subestimadas por muito tempo, diz o relatório divulgado, desde 2011 o assunto é tratado como prioridade pelo governo brasileiro ao ser incluído no combate à pobreza extrema.

A coordenadora do Ministério da Saúde para a área, Rosa Soares, apresentou o caso brasileiro e foi parabenizada pela diretora-geral da OMS, Margaret Chan. Soares disse acreditar que o Brasil se destaca pela decisão "inovadora" de integrar o tratamento de várias doenças de uma vez. "Deu certo, uma catalisou a atenção da outra", disse.

Ao lado de China e Índia, o país foi chamado de "ator chave" por conseguir pagar por seus programas. "Esses países estão financiando a maioria de seus custos com recursos domésticos, permitindo à comunidade global focar na necessidade dos países de menor renda."

Soares disse que o sucesso brasileiro na área mostra que o país também pode ajudar outras nações. O país poderia começar, disse, apoiando vizinhos como Bolívia, Paraguai e Colômbia, onde há populações fronteiriças com alta incidência das doenças, o que representa risco para o Brasil.

Fonte: Folha de S. Paulo |

Doenças Negligenciadas

Doenças negligenciadas são doenças que não só prevalecem em condições 
de pobreza, mas também contribuem para a manutenção do quadro 
de desigualdade, já que representam forte entrave ao
 desenvolvimento dos países. O emprego do termo
“doenças negligenciadas” é relativamente recente e polêmico. 
Foi originalmente proposto na década de 1970, por um programa 
da Fundação Rockefeller como “the Great Neglected Diseases”,
 coordenado por Kenneth Warren.
Em 2001 a Organização não governamental 
Médicos Sem Fronteiras (MSF) em seu documento
 “Fatal Imbalance” propôs dividir as doenças em Globais, 
Negligenciadas e Mais Negligenciadas (MSF, 2001)  
Neste mesmo ano o Relatório da Comissão sobre Macroeconomia e Saúde 
(OMS, 2001)  introduziu uma classificação similar, dividindo 
as doenças em Tipo I (equivalente às doenças globais dos MSF), 
Tipo II (Negligenciadas/MSF) e Tipo III (Mais Negligenciadas/MSF).
Este termo tem sido desde então utilizado para se referir a um conjunto
de doenças causadas por agentes infecciosos e parasitários (vírus, bactérias,
 protozoários e helmintos) que são endêmicas em populações de baixa renda
. Hoje o combate a essas enfermidades, que atingem particularmente 
as populações marginalizadas, é essencial para o cumprimento
 dos objetivos de desenvolvimento da Organização 
das Nações Unidas (ONU) para o milênio.
Embora necessárias, atividades de pesquisa não são 
suficientes para o controle das doenças negligenciadas, mas 
apenas um componente de um complexo sistema de inovação
 em saúde. Desta forma, o principal objetivo do INCT-IDN é desenvolver
 uma abordagem sistêmica de gestão da inovação, de modo a gerar 
subsídios para o SUS e a política industrial em saúde, 
 fundamentada em sólida base de pesquisa e formação
 de recursos humanos, atuando em constante interação com a sociedade.
No Brasil, em 2006 foi realizada a primeira oficina de 
prioridades em doenças negligenciadas, iniciado o
Programa de Pesquisa e Desenvolvimento em Doenças 
Negligenciadas no Brasil, no âmbito da parceria do MS com 
o MCT e Secretaria de Vigilância em Saúde. Por meio de
 dados epidemiológicos, demográficos e o impacto da 
doença, foram definidas, entre as doenças consideradas
 negligenciadas, sete prioridades de atuação que
 compõem o programa em doenças negligenciadas: dengue,
 doença de Chagas, leishmaniose, malária, esquistossomose,
 hanseníase e tuberculose.

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