Presidenta Dilma participou no Palácio do Planalto da assinatura de contrato para execução das obras da segunda ponte do rio Guaíba, em Porto Alegre. Em cerimônia fechada a jornalistas, defendeu a liberdade de imprensa e as eleições diretas e homenageou os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva - ambos perseguidos políticos na época do regime militar.
"Cinquenta anos atrás, na noite de hoje, o Brasil deixou de ser um país de instituições ativas, independentes e democráticas. Por 21 anos, nossas instituições, nossa liberdade, nossos sonhos foram cassados", disse a presidente.
"Nós conquistamos a democracia à nossa maneira, por meio de lutas e sacrifícios humanos irreparáveis, mas também por meio de pactos políticos", disse em seu discurso. "Assim como respeito e valorizo [quem lutou pela democracia] enfrentando a truculência do Estado - e nunca deixarei de enaltecer -, também reconheço e valorizo os pactos políticos que levaram à democratização", disse.
"Aprendemos o valor da liberdade, o valor de um Legislativo e de um Judiciário independentes. O valor da liberdade de imprensa, o valor de eleger no voto direto e secreto (...), de eleger um exilado, um líder sindical que foi preso várias vezes e uma mulher também que foi prisioneira. Aprendemos o valor de ir às ruas", continuou.
Segundo Dilma, "aqui no Brasil não houve um processo de abafamento desse processo". "Embora nós saibamos que o regime de exceção sobrevivem sempre pela interdição da verdade, da transparência, nós temos o direito de esperar que, sob a democracia, se mantenha a transparência, se mantenha também o acesso e a garantia de verdade, a memória e da história."
"Devemos isso a todos os que morreram e desaparecem. Devemos aos torturados e aos perseguidos, devemos a suas famílias, devemos a todos os brasileiros."
"Como eu disse, neste palácio, repito há quase dois anos atrás quando instalamos a Comissão da Verdade: se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, nunca, nunca pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la", completou a presidenta.
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