Com faixas que dizem 'Eu não mereço ser encoxada' e 'Mulheres, levantem-se contra o machismo', os integrantes ficaram visíveis a quem passava pela catraca
Mônica Reolom
Mulheres protestam com faixas que dizem "Eu não mereço ser encoxada"
SÃO PAULO - Vinte pessoas fizeram um "rolezinho", no fim da tarde
desta quarta-feira, 2, dentro da Estação Sé do metrô, contra os
"encoxadores" que atuam no sistema. Elas também defendiam a campanha "eu
não mereço ser estuprada". Os manifestantes portavam faixas com os
dizeres: "Eu não mereço ser encoxada" e "Mulheres, levantem-se contra o
machismo".
Com um microfone na mão, a organizadora do evento e integrante do
Levante Popular da Juventude, Laryssa Sampaio, explicou o objetivo do
ato: "Vagão exclusivo não nos representa. Nós queremos medidas do Metrô
para prevenir as ‘encoxadas’. Mas, em vez de fazer isso, o Metrô
contribui para esses atos ao dizer que trem é local de paquera. Não é",
afirmou, fazendo referência a uma propaganda na Rádio Transamérica em
que o locutor afirmava que metrô era bom para "xavecar as mulheres".
A dona de casa Edinéia Cunha Caetano, de 51 anos, apoiou o ato. "Os
homens se aproveitam no Metrô. Acho um absurdo e não aceito que isso
aconteça. Demorou para fazerem protesto contra tudo isso", disse.
Do movimento Fora do Eixo, Gabriel Ruiz, de 29 anos, participou do
protesto por achar que homens precisam se engajar nessa luta. "Não
concordo com o machismo que é praticado não só no Metrô, mas no dia a
dia das mulheres. Elas são agredidas visualmente e verbalmente. Essa é
uma luta de todo mundo", defendeu.
Os manifestantes caminharam pela estação e encerraram o ato entoando
uma paródia do Rap da Felicidade: "Eu só quero é ser feliz, andar
tranquilamente com a roupa que escolhi. E poder me assegurar que de
burca ou de biquíni todos vão me respeitar".
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