4.04.2014

Hoje Todo Mundo Come Fast Food



“O Brasil está vivendo um momento inédito, milhares de gordinhos saíram as ruas e estão se posicionando contra a maior franquia de fast food do mundo, o KingDonald’s. As ruas foram tomadas por cidadãos com faixas e gritos de ordem, pois a rede alimentícia resolveu alterar seu cardápio. Agora o KingDonald’s só vende alimentos 100% saudáveis, todas as comidas que causavam hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade, foram riscados do menu de refeições disponibilizados pela franquia. Muitos gordinhos estão revoltados e alguns estão fazendo greve de fome para trazer de volta os hamburgers, batatinhas fritas, refrigerantes e milk shakes.”
Extraído de: “Notícias Imaginárias, Ano 20XX”
“Hoje Todo Mundo… Come Fast Food.” Não adianta! Toda pessoa normal, até um vegano, já entrou em um desses estabelecimentos de comida rápida, pegou uma pequena fila, olhou o cardápio, logo após pediu um hamburger com fritas acompanhado de um refri, depois saboreou a comida pedaço por pedaço e se duvidar até lambeu os dedos sujos de ketchup e maionese. E ao final abriu um sorriso de orelha a orelha de satisfação, pois conseguiu ter acesso a uma comida simples, muito prazerosa e o melhor, sem precisar esperar por horas. Contudo, essa satisfação é passageira e traiçoeira, e quando muitos percebem já estão com seus corpos debilitados por doenças obtidas com a ingestão frequente desses alimentos.
Comer é uma necessidade de todo ser humano, podemos viver sem muitos objetos e até partes do nosso próprio corpo, mas sem comida e água não aguentamos e perecemos (apesar de existir pessoas que vivem somente a base de H2O). Além disso, vivemos em uma sociedade estérica, que corre contra o tempo para produzir e lucrar sempre mais, com isso se torna difícil ter tempo até para se alimentar. Devido a necessidade de ter que correr contra um ser incansável, as pessoas acabam sacrificando a preciosa comida e colocando para dentro do organismo qualquer coisa, com tanto que a mantenha com forças para a labuta diária.
Sabendo disso, algum inteligente com K resolveu facilitar a vida desses pobres indivíduos e lançou uma linha de montagem de comidas, ao moldes fabris, lançando “rapidinho milk shakes, fritas, hamburger, o cliente chegou e já se foi.” Boom! As redes de fast food, como o McDonald’s e seus genéricos, se espalharam por todo o planeta. É um negocio muito lucrativo, que abusa da fragilidade humana, com imagens de comidas atraentes, de gosto único e ao mesmo tempo padronizado, o qual atiça todos os cinco sentidos, transformando sujeitos saudáveis em escravos doentes e dependentes.
Não é novidade que alimentar-se com frequência em franquias ao estilo “KingDonald’s” faz muito mal a saúde. Existem milhares de estudos e pesquisas científicas sobre os estragos feitos pela dieta a base das comidas que são vendidas nessas lanchonetes. Há poucos anos foi lançado um documentário chamado Super Size Me (2004), onde o jornalista Morgan Spurlock, um homem saudável, passou trinta dias comendo diariamente no McDonald’s. Ao final da dieta, o corpo de Morgan está visivelmente alterado, com excesso de gordura, elevação nas taxas de colesterol e açúcar, problemas de digestão, alteração no humor e até impotência sexual.
Se ela faz mal o que leva a tantas pessoas continuarem a usufruir e até serem escravos da “dieta do palhaço?” Como mencionei a cima a necessidade de alimentar, ou pelo menos se sentir satisfeito, em curtos intervalos de tempo, o preço razoável, o sabor da comida, o qual sempre deixa um gostinho de quero mais, levando ao vício, e o valor agregado ao produto, pois ir na lanchonete do M gigante não lhe mata somente a fome, mas lhe faz sentir pertencente a algo maior, agrega valor e status.
É de fundamental importância ingerir alimentos nutritivos e manter uma dieta equilibrada e diversificada. E apesar de ser muito muito saboroso, prático e viciante o menu dessas redes, e por mais que coloquem verdurinhas, ainda não conseguem suprir as verdadeiras necessidades do nosso corpo, muito pelo contrário. O resultado é o aumento no número de indivíduos que sofrem com a obesidade e outras doenças mortais.
O Brasil iniciou sua caminhada rumo a obesidade, e para conhecer o nosso futuro não precisamos de uma máquina do tempo, basta olhar para os EUA, o país que exportou essa cultura para o mundo é o que mais sofre com a compulsividade alimentar e obesidade mórbida. Enquanto nos mantemos viciados em hamburgers nosso corpo e alma vão perecendo e os descendentes do Ray Kroc “Amam Muito Tudo Isso.”
 Por Lucas Oliveira, editor do blog O Controle Remoto, e colaborador do Blog da Dilma:
Daniel Pearl Bezerra

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