A presidente Dilma Rousseff se solidarizou com a
jornalista Nana Queiroz, que organizou o movimento “Não mereço ser
estuprada” nas redes sociais (popularizado pela hashtag
#nãomereçoserestuprada), em reação à pesquisa do Instituto de Pesquisas
Econômicas Aplicada (Ipea) que revelou que a maioria dos brasileiros
acha que “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser
atacadas”. Mal começou a campanha, Nana foi ameaçada de estupro pela
internet.
“A jornalista Nana Queiroz se indignou com os dados da
pesquisa do Ipena sobre o machismo na nossa sociedade. Por ter se
manifestado nas redes contra a cultura de violência contra a mulher, a
jornalista foi ameaçada de estupro”, contou a presidente por meio de sua
conta no Twitter.
“Organizadora do protesto Não mereço ser estuprada, Nana
Queiroz merece toda a minha solidariedade e respeito”, afirmou Dilma.
“Nenhuma mulher merece ser vítima de violência, seja física ou sob a
forma de ameaça”, disse a presidente em outro momento, acrescentando que
“o governo e a lei estão do lado de Nana e das mulheres ameaçadas ou
vítimas de violência”. A presidente adotou a hashtag #respeiteasmulheres
em suas publicações no microblog.
Na última quinta-feira, o Ipea divulgou uma nova edição
do Sistema de Indicadores de Percepção Social sobre tolerância social à
violência contra as mulheres. O estudo aponta que o brasileiro médio se
posiciona majoritariamente pela punição de agressores, mas vê
naturalidade nas afirmações que indicam uma tolerância maior com a
violência de gênero. Mais da metade dos entrevistados também
culpabilizam mulheres pela motivação de agressões sexuais.
Dentre os respondentes, 65,1% dizem concordar totalmente
ou parcialmente com a afirmação “Mulheres que usam roupas que mostram o
corpo merecem ser atacadas”. Já 58,5% concordam com a afirmação “Se
mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.
A pesquisa conclui que, por trás dessas afirmações,
“está a noção de que os homens não conseguem controlar seus apetites
sexuais; então as mulheres, que os provocam, é que deveriam saber se
comportar, não os estupradores”.
Seminuas, mulheres protestam contra casos de estupro
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Com uma foto nua, funkeira Valesca Popozuda protestou em seu perfil no Facebook contra o estupro
Foto: Facebook / Reprodução
Terra
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