Uma nova onda de pesquisas garante: suar a camisa regularmente ajuda a evitar da doença renal crônica aos dolorosos cálculos.
Theo Ruprecht - Edição: MdeMulher
Segundo um estudo, mulheres que se exercitam com frequência têm menos risco de sofrer com cálculos renais.
Ilustração: Erika Onodera
Ilustração: Erika Onodera
Ao buscar pelos termos "rim" e "atividade física" no Pubmed, site do
governo americano que reúne estudos realizados no mundo todo, você
encontrará 168 artigos publicados em 2013. Se substituir a primeira
expressão por "pulmão", esse número sobe para 321. E, se escrever
"coração", ele dispara para 1 637. Ou seja, em comparação com outros
órgãos, os rins vêm sendo menos avaliados pelos experts que buscam entender os efeitos dos exercícios no organismo.
Entre aqueles 168 trabalhos, destaca-se um do Hospital Estadual Konya
Numune, na Turquia. Após examinar 139 pessoas, os especialistas
descobriram que as ativas contavam com uma função renal mais preservada
do que as sedentárias. Por se tratar de uma área ainda nebulosa, faltam
evidências dos motivos por trás do resultado. "Porém, em animais, já
notamos que exercícios melhoram o processo de filtragem dos rins",
relata Nestor Schor, nefrologista da Universidade Federal de São Paulo.
Aí, sobrariam menos substâncias tóxicas para gerar estragos.
Outra explicação recai na hipertensão e no diabete,
doenças conhecidas por lesar o par de órgãos. Primeiro porque a prática
esportiva diminui o risco de ambas surgirem. Segundo porque ajuda a
domar essas encrencas quando já foram diagnosticadas. Na Universidade
Médica da China, o nefrologista I-Kuan Wang examinou dados de 7 863
diabéticos com doença renal crônica entre 1996 e 2008. Ao separar os que
malhavam dos inativos, ele viu que o primeiro grupo possuía uma menor
taxa de mortalidade. "É uma pena que nem todos os médicos conheçam esse
benefício", lamenta Wang.
Em seu mestrado, o educador físico Henrique Novais Mansur verificou um
elo entre atividade física e uma menor probabilidade de pessoas com
doença renal crônica desenvolverem complicações cardiovasculares. "Os
rins influenciam na saúde do coração. Eles, por exemplo, têm um papel no
controle da pressão", explica o brasileiro, da Universidade Federal de
Pernambuco. Aliás, os exercícios também devem fazer parte do cotidiano
de pacientes que precisam purificar o sangue artificialmente por meio da
hemodiálise. "Essa tática, entre outras coisas, recupera a musculatura e
a qualidade de vida, ambas prejudicadas pelo mau funcionamento dos
nossos filtros", arremata Taís Tinucci, nefrologista da Universidade de
São Paulo.
Mas será que correr, pedalar ou nadar previnem até pedras nos rins?
Segundo um experimento da Universidade de Washington, nos Estados
Unidos, sim. Entre 84 225 mulheres investigadas, as que mexiam o corpo
com frequência apresentavam um risco 31% menor de padecer com os
cálculos. "Isso ocorreria porque o esporte ajusta a maneira como o
organismo lida com moléculas cruciais à formação das pedras", especula o
urologista Mathew Sorensen, autor do projeto. A ciência já está tirando
o atraso. Em nome dos rins - e do coração, dos pulmões... -, você
deveria correr para fazer o mesmo.
Para fugir do câncer renal
Exercitar-se protege inclusive contra esse tipo de tumor. Pelo menos é o que concluiu um estudo do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, que avaliou 91 820 corredores e caminhantes. Só que há um detalhe: fica mais longe dessa doença quem, no mínimo, cumpre as recomendações gerais de prática de atividade física. Em outras palavras, cerca de 150 minutos de ralação toda semana, com muita disciplina
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