A Organização Mundial de Saúde declara a epidemia uma emergência mundial. O Brasil e o mundo se preparam para se proteger do vírus, que já matou quase mil pessoas até agora na África
Cilene Pereira (cilene@istoe.com.br) e Helena Borges (helenaborges@istoe.com.br)
Confira como o hospital Emílio Ribas se prepara para atender a possíveis doentes em SP.
A epidemia de Ebola que castiga os países
africanos Serra Leoa, Guiné e Libéria ganhou contornos ainda mais
preocupantes na semana passada. Na sexta-feira 8, a Organização Mundial
da Saúde (OMS) declarou a proliferação do vírus uma emergência de saúde
internacional. A OMS considera a atual epidemia um evento
extraordinário. “É a mais complexa de toda a história da doença”, disse a
médica Margaret Chan, diretora-geral da instituição. Na avaliação da
entidade, as possíveis consequências da internacionalização da epidemia
são sérias, particularmente em vista da agressividade do vírus.
É a terceira vez nos últimos anos que a OMS
determina uma emergência mundial. Em 2009, a pandemia de gripe causada
pelo H1N1 recebeu a classificação e, em maio, foi a vez da ameaça da
volta da poliomielite a países nos quais a doença está erradicada. Em
relação ao Ebola, a entidade não determinou a proibição de comércio com
as nações atingidas ou de viagens internacionais a esses locais, mas
recomendou aos governos que informem os viajantes com esses destinos
sobre como minimizar os riscos de contaminação. Além disso, orientou que
os países estejam preparados para detectar casos e tratá-los e que
tenham planos para repatriação de cidadãos que foram expostos. Nos
países afetados, referendou a necessidade de submeter a exames pessoas
com sintomas que passem por aeroportos, portos e postos fronteiriços e
da aplicação de medidas efetivas de proteção dos profissionais que lidam
com os doentes. Os pacientes não devem deixar seus países, salvo se for
para receber tratamento médico em outro país.
A OMS quer reunir esforços para conter a
epidemia, que até agora não deu sinais de arrefecimento. Até
sexta-feira, haviam sido registrados 1.711 casos e 932 mortes. O sinal
mais importante de que ela pode se espalhar ainda mais foi a confirmação
de nove casos na Nigéria, país de porte muito maior do que as nações
atingidas até então e também com relações muito mais intensas com o
resto do mundo. Além disso, um homem morreu na Arábia Saudita com
sintomas, outras duas pessoas estão sendo monitoradas na Inglaterra e em
Benin, na África, e na Tailândia 21 turistas também estão sob
observação.
TRATAMENTO
Na quinta-feira 7, o padre espanhol Miguel Pajares chegou a Madri,
na Espanha, levado da Libéria, onde foi infectado
Na quinta-feira 7, o padre espanhol Miguel Pajares chegou a Madri,
na Espanha, levado da Libéria, onde foi infectado
Diante da ameaça, o mundo reagiu. A Nigéria
começou a montar centros de atendimento de urgência. Na Libéria,
soldados impedem que moradores de áreas atingidas cheguem à capital,
Monróvia. Na Espanha, foram adotadas todas as precauções no transporte
do padre Miguel Pajares da Libéria a Madri, onde está internado depois
de se contaminar. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle de Doenças
(CDC), em Atlanta, considerado a maior referência do mundo no combate a
doenças infectocontagiosas, elevou o surto para nível 1 de alerta.
Postos de quarentena estão montados em portos, aeroportos e postos de
fronteira de 20 cidades e aumentou o número de funcionários no Centro de
Operações de Emergência, que rastreia casos.
No Brasil, na sexta-feira 8 o ministro da
Saúde, Arthur Chioro, anunciou que indivíduos das áreas afetadas que
manifestem desejo de vir ao Brasil passarão por triagem médica antes de
embarcar. “Reforçaremos a vigilância epidemiológica do viajante”,
informou. A OMS, porém, não tem nenhuma recomendação nesse sentido. Além
disso, serão colocados nos aeroportos avisos a passageiros que
estiverem febris para que procurem postos da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa). Antes, na quarta-feira 13, Jarbas
Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, reuniu-se por
videoconferência com os secretários estaduais de saúde para reforçar as
medidas a serem adotadas em caso de suspeita de infecção (leia mais no
quadro à pág. 70). O trabalho deve ser feito de forma coordenada entre
os serviços de vigilância sanitária, especialmente os localizados em
portos e aeroportos, e os hospitais de referência no tratamento
de doenças infectocontagiosas para onde seriam levados os pacientes.
Cada Estado deve ter uma instituição com esse perfil. “É preciso ter
leitos isolados. E qualquer instituição de referência em enfermidades
transmissíveis tem um”, disse Barbosa. O Ministério também enviou às
secretarias uma cartilha com as orientações.
Em São Paulo, profissionais do Instituto de
Infectologia Emílio Ribas – uma das principais referências em
atendimento de moléstias infecciosas do País – vêm se aprimorando para a
eventualidade de receberem um caso. “Estamos treinando novamente todos
os que podem entrar em contato com esse tipo de paciente”, disse o
infectologista Ralcyon Teixeira, chefe do Pronto-Socorro da instituição.
Por lá, o paciente seria recebido no serviço de emergência e depois
internado em um leito na UTI (são 17). “Nossos leitos são equipados com
um sistema no qual o fluxo de ar que sai do quarto é purificado para
evitar que o ambiente seja contaminado”, explica o médico. “E o ar do
quarto é filtrado e purificado.” No caso do Ebola, a transmissão não
ocorre pelo ar. Por isso, os médicos dizem que, se a demanda por leitos
aumentar, é possível colocar os contaminados em quartos comuns. “O
essencial é que o doente seja internado em leito sozinho e com acesso
limitado de pessoas”, afirma Teixeira.
Entre outras questões repassadas no Emílio
Ribas estão coisas como decidir que avental impermeável usar para evitar
a contaminação do profissional. Eles têm dois: um verde e um branco.
Optaram pelo branco, mais resistente. Eles vestirão ainda macacão e bota
impermeável, máscara e proteção para o rosto com viseira e dois pares
de luvas. Relembraram ainda a importância de registrar o nome de todo
profissional que tiver contato com o doente ou entrar em seu ambiente e
bem como o horário da visita. É uma precaução para que essas pessoas
sejam monitoradas se surgir algum problema.
Entre autoridades de saúde e estudiosos, no
entanto, é consenso que o risco de o Ebola chegar por aqui é baixo.
Várias explicações sustentam a previsão. Uma é de ordem científica.
“Todos os elementos da cadeia epidemiológica de transmissão do vírus
estão na África. Aqui não existem animais que possam carregá-lo”, afirma
Crispim Cerutti Junior, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva. Ele
se refere a espécies de morcegos que servem de reservatórios do Ebola.
Outra diz respeito ao nível de perícia dos profissionais envolvidos no
atendimento a males contagiosos. Desde 2011, por exemplo, há
treinamentos de vigilância epidemiológica visando a grandes eventos. “As
simulações de incidente biológico incluem o caso Ebola”, diz a
infectologista Otília Lupi, da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro.
Além disso, há uma experiência
significativa armazenada no trato de pacientes com doenças infecciosas
sérias, como a Aids. “No Brasil, é inadmissível hoje um enfermeiro
manusear um paciente sem luvas ou usar agulhas que não sejam
descartáveis ou esterelizadas”, diz Otília. Isso é importante porque, no
caso do Ebola, a transmissão ocorre pelo contato direto com sangue,
excreções ou secreções da pessoa infectada ou com objetos contaminados.
Outro aspecto levantado é a existência de grandes diferenças culturais
entre o Brasil e os países onde ocorre a epidemia. Na África, muitas
famílias mantêm os pacientes em casa, o que facilita o contágio dos
outros moradores. E insiste-se no ritual de velório que inclui a lavagem
do cadáver à mão e sem luvas.
Há, porém, inquietações. “Nosso temor é a
epidemia se expandir em direção a países com maior conexão com o Brasil,
como Angola. Aí sim estaríamos em risco de o vírus chegar”, diz Otília.
Não se pode esquecer, também, que a conexão do País com a Nigéria, onde
já há infectados, também é considerável.
Fotos: Emilio Naranjo/EFE, JOHN SPINK/AP; Kelsen Fermandes/Ag. Istoé
roberto
EM 09/08/2014 14:27:46
Segundo as minhas fontes tem um paciente com ebola em sp, que
veio atraves do aeroporto de cumbica/guarulhos. Em sp tem 5 a 10
hospitais que podem tratar o ebola. A istoe tem que ir nesses 5 a 10
hospitais para descobrir quem e esse paciente com ebola, que os petistas
estao escondendo
roberto
EM 09/08/2014 14:23:44
Bolsa familia nao vai impedir que o seu filho se junte ao pcc e
vire bandido. Bolsa familia nao vai impedir que sua filha vire
prostituta. Trabalho/emprego e o que vai impedir essas tragedias. PSDB
vai criar milhoes de empregos. PSDB vai evitar milhoes de tragedias
roberto
EM 09/08/2014 14:22:39
A piada na policia e de que a policia tem que usar petista como
escudo humano. Desse jeito, o pcc nao atira no escudo humano petista, e o
pcc nao atira na policia. Porque o PT E DONO DO PCC. E NINGUEM MORRE
roberto
EM 09/08/2014 14:01:40
PSDB foi pioneiro em trazer medicos cubanos ao brasil. PSDB foi
pioneiro em distribuir gratuitamente o cocktail azt da aids no brasil.
PSDB foi pioneiro em fazer mutirao da saude no brasil. PSDB salvou a
vida de milhoes de pessoas no brasil. PSDB 100 ANOS NA FRENTE DO PT
roberto
EM 09/08/2014 13:58:59
PSDB quer que o pobre vire empresario e fique rico aumentando
infinitamente para cima a qualidade de vida do ex pobre. PT quer que o
pobre vire operario e viva na miseria. Assim o pobre operario pode se
unir ao sindicato de operarios do pt. Beneficiando o pt. PSDB 100 ANOS
NA FRENTE DO PT
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