A "terceira idade" é considerada como o período
que se inicia quando o indivíduo atinge uma idade próxima à expectativa
média de vida e vai até o final do ciclo de vida. Por natureza, o
envelhecimento traz consigo uma redução na capacidade regenerativa dos
tecidos e uma consequente diminuição da reserva biológica. Os idosos são
mais propensos a doenças e problemas de mobilidade e equilíbrio,
aumentando a possibilidade de quedas, deflagrando assim um ciclo de
morbidade e hospitalizações, que, além de abreviar o período de vida,
diminui muito a sua qualidade. Outro problema grave advindo da redução
da mobilidade e equilíbrio é a perda da independência, já que pequenas
ações corriqueiras, como subir alguns degraus de uma escada, apanhar um
objeto do chão, pegar uma condução, etc., tornam-se, além de penosas,
perigosas. Com o aumento da longevidade, observa-se um rápido
crescimento no contingente de pessoas nesta faixa etária e sujeitas a
esses problemas, caracterizando já uma questão de saúde pública.
Hoje já dispomos de uma grande quantidade de
evidências científicas comprovando que a atividade física regular traz
diversos benefícios à saúde da população. No entanto, eram poucas as
pesquisas avaliando os efeitos da atividade física regular sobre a saúde
e demais problemas que acompanham a idade, especificamente na faixa
etária acima dos 70 anos. Preenchendo esta lacuna, foi publicado
recentemente na revista científica Journal of the American Medical Association, um estudo que aborda diretamente esta questão.
A pesquisa teve início em 2010 e avaliou, por
um período médio de 2,6 anos, 1635 voluntários, homens e mulheres
sedentários, com idades de 70 a 89 anos. Os voluntários foram divididos
em dois grupos. Um recebeu uma intervenção de atividade física regular,
que incluía caminhadas e exercícios de flexibilidade e resistência. O
outro grupo recebeu, no lugar da atividade física, um programa de
educação para a saúde na velhice. O principal desfecho avaliado foi a
capacidade de movimentação, medida pela habilidade do indivíduo
completar um percurso de 400 metros em um período de 15 minutos, sem
parar para sentar ou requerer a ajuda de outra pessoa.
Os resultados apontaram que o grupo submetido à
atividade física teve, estatisticamente, um desempenho
significativamente maior que o grupo sem atividade física. Desses
resultados pode-se concluir que programas de atividade física regular
podem, além de melhorar a mobilidade (o que por si só reduz o risco de
doenças e internações hospitalares), aumentar a independência (e por
consequência a auto estima) do idoso.
Fonte
- -Journal of the American Medical Association - JAMA. doi:10.1001/jama.2014.5616
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