Tanto quanto os adultos, as crianças precisam de alguns períodos de descanso que deixem para trás os horários rígidos da rotina, as obrigações com a escola, as lições de casa, as atividades extraclasse e na medida do possível, todas as atividades sistemáticas do dia a dia.Muitos pais reclamam do fato das férias de seus filhos serem tão longas, especialmente aqueles que têm crianças cuja idade não permite que fiquem sozinhas em casa ou viagem desacompanhadas. Isso porque a realidade aponta para uma maioria de mães e pais que estão no mercado de trabalho e cujo período de férias (bem mais reduzidas do que as escolares) nem sempre coincide com a dos filhos. Isso acaba por tornar esse tempo mais longo de descanso, em um problema familiar, pois os pais muitas vezes, não têm como viajar e nem como oferecer aos filhos, a sonhada diversão fora de casa.Alguns pais apelam para familiares de outras cidades, outros inscrevem as crianças em cursinhos de férias, de esportes, de artes, em acampamentos, excursões, enquanto as próprias férias não chegam. Mas isso nem sempre é possível por diferentes razões e as crianças acabam em casa, não aproveitando as férias para correr e brincar ao ar livre, aprender novos jogos, fazer amizades, desenvolver novos interesses, divertirem-se também longe do computador e da televisão.A experiência tem mostrado que inúmeros adultos citam como suas melhores férias não exatamente aquelas em que viajaram, conheceram lugares distantes, mas apontam aquelas onde houve mais ocasião de fazer o que toda criança adora: conviver com os pais e irmãos de uma forma mais descontraída e cheia de alegria. De recriar e reaquecer a intimidade, as trocas de confidências, conhecerem-se melhor e estabelecer uma reserva emocional, que vai ajudar a todos no corre-corre do restante do ano, nos meses de muitas atividades, por proporcionar um reforço afetivo às relações domésticas.Férias em casa podem representar a época em que as pessoas da família se visitam mais, há tempo para o diálogo entre pais e filhos, para brincar com os irmãos, participarem da reforma da casa, da reorganização de espaços, de festividades, de preparar para receber os avós em casa, para aprender com eles novos jogos, cantigas, brincadeiras. Para assistirem filmes juntos, verem antigos álbuns de fotos, montarem novos álbuns, trocarem e-mails com amigos, praticarem esportes diversos, conhecerem a sua cidade (“turista por um dia”). Isso sem pensar no planejamento dessa atividade! È hora de expandir o meio social, reatar amizades, fortalecer o vínculo afetivo, a confiança e a auto estima.Tempo de usar a própria casa de uma forma mais liberada e divertida, com espaços criados pelo afastamento do mobiliário convencionalmente arrumado, pelo brincar de ser dona de casa, de aprender a cuidar dos bichinhos, do jardim, das plantas. De organizar tardes da pipoca ou do sorvete com os irmãos e seus amiguinhos, de fazer um “acampamento” na sala, de hospedar um colega, de visitar os vizinhos novos.Para isso tudo, basta ter um adulto de plantão, de bom humor e dotado de paciência e vontade de deixar as crianças brincarem muito, enquanto seus pais não chegam do trabalho ou não tem suas próprias férias, quando então a opção por uma viagem pode até ser levada em conta, mas como se vê, não é indispensável. Imprescindível é tirar desses momentos o que pode haver de melhor em termos de troca afetiva, de companheirismo, de compromisso apenas com o respeito com as pessoas e com a realidade de cada qual, compromisso esse que nunca pode entrar em férias.
Fonte: toquefeminino.com.br
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