Ouvido biônico faz 20 anos no Brasil e é oferecido pelo SUS
Implante coclear custa R$ 40 mil, mas é oferecido pelo SUS. O implante coclear, conhecido como ouvido biônico, chegou ao Brasil em 1990. No Centro de Pesquisas Audiológicas, o Centrinho de Bauru (SP), já foram realizadas nesse período mais de 800 cirurgias, que fizeram crianças e adultos voltarem a ouvir.
O implante coclear tem um custo de R$ 40 mil, mas é oferecido gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Especialista brasileira está envolvida em pesquisa para melhorar cirurgia em crianças
RIO - Uma das técnicas mais acuradas para tratar surdez, o implante coclear, que introduz no organismo um aparelho de alta tecnologia conhecido também como ouvido biônico, está sendo aperfeiçoada por pesquisadores que tentam diminuir os riscos para os pacientes. Durante a operação, nervos faciais e veias importantes ficam expostos, o que pode resultar em lesões, como paralisia facial, no pior caso, e perda de sensibilidade na língua. Em uma das linhas de pesquisa, estudos de especialistas americanos da Universidade de Vanderbilt, no Tennessee, Estados Unidos, estão avançando para fazer o procedimento sem passar por essas estruturas, o que, além de maior segurança, diminui o tempo e os custos da cirurgia.
No Brasil, a otologista Gabriela Pereira Bom Braga, que acompanhou os pesquisadores americanos por um ano, inicia em janeiro um trabalho de doutorado na USP no qual pretende simplificar a cirurgia para realizá-la em crianças de menos de um ano, e possibilitar a ativação do implante imediatamente, antecipando a socialização do paciente. O implante coclear é usado para tratar pessoas que perderam a audição completamente ou que ainda têm algum resquício do sentido, mas tentaram usar aparelhos e o tratamento não teve sucesso.
Os mais beneficiados pela cirurgia atualmente são crianças que nascem surdas. Hoje, o implante coclear consiste numa cirurgia aberta, feita com uma broca, que atravessa o osso temporal, deixando o nervo facial e o seio sigmoide expostos, perfura a cóclea, estrutura do ouvido onde ficam as células responsáveis pela transformação do estímulo sonoro em sinal nervoso que será transmitido pelo nervo auditivo, e insere os eletrodos do implante. Depois disso, os cirurgiões precisam esperar a cicatrização do paciente para ativar o equipamento, o que leva até seis meses para ser feito.
Os médicos americanos e Gabriela estão tentando desenvolver o implante coclear percutâneo, pelo qual as estruturas que cercam o ouvido não seriam expostas. Primeiro, realizam-se exames de tomografia e ressonância magnética, para mapear o ouvido do paciente e, na cirurgia, uma broca menor iria direto para a cóclea. Em seguida, um outro equipamento, ainda mais delicado, faria o implante. Essa técnica provocaria menos trauma ao organismo, possibilitaria uma cicatrização mais rápida e a ativação imediata do aparelho.
- O implante coclear percutâneo poderia ser feito em 30 minutos, diminuindo também os custos da cirurgia. No caso das crianças, a ideia é antecipar a solução do problema- explica Gabriela, otologista da Santa Casa da Misericórdia do Rio.
Durante o doutorado, Gabriela testará a técnica em cadáveres. Ela estará em contato com os pesquisadores americanos e também com uma equipe colombiana.
- Acredito que este tipo de procedimento poderia começar a ser feito nos pacientes dentro de cinco anos - avalia Jair de Carvalho Castro, chefe do serviço de otorrinolaringologia da Santa Casa.
Castro explica que o implante coclear deve ser feito em crianças de até 24 meses, para que ela tenha tempo de se habituar aos sons e seus significados, diminuindo ao máximo os efeitos da surdez sobre sua socialização.
- Depois disso, fica muito difícil ter benefícios. Depois dos 4 anos de idade, os benefícios ficam muito reduzidos- afirma.
Outro grupo de pacientes que se beneficia do implante coclear são adultos que perderam a audição por causa do uso de antibióticos, ou depois de uma meningite, por exemplo.
- O mundo todo está procurando maneiras de fazer esse implante de maneira pouco invasiva -
No Brasil, a otologista Gabriela Pereira Bom Braga, que acompanhou os pesquisadores americanos por um ano, inicia em janeiro um trabalho de doutorado na USP no qual pretende simplificar a cirurgia para realizá-la em crianças de menos de um ano, e possibilitar a ativação do implante imediatamente, antecipando a socialização do paciente. O implante coclear é usado para tratar pessoas que perderam a audição completamente ou que ainda têm algum resquício do sentido, mas tentaram usar aparelhos e o tratamento não teve sucesso.
Os mais beneficiados pela cirurgia atualmente são crianças que nascem surdas. Hoje, o implante coclear consiste numa cirurgia aberta, feita com uma broca, que atravessa o osso temporal, deixando o nervo facial e o seio sigmoide expostos, perfura a cóclea, estrutura do ouvido onde ficam as células responsáveis pela transformação do estímulo sonoro em sinal nervoso que será transmitido pelo nervo auditivo, e insere os eletrodos do implante. Depois disso, os cirurgiões precisam esperar a cicatrização do paciente para ativar o equipamento, o que leva até seis meses para ser feito.
Os médicos americanos e Gabriela estão tentando desenvolver o implante coclear percutâneo, pelo qual as estruturas que cercam o ouvido não seriam expostas. Primeiro, realizam-se exames de tomografia e ressonância magnética, para mapear o ouvido do paciente e, na cirurgia, uma broca menor iria direto para a cóclea. Em seguida, um outro equipamento, ainda mais delicado, faria o implante. Essa técnica provocaria menos trauma ao organismo, possibilitaria uma cicatrização mais rápida e a ativação imediata do aparelho.
- O implante coclear percutâneo poderia ser feito em 30 minutos, diminuindo também os custos da cirurgia. No caso das crianças, a ideia é antecipar a solução do problema- explica Gabriela, otologista da Santa Casa da Misericórdia do Rio.
Durante o doutorado, Gabriela testará a técnica em cadáveres. Ela estará em contato com os pesquisadores americanos e também com uma equipe colombiana.
- Acredito que este tipo de procedimento poderia começar a ser feito nos pacientes dentro de cinco anos - avalia Jair de Carvalho Castro, chefe do serviço de otorrinolaringologia da Santa Casa.
Castro explica que o implante coclear deve ser feito em crianças de até 24 meses, para que ela tenha tempo de se habituar aos sons e seus significados, diminuindo ao máximo os efeitos da surdez sobre sua socialização.
- Depois disso, fica muito difícil ter benefícios. Depois dos 4 anos de idade, os benefícios ficam muito reduzidos- afirma.
Outro grupo de pacientes que se beneficia do implante coclear são adultos que perderam a audição por causa do uso de antibióticos, ou depois de uma meningite, por exemplo.
- O mundo todo está procurando maneiras de fazer esse implante de maneira pouco invasiva -
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