Os suplementos proibidos são, na verdade, drogas estimulantes. O Jack3D contém teofilina ou dimetilxantina, receitada contra males como asma e outras doenças respiratórias. Além de dilatar os brônquios, deixa o usuário agitado e
agressivo, eleva a pressão e o ritmo cardíaco; especialmente para quem sofre de arritmias. E ainda causa tonteira, náusea, insônia e diarreia. O Jack 3D contém ainda dibenzo (da classe dos benzodiazepínicos, como Diazepam ou Valium); Schizandrol A e cafeína. A fórmula é um poderoso estimulante, comenta o personal trainer Diego Zanon, consultor em atividade física.
A mistura, porém, ainda que aparentemente seja estimulante, é mais uma razão para passar longe do Jack3D, cujo pote de 250g é comprado por R$ 100, em média. Wilson Sampaio Júnior, de 18 anos, morreu em Recife depois de usar este suplemento; que lhe foi indicado por um professor da academia. Porém mortes de consumidores não sensibilizam os fabricantes. O 1MR custa cerca de R$ 120, pote de 224g e diz ser “muito mais potente” do que o Jack3d, ou seja, mais nocivo. E o Oxylin Pro diz que é “um termogênico extremamente potente, grande queimador de gordura”. Seu pote de 90 cápsulas sai por quase R$ 160. Na internet, os relatos dos usuários quase sempre são tristes. Um deles tomou mais do que uma dose e teve problemas intestinais. O médico Pedro Filgueiras, de 30 anos, faz musculação e toma Jack3D. Ele conhece bem os prós e contras
— Como médico, não receito. Os estudos com esses produtos são poucos. O Jack3D acelera o coração, eleva a temperatura. O fabricante diz para tomar até às 16h. Quando uso à noite, o meu sono vem às 2h. Preciso dele porque me dá ânimo para malhar e melhora a minha concentração no treino, principalmente depois de um plantão de 24 horas — conta Pedro Filgueiras.
O professor de fisiologia do exercício da UFMG Luiz Oswaldo Rodrigues não vê qualquer benefício neses suplementos.
— São apenas um placebo caro. Paga-se muito por aquilo que se tem numa dieta balanceada.
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