Aplicação pode ser agendada por prazo indeterminado. Governo reduz valor mínimo para R$ 30 e taxa de operação
RIO — Em tempos de rendimentos mais magros na caderneta de poupança,
mudanças recentes feitas pelo governo federal tornaram ainda mais
atraente o investimento no Tesouro Direto, sistema de venda de títulos
públicos à pessoa física na internet. Ficou mais fácil planejar
investimentos e mais barato aplicar. Desde a semana passada, 41
instituições — dos 77 agentes de custódia do serviço — oferecem a
possibilidade de agendar uma aplicação ou retirada da aplicação. É
possível, inclusive, programar aplicações mensais sem prazo máximo, o
que serve, por exemplo, a quem quiser fazer um plano próprio de
aposentadoria.
O Tesouro Direto passou a aceitar, se agendada antes, uma aplicação mínima de R$ 30, que garante cota proporcional ao valor do papel na data da venda. Para compras tradicionais, sem agendamento, o valor mínimo também caiu de 20% para 10% do valor do título, o que, no último dia de negociação, equivalia a cerca de R$ 72,44 no caso do papel mais barato (LTN com vencimento em janeiro de 2016 e taxa de rendimento anual de 9,48%).
O Tesouro Direto encerrou o mês de maio com cerca de 300 mil investidores cadastrados. As mudanças aumentaram ainda mais a procura pelo serviço na primeira semana de junho, segundo o gerente de relações com investidores do Tesouro Direto, André Proite:
— Nesta semana, recebemos mais de 30 perguntas por dia. Antes, eram 15. Nossa preocupação foi dar comodidade ao investidor, baixar o custo e aumentar a assiduidade do investimento.
Algumas corretoras não cobram taxa
Para incentivar o agendamento, o Tesouro também reduziu a taxa de operação (cobrada em cada compra) de 0,1% para 0,05% a partir da terceira aquisição agendada. Caso seja programado o reinvestimento automático do valor resgatado no vencimento do título ou do rendimento de juros, o investidor é isento do pagamento de taxa de negociação. Os rendimentos dos títulos sofrem desconto de uma taxa de administração, que pode chegar a 1% ao ano, mas algumas corretoras e bancos dão isenção. Também são cobradas uma taxa de negociação (0,1% por valor da operação) e uma taxa de custódia (0,3% ao ano) pela Bovespa.
Myrian Lund, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) e planejadora financeira, afirma que aplicações como LTN e NTN-F (títulos com juros prefixados) e NTN-B e NTN-B principal (que rendem a variação da inflação mais juros) ofereceram ganhos superiores ao CDI (que baliza o rendimento de CDBs) desde pelo menos 2003.
— Todos que adquiriram e esperaram até o vencimento tiveram ganhos superiores aos do CDI, pois os momentos de juros mais altos, de estresse da economia, foram momentâneos — afirmou Myrian.
Quanto mais distante é a data de vencimento do título — que será o dia do resgate do valor aplicado acrescido de juros — maior é o prêmio pago pelo Tesouro. Mas o investidor precisa ficar atento para a perspectiva de inflação ou de Selic para saber qual deve ser o mais vantajoso. Para Myrian, o papel atrelado à Selic só traz maior benefício para aplicações por menos de dois anos, já que a taxa está em 8,5% ao ano e economistas apostam em queda dos juros. É justamente o papel menos escolhido pelos investidores (4,3% das vendas de abril).
De acordo com dados do site do Tesouro Direto, entre os papéis disponíveis para compra, o NTN-B com vencimento em maio de 2035 garantiu rendimento bruto de 20,47% neste ano até junho, mais do que a média dos fundos de renda fixa (4,88%) e referenciados DI (4,09%), segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Economista indica LFT para aplicação de curto prazo
O rendimento líquido varia em função do período da aplicação e do preço pago pelo Tesouro, que recompra os papéis todas as quartas-feiras. Se o título for revendido antes do vencimento, o rendimento pode ser menor do que o previsto no ato da compra. Mas a venda antecipada é minoria entre os investidores, segundo Proite, do Ministério da Fazenda:
— O comportamento mais comum é carregar o título até o vencimento.
Entre os títulos públicos disponíveis, Myrian destaca que, por menos de dois anos, a LFT pode ser uma opção mais vantajosa do que CDBs que rendam menos do que 89% do CDI. Para investimentos de dois a quatro anos, ela recomenda alternar entre LFT com prazo mais longo e mais curto. Já para investimentos por quatro anos ou mais, ela sugere a NTN-F (prefixada com pagamento de juros semestrais) ou os títulos atrelados à inflação (NTN-B e NTN-B principal).
Rogério Gomes, 37 anos, já aplicava no Tesouro Direto antes das mudanças. Mas disse que achou o sistema de agendamento fácil de usar. Ele investe mensalmente mais do que o valor mínimo em NTN-B, que garante juros semestrais e variação da inflação.
— Não pretendo programar, porque já tento manter uma forma mensal de aplicar — disse Gomes.
A aposentada Fernanda Van Boekel, de 80 anos, também optou por aplicar em NTN-Bs:
— Pretendo continuar a investir no Tesouro. É melhor do que a caderneta de poupança.
O Tesouro Direto passou a aceitar, se agendada antes, uma aplicação mínima de R$ 30, que garante cota proporcional ao valor do papel na data da venda. Para compras tradicionais, sem agendamento, o valor mínimo também caiu de 20% para 10% do valor do título, o que, no último dia de negociação, equivalia a cerca de R$ 72,44 no caso do papel mais barato (LTN com vencimento em janeiro de 2016 e taxa de rendimento anual de 9,48%).
O Tesouro Direto encerrou o mês de maio com cerca de 300 mil investidores cadastrados. As mudanças aumentaram ainda mais a procura pelo serviço na primeira semana de junho, segundo o gerente de relações com investidores do Tesouro Direto, André Proite:
— Nesta semana, recebemos mais de 30 perguntas por dia. Antes, eram 15. Nossa preocupação foi dar comodidade ao investidor, baixar o custo e aumentar a assiduidade do investimento.
Algumas corretoras não cobram taxa
Para incentivar o agendamento, o Tesouro também reduziu a taxa de operação (cobrada em cada compra) de 0,1% para 0,05% a partir da terceira aquisição agendada. Caso seja programado o reinvestimento automático do valor resgatado no vencimento do título ou do rendimento de juros, o investidor é isento do pagamento de taxa de negociação. Os rendimentos dos títulos sofrem desconto de uma taxa de administração, que pode chegar a 1% ao ano, mas algumas corretoras e bancos dão isenção. Também são cobradas uma taxa de negociação (0,1% por valor da operação) e uma taxa de custódia (0,3% ao ano) pela Bovespa.
Myrian Lund, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) e planejadora financeira, afirma que aplicações como LTN e NTN-F (títulos com juros prefixados) e NTN-B e NTN-B principal (que rendem a variação da inflação mais juros) ofereceram ganhos superiores ao CDI (que baliza o rendimento de CDBs) desde pelo menos 2003.
— Todos que adquiriram e esperaram até o vencimento tiveram ganhos superiores aos do CDI, pois os momentos de juros mais altos, de estresse da economia, foram momentâneos — afirmou Myrian.
Quanto mais distante é a data de vencimento do título — que será o dia do resgate do valor aplicado acrescido de juros — maior é o prêmio pago pelo Tesouro. Mas o investidor precisa ficar atento para a perspectiva de inflação ou de Selic para saber qual deve ser o mais vantajoso. Para Myrian, o papel atrelado à Selic só traz maior benefício para aplicações por menos de dois anos, já que a taxa está em 8,5% ao ano e economistas apostam em queda dos juros. É justamente o papel menos escolhido pelos investidores (4,3% das vendas de abril).
De acordo com dados do site do Tesouro Direto, entre os papéis disponíveis para compra, o NTN-B com vencimento em maio de 2035 garantiu rendimento bruto de 20,47% neste ano até junho, mais do que a média dos fundos de renda fixa (4,88%) e referenciados DI (4,09%), segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Economista indica LFT para aplicação de curto prazo
O rendimento líquido varia em função do período da aplicação e do preço pago pelo Tesouro, que recompra os papéis todas as quartas-feiras. Se o título for revendido antes do vencimento, o rendimento pode ser menor do que o previsto no ato da compra. Mas a venda antecipada é minoria entre os investidores, segundo Proite, do Ministério da Fazenda:
— O comportamento mais comum é carregar o título até o vencimento.
Entre os títulos públicos disponíveis, Myrian destaca que, por menos de dois anos, a LFT pode ser uma opção mais vantajosa do que CDBs que rendam menos do que 89% do CDI. Para investimentos de dois a quatro anos, ela recomenda alternar entre LFT com prazo mais longo e mais curto. Já para investimentos por quatro anos ou mais, ela sugere a NTN-F (prefixada com pagamento de juros semestrais) ou os títulos atrelados à inflação (NTN-B e NTN-B principal).
Rogério Gomes, 37 anos, já aplicava no Tesouro Direto antes das mudanças. Mas disse que achou o sistema de agendamento fácil de usar. Ele investe mensalmente mais do que o valor mínimo em NTN-B, que garante juros semestrais e variação da inflação.
— Não pretendo programar, porque já tento manter uma forma mensal de aplicar — disse Gomes.
A aposentada Fernanda Van Boekel, de 80 anos, também optou por aplicar em NTN-Bs:
— Pretendo continuar a investir no Tesouro. É melhor do que a caderneta de poupança.
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