As Bolas Azuis e as Paredes da Vida
“A toda ação corresponde uma reação igual e em sentido oposto.” Isaac NewtonSe jogo uma bola de borracha azul de encontro a uma parede, ela volta para mim que, destreza e reflexo permitindo, a apanho de volta. Azul e de borracha.
Se jogo a bola com bastante força, a parede a retorna com exatamente – ou quase – a mesma velocidade com que a joguei e vai provavelmente parar num canto da sala. Azul e de borracha. Se a lanço com suavidade, ele vem pousar em minhas mãos. Nem vermelha ou de espuma, nem amarela ou de madeira. Azul. De borracha.
Deixemos por um instante nossas bolas coloridas. Tenho uma confissão a fazer.
Há alguns meses atrás eu me sentia miserável. Sem motivos concretos. Nada à minha volta justificava tanta insatisfação, o que, ao invés de me consolar, só me aumentava o desespero e a sensação de impotência.
Acredito que a alma humana aguenta uma determinada dose de tragédia real ou imaginária e auto-infligida mas atingido esse ponto, o instinto de sobrevivência nos toma das mãos as rédeas da vida. Eu, que acredito em simplicidade, que creio que a maior parte dos nossos espinhos na carne somos nós mesmos que lá os colocamos, que prego que jamais devemos dar a um problema a dimensão que ele não tem, me vi mergulhada tão fundo num mar de negatividade e pessimismo que eu mesma já não me aguentava mais. Parecia um pano de pratos molhado, daqueles que ninguém sabe onde por, pingando miséria e mau humor pela casa. Mais que respostas, precisava buscar ajuda. Fui além. Escolhi algo mais definitivo: Mudança.
Na hora do perrengue cada um sabe para onde corre: o santo de devoção, a cartomante do bairro, a astróloga famosa, a Universal do Reino de – valha-me! – Deus ou a boa e velha auto-ajuda mesmo, contra a qual não guardo qualquer preconceito. Minha fé na ciência me levou a buscar respostas no que nunca falha e governa o Universo desde sua criação: as leis da física.
Comecei a prestar atenção nas bolas que jogava contra a parede da vida. Meus sentimentos envenenados e negativos eram somente o reflexo das lentes embaçadas através das quais eu enxergava meus dias. Jogava bolas cinza e esperava de volta bolas cor-de-rosa, como se fosse possível o Universo revogar suas leis para atender minhas vontades.
Se Newton diz que a toda ação corresponde uma reação igual e em sentido oposto, não duvido, boto fé e assino embaixo.
Deixei de esperar que algo fantástico acontecesse – ação – para que eu pudesse experimentar sentimentos positivos – reação. Num exercício de esforço, vontade e entrega, passei a me sentir feliz e grata – ação – e deixei que o Universo reagisse na mesma proporção do meu bem estar e me trouxesse então eventos verdadeiramente gratificantes.
Meses depois de me comprometer com essa nova maneira de perceber os fluxos, sei que é perfeitamente possível criar nossa realidade através da imaginação ao invés de simplesmente reagir passivamente ao que vem de fora.
Numa série de felizes sincronicidades, descubro na verdade que não sou eu quem pensa assim. A crença na construção da própria realidade através da imaginação, do amor e da gratidão, está no pensamento dos maiores. A cada livro que leio ou site que navego em busca de mais conhecimento, abro um sorriso quando Kierkegaard, Santo Agostinho, Platão, André Luiz ou Max Planck vêem me apontar o norte para uma vida mais rica e divertida, vivida sob um novo paradigma.
Comecei este post com Newton. E o fecho, então, com a mente mais brilhante do todos os tempos.
De Onde Vem a Calma
Los Hermanos
Ele não sabe ser melhor, viu?
Como não entende de ser valente?
Ele não sabe ser mais viril
Ele não sabe não, viu?
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil
De onde vem o jeito tão sem defeito?
Que esse rapaz consegue fingir
Olha esse sorriso tão impreciso
Tá se exibindo pra solidão
Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão
Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
Não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado
“A vida não dá e nem empresta, não se comove e nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.” Albert EinsteinCOMENTARIOS:
delícia! o melhor de tudo é poder participar dessa transformação que está tão nítida! Tá na sua testa! Tá na sua pele (não, não é só MAC)!!!
AMEI o texto, AMEI ser as leis da física o seu referencial e amei te ler denovo, pq morro de saudade!
Beijooooo!
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Ha’ uns dois anos estou aplicando também a filosofia do “pinkalise myself”.. Por ironia e implicancia sempre detestei a cor de rosa, até que percebi o que havia por tras desta rejeiçao. Hoje o rosa ou melhor Pink virou minha paixao e modo de interpretar a vida. Get pink é a minha encarnaçao da sua bola azul de borracha, naturalmente ja’ transformada.
Adoro o paralelo com a fisica quantica!
Beijos
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alem de linda, é inteligente, e esta sabendo reverter uma situaçao de pessimismo em otimismo. Voce esta outra pessoa e irradiando luz, e
eu estou muito orgulhosa de voce, eu amo voce. beijos e mais beijos e que Deus a proteja sempre, mãe orgulhosa.
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bacio