9.27.2012

Células-tronco potencialmente perigosas: como eliminá-las

Apesar de darem esperanças para o tratamento de variadas doenças, existe o risco de algumas não se desenvolverem e se transformarem em um tumor


Desafio de tratar doenças com células-tronco, mas sem afetar a segurança do paciente
Foto: Divulgação
Desafio de tratar doenças com células-tronco, mas sem afetar a segurança do paciente Divulgação
RIO - Pesquisadores da Clínica Mayo, dos Estados Unidos, descobriram uma nova maneira de detectar e eliminar células-tronco potencialmente perigosas. Com a ajuda de agentes quimioterápicos introduzidos no interior de alumas delas, é possível eliminar as que podem, eventualmente, transformar-se em um tumor.
As células-tronco pluripotentes induzidas, também conhecidas como iPS, são biologicamente criadas a partir de tecidos adultos para terem as propriedades de células-tronco embrionárias, que têm capacidade ilimitada de se diferenciar e crescer como qualquer tipo de célula, como da pele, cérebro, pulmão e coração. Durante o processo, porém, algumas delas podem não evoluir e crescer como tumor.
— Células-tronco pluripotentes dão muitas esperanças no campo da medicina regenerativa, mas o risco do crescimento incontrolável de uma delas as impedem de serem usadas em tratamentos terapêuticos — diz Timothy Nelson, autor do estudo.
Ao usarem roedores como modelo, os cientistas conseguiram superar o inconveniente com a ajuda de células-tronco pré-tratadas equipadas de agentes quimioterápicos, que danificam de maneira selecionada o DNA das possíveis formadoras de tumor.
— São dois os objetivos nas pesquisas de novas terapias. Controlar a evolução da doença com células-tronco regenerativas, mas, ao mesmo tempo, de uma maneira segura para o paciente. Esta pesquisa delineia uma estratégia para tornar este tipo de terapia menos arriscado aos nossos pacientes sem retirar a eficácia do tratamento, o que elimina uma barreira para o uso destes métodos em clínicas — afirma o coautor Alyson Smith.
As terapias com células-tronco continuam a ser refinadas e desenvolvidas, ao passo que pesquisadores descobrem que elas podem ser mais versáteis do que se acreditava. Podem, então, ser capazes de tratar uma grande variedade de doenças, ferimentos e anomalias congênitas.
— Ao aproveitar o potencial da medicina regenerativa, poderemos fornecer mais soluções definitivas aos pacientes — explica Andre Terzic, também coautor do estudo e diretor Centro de Medicina Regenerativa da Clínica Mayo.
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