Na última década, a renda per capita cresceu 33% com
grande influência do aumento da escolaridade do brasileiro
por Luis Nassif
—Divulgado na segunda-feira 5, o caderno 4 da série
“Vozes da Nova Classe Média” aborda a questão do emprego assalariado.
Trata-se de estudo encomendado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos
da Presidência da República, com participação do IPEA (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada), CNI (Confederação Nacional da Indústria) e
Instituto Data Popular.
***
A primeira conclusão do estudo é que a ascensão da nova classe média se deu basicamente em função do trabalho, não das transferências de renda e a transição demográfica.
De 2001 a 2011, houve um aumento de 33% na renda per capita; de 8% na proporção de adultos na População Economicamente Ativa; de 28% na renda não derivada de trabalho adulto; de 22% na renda do trabalho por adulto.
Do aumento de renda no período, 14% se explica pelo aumento da proporção de adultos trabalhando; 26% na renda não derivada do trabalho por adulto; e de 59% na renda do trabalho por adulto.
Ou seja, foi a formalização do emprego e a melhoria salarial que explicam a ascensão da nova classe média. Em 2011, para o conjunto das famílias a renda do trabalho por adulto era de 20% maior que em 2001; para a classe média, de 40%.
***
Nesses dez anos, o número de postos de trabalho aumentou de 76 milhões para 92 milhões e a taxa de desemprego declinou até alcançar seu mínimo histórico.
No período, a PEA aumentou de 123 milhões para 146 milhões de pessoas, crescimento de 23 milhões, ou 1,7% ao ano. No mesmo período, o emprego no setor público passou de 8 milhões para 11 milhões – aumento de 3 milhões ou 2,8% ao ano. No setor privado o aumento foi de 33 milhões para 45 milhões, 12 milhões a mais ou 3,3% ao ano de crescimento.
No setor privado, o emprego com carteira assinada aumentou de 21 milhões para 34 milhões – 13 milhões a mais, ou 5,1% ao ano; sem carteira assinada caiu de 12 milhões para 11 milhões.
***
Um dos fatores que pesaram na melhoria de renda foi o aumento da escolaridade do brasileiro. De 2001 a 2011 passou-se de 6,7 anos de estudo para 8,5 anos, um crescimento de 27%. Ainda assim, continua bastante precário, apenas ligeiramente acima do fundamental completo.
Como não melhorou a qualidade do trabalho, a importância da educação tem sido decrescente para a definição da renda. Em 2001 um trabalhador com ensino médio tinha remuneração 32% superior a de um trabalhador com apenas o fundamental completo; em 2011 o diferencial foi reduzido para 19%. Obviamente está ligado ao declínio da desigualdade no país.
Mesmo com os avanços, não houve redução na rotatividade do trabalho. Em média 40% da força de trabalho muda de emprego a cada ano. Para trabalhadores até 2 salários mínimos, a rotatividade chega a 57% ao ano.
***
De acordo com os estudos, entre os trabalhadores do setor privado, a classe média atingiu seu ápice em 2012. A partir de agora deverá ocorrer um crescimento da classe A de tal maneira que em 2022 ela será maioria entre os empregados do setor privado; e em 2023 maioria para o conjunto de trabalhadores.
O maior avanço será entre trabalhadores não sindicalizados. Entre os sindicalizados há mais de quinze anos a classe alta supera a classe média.
A primeira conclusão do estudo é que a ascensão da nova classe média se deu basicamente em função do trabalho, não das transferências de renda e a transição demográfica.
De 2001 a 2011, houve um aumento de 33% na renda per capita; de 8% na proporção de adultos na População Economicamente Ativa; de 28% na renda não derivada de trabalho adulto; de 22% na renda do trabalho por adulto.
Do aumento de renda no período, 14% se explica pelo aumento da proporção de adultos trabalhando; 26% na renda não derivada do trabalho por adulto; e de 59% na renda do trabalho por adulto.
Ou seja, foi a formalização do emprego e a melhoria salarial que explicam a ascensão da nova classe média. Em 2011, para o conjunto das famílias a renda do trabalho por adulto era de 20% maior que em 2001; para a classe média, de 40%.
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Nesses dez anos, o número de postos de trabalho aumentou de 76 milhões para 92 milhões e a taxa de desemprego declinou até alcançar seu mínimo histórico.
No período, a PEA aumentou de 123 milhões para 146 milhões de pessoas, crescimento de 23 milhões, ou 1,7% ao ano. No mesmo período, o emprego no setor público passou de 8 milhões para 11 milhões – aumento de 3 milhões ou 2,8% ao ano. No setor privado o aumento foi de 33 milhões para 45 milhões, 12 milhões a mais ou 3,3% ao ano de crescimento.
No setor privado, o emprego com carteira assinada aumentou de 21 milhões para 34 milhões – 13 milhões a mais, ou 5,1% ao ano; sem carteira assinada caiu de 12 milhões para 11 milhões.
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Um dos fatores que pesaram na melhoria de renda foi o aumento da escolaridade do brasileiro. De 2001 a 2011 passou-se de 6,7 anos de estudo para 8,5 anos, um crescimento de 27%. Ainda assim, continua bastante precário, apenas ligeiramente acima do fundamental completo.
Como não melhorou a qualidade do trabalho, a importância da educação tem sido decrescente para a definição da renda. Em 2001 um trabalhador com ensino médio tinha remuneração 32% superior a de um trabalhador com apenas o fundamental completo; em 2011 o diferencial foi reduzido para 19%. Obviamente está ligado ao declínio da desigualdade no país.
Mesmo com os avanços, não houve redução na rotatividade do trabalho. Em média 40% da força de trabalho muda de emprego a cada ano. Para trabalhadores até 2 salários mínimos, a rotatividade chega a 57% ao ano.
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De acordo com os estudos, entre os trabalhadores do setor privado, a classe média atingiu seu ápice em 2012. A partir de agora deverá ocorrer um crescimento da classe A de tal maneira que em 2022 ela será maioria entre os empregados do setor privado; e em 2023 maioria para o conjunto de trabalhadores.
O maior avanço será entre trabalhadores não sindicalizados. Entre os sindicalizados há mais de quinze anos a classe alta supera a classe média.
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