12.20.2011

Anvisa aprova anticoagulante - rivaroxabana - de uso oral para tratar AVCs

O único anticoagulante de uso oral que pode ser tomado com outras medicações, a rivaroxabana, já pode ser usado para prevenção de doenças vasculares como acidentes vasculares cerebrais (AVCs), embolia sistêmica em pacientes com arritmia cardíaca, como a fibrilação atrial, e no tratamento de tromboembolismo venoso (TEV), conhecido como trombose. A liberação foi feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em estudos feitos com o medicamento, o risco de recorrência de trombose profunda caiu pela metade.
O Brasil é o país com maior número de mortes por derrame cerebral no continente. São quase 130 mil casos todos os anos, segundo dados da Ispor (Sociedade Internacional de Farmacoeconomia , na sigla em inglês). A fibrilação atrial é um tipo de arritmia cardíaca que atinge cerca de 1,5 milhão de brasileiros e é uma das principais causas de derrame cerebral, responsável por 20% de todos os casos registrados no país.
O tromboembolismo venoso (TEV), que atinge entre uma e duas pessoas por grupo de mil habitantes no Brasil, compreende os casos de trombose venosa profunda (TVP) e de embolia pulmonar (EP). É caracterizado pela obstrução total ou parcial da veia por um coágulo, que impede o retorno do sangue ao coração da forma correta.
Da Agência Brasil

Saiba mais: 
Sociedade Americana de Hematologia aborda novidades no tratamento da trombose
Os resultados de um grupo de estudos com mais de 12,5 mil pacientes foram apresentados recentemente na 50ª Reunião Anual da Sociedade Americana de Hematologia (ASH 2008 - American Society of Hematology), nos Estados Unidos. Os estudos demonstram a superioridade clínica e a eficácia da rivaroxabana na prevenção da trombose venosa profunda em pacientes submetidos a cirurgias de joelho e de quadril.

Em comparação com a terapia padrão (enoxaparina), a nova substância reduziu em mais de 50% o risco de tromboembolismo venoso (caracterizado pela trombose venosa profunda e a embolia pulmonar) nos pacientes. O medicamento foi aprovado recentemente na Europa, Canadá, Chile e México. No Brasil, aguarda a aprovação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Denominados RECORD (1, 2, 3 e 4), os estudos clínicos com a rivaroxabana estão em fase avançada e envolvem mais de 20 mil pacientes, sendo estimada a inclusão total de 60 mil pessoas até o final das pesquisas. Os resultados demonstram a redução significativa do risco de eventos tromboembólicos em pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas de grande porte. A rivaroxabana é um anticoagulante de uso oral administrado por comprimidos de 10mg, uma vez ao dia. Ao contrário dos tratamentos convencionais, a rivaroxabana não possui interação alimentar ou medicamentosa, por isso, não há necessidade de monitoramento constante para ajuste da dose.

Além da prevenção e do tratamento do TEV (tromboembolismo venoso), principalmente em pacientes acamados ou imobilizados, os estudos avaliam o uso da rivaroxabana na prevenção do AVC (Acidente Vascular Cerebral) associado à fibrilação atrial (arritmia cardíaca), na prevenção secundária da Síndrome Coronariana Aguda, entre outras indicações.

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