4.15.2012

Acordo de patentes pode levar mais tecnologia brasileira para a Europa

Institutos vão criar sistema que traduzirá pedidos do português para inglês.
Interesse de inventores nacionais em exportar produtos aumentou, diz Inpi.

Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo
Parceria firmada entre o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e o Escritório Europeu de Patentes (EPO) pretende facilitar a vida de inventores brasileiros que querem obter patente de suas criações na Europa.
Os institutos vão desenvolver um sistema de tradução do português para o inglês e outras línguas que deverá reduzir o tempo de espera para obtenção do certificado de propriedade.
A ideia é aumentar a participação do país na exportação de produtos com alto valor agregado, mercado dominado principalmente por nações desenvolvidas como Estados Unidos e Japão. Atualmente, o Brasil é um dos principais exportadores de commodities (matéria-prima como soja e carne bovina).
O aumento do interesse de brasileiros por patentes no exterior pode ser constatado em números. De acordo com dados do EPO, em 2010, o número de pedidos de patente provenientes do Brasil foi de 488. No ano passado, a quantidade de requisições aumentou para 564.
Já em 2012, a expectativa do Inpi é de ultrapassar a casa dos 600. As patentes seriam, principalmente, para produtos desenvolvidos nas áreas de biotecnologia, mecânica e física.
Significa um forte investimento na economia e uma mudança de posição do Brasil no circuito de inovação mundial"
Julio César Moreira, diretor de patentens do Inpi
Antes aqui, depois lá
De acordo com Julio César Moreira, diretor do Inpi, é necessário que o inventor brasileiro já tenha obtido a patente no país para pedir a certificação no exterior. “O pedido de propriedade é territorial. A intenção de obter a mesma certificação lá fora é fazer com que os royalties venham para o Brasil quando o produto for vendido”, explica.
Segundo ele, já existe um processo de desburocratização na obtenção das patentes no país devido à implantação de sistemas que facilitam a vida do inventor nacional. “Em 2010, o tempo médio para certificar uma invenção era de oito anos e três meses. A partir de 2011, leva-se cinco anos e quatro meses”, explica.
No ano passado, a quantidade de pedidos feitos ao Inpi foi de 34 mil. Para Moreira, isso representa um "imenso" potencial do país no desenvolvimento de novas tecnologias.
"Significa um forte investimento na economia e uma mudança de posição do Brasil no circuito de inovação mundial. Tanto que grandes empresas como a Intel, IBM e a General Electric já anunciaram centros de pesquisa no país. Isso representa que estamos capacitando mão de obra para depositar mais patentes por aqui", explica.
Outra ferramenta criada pelo Inpi para "desburocratizar" o sistema de patentes foi um projeto piloto que quer reduzir para dois anos o processo de reconhecimento de tecnologias verdes. O objetivo é aumentar a oferta de produtos sustentáveis no mercado relacionados à geração de energia, transporte e resíduos sólidos.

Nenhum comentário: