A divulgação, na terça-feira 11, de partes do depoimento de Marcos
Valério, condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal
Federal como operador do “mensalão”, à Procuradoria-Geral da República
causou um efeito cascata no Congresso.
A tentativa do publicitário de envolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema de compra de votos instigou a oposição a pedir ao Ministério Público uma investigação contra o petista, o que levou a base governista a ressucitar a Lista de Furnas para atacar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em seu depoimento, Valério afirmou ter repassado recursos para a conta da empresa de um ex-assessor de Lula. O dinheiro, afirmou, seria usado para pagar contas pessoais. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo. O ex-mandatário também teria dado o “ok” para a realização dos empréstimos irregulares que alimentaram o “mensalão”.
A oposição aproveitou o caso para, na quarta-feira 12, protocolar uma representação pedindo que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apure as acusações. “O Sr. Marcos Valério Fernandes de Souza denunciou formalmente o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o mesmo era o verdadeiro chefe da organização criminosa que operou o “mensalão”, beneficiando-se inclusive pessoalmente dos recursos roubados”, diz o documento assinado por parlamentares do PSDB, DEM e PPS.
Lula chamou a declaração de “mentirosa” e a presidenta Dilma Rousseff as classificou como “lamentáveis”. Ministros e parlamentares petistas saíram em defesa do ex-presidente, apontando atos falhos na versão do publicitário, entre eles o de ter deixado o gabinete da Casa Civil ao lado de José Dirceu para “subir” à sala de Lula, no Palácio do Planalto, para receber o “ok” para as fraudes. A sala citada fica no andar de baixo.
Mesmo assim, o bloco liderado pelos tucanos chegou a ensaiar a convovação de Valério ao Congresso. A base governista conseguiu adiar a votação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. E, para contratacar, aprovou um convite para FHC explicar no Congresso as doações da Lista de Furnas.
O requerimento do deputado Jilmar Tatto, líder do PT, na Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, ganhou apoio do ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que conseguiu convidar Gurgel. Mas o procurador-geral falará sobre a integração de órgãos de inteligência em investigações, como a Operação Monte Carlo. “Se eles querem guerra, vão ter”, disse Tatto na saída da reunião.
Convidar FHC é um ato simbólico para reagir às movimentações contra Lula. Mas nem FHC nem Gurgel precisam comparecer, pois foram apenas convidados e não convocados.
De qualquer forma, a oposição sustenta que a Lista de Furnas é falsa e surgiu durante a CPI dos Correios, em 2005, quando o PT eram alvo por causa do “mensalão”. A Polícia Federal, no entanto, atestou sua veracidade em 2006, conforme mostrou CartaCapital.
Leia mais:
BH, a capital do ‘caixa 2′
O argumento da fraude caiu
O documento indica um esquema montado durante o governo de FHC para abastecer a campanha eleitoral do PSDB em 2002. A empresa Furnas Centrais Elétricas realizou doações suspeitas a políticos da base daquela administração. A lista tem 156 políticos da atual oposição, a maioria do PSDB, que teriam sido beneficiados com transferências de caixa dois. Entre eles José Serra, Eduardo Azeredo e Aécio Neves.
Os esforços para desqualificar o documento persistem até hoje. No início de 2012, o PSDB contratou o perito norte-americano Larry F. Stewart por 200 mil reais para avaliar a autenticidade da lista. O ex-integrante do serviço secreto dos Estados Unidos entendeu que o documento foi fabricado com base em colagens sobre folhas distintas, colocando depois os nomes da oposição, assinaturas e rubricas falsas. Segundo ele, as assinaturas do então presidente de Furnas Dimas Fabiano Toledo também foram coladas e falsificadas. A análise será utilizada como argumento no julgamento do “mensalão mineiro”, no STF.
O perito, no entanto, foi afastado do serviço secreto e preso em 2004 sob suspeita de ter cometido perjúrio em uma corte de Nova York no caso que mandou a apresentadora de televisão Martha Stewart para a cadeia. No julgamento, Larry F. Stewart testemunhou pela acusação sobre um teste de tinta que apontou que a apresentadora e seu operador de ações tentaram encobrir seus vestígios semanas após ela vender ações de uma empresa supostamente após ter recebido uma dica ilegal no mercado financeiro. Ele foi acusado de exacerbar seu papel na condução dos testes, que teriam sido feitos por uma assistente.
A lista veio a tona em 2006, por meio do lobista Nilton Monteiro. O documento, assinado por Toledo e Monteiro, foi o primeiro a revelar os esquemas de caixa 2 do PSDB montados durante o governo FHC. A procuradora da República no Rio de Janeiro, Andrea Bayão Ferreira, denunciou Dimas Fabiano Toledo por participação, em parceria com um grupo de empresários e políticos, no esquema de arrecadação ilegal exposto na Lista de Furnas.
Com informações de Agência Brasil.
A tentativa do publicitário de envolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema de compra de votos instigou a oposição a pedir ao Ministério Público uma investigação contra o petista, o que levou a base governista a ressucitar a Lista de Furnas para atacar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em seu depoimento, Valério afirmou ter repassado recursos para a conta da empresa de um ex-assessor de Lula. O dinheiro, afirmou, seria usado para pagar contas pessoais. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo. O ex-mandatário também teria dado o “ok” para a realização dos empréstimos irregulares que alimentaram o “mensalão”.
A oposição aproveitou o caso para, na quarta-feira 12, protocolar uma representação pedindo que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apure as acusações. “O Sr. Marcos Valério Fernandes de Souza denunciou formalmente o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o mesmo era o verdadeiro chefe da organização criminosa que operou o “mensalão”, beneficiando-se inclusive pessoalmente dos recursos roubados”, diz o documento assinado por parlamentares do PSDB, DEM e PPS.
Lula chamou a declaração de “mentirosa” e a presidenta Dilma Rousseff as classificou como “lamentáveis”. Ministros e parlamentares petistas saíram em defesa do ex-presidente, apontando atos falhos na versão do publicitário, entre eles o de ter deixado o gabinete da Casa Civil ao lado de José Dirceu para “subir” à sala de Lula, no Palácio do Planalto, para receber o “ok” para as fraudes. A sala citada fica no andar de baixo.
Mesmo assim, o bloco liderado pelos tucanos chegou a ensaiar a convovação de Valério ao Congresso. A base governista conseguiu adiar a votação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. E, para contratacar, aprovou um convite para FHC explicar no Congresso as doações da Lista de Furnas.
O requerimento do deputado Jilmar Tatto, líder do PT, na Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, ganhou apoio do ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que conseguiu convidar Gurgel. Mas o procurador-geral falará sobre a integração de órgãos de inteligência em investigações, como a Operação Monte Carlo. “Se eles querem guerra, vão ter”, disse Tatto na saída da reunião.
Convidar FHC é um ato simbólico para reagir às movimentações contra Lula. Mas nem FHC nem Gurgel precisam comparecer, pois foram apenas convidados e não convocados.
De qualquer forma, a oposição sustenta que a Lista de Furnas é falsa e surgiu durante a CPI dos Correios, em 2005, quando o PT eram alvo por causa do “mensalão”. A Polícia Federal, no entanto, atestou sua veracidade em 2006, conforme mostrou CartaCapital.
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O argumento da fraude caiu
O documento indica um esquema montado durante o governo de FHC para abastecer a campanha eleitoral do PSDB em 2002. A empresa Furnas Centrais Elétricas realizou doações suspeitas a políticos da base daquela administração. A lista tem 156 políticos da atual oposição, a maioria do PSDB, que teriam sido beneficiados com transferências de caixa dois. Entre eles José Serra, Eduardo Azeredo e Aécio Neves.
Os esforços para desqualificar o documento persistem até hoje. No início de 2012, o PSDB contratou o perito norte-americano Larry F. Stewart por 200 mil reais para avaliar a autenticidade da lista. O ex-integrante do serviço secreto dos Estados Unidos entendeu que o documento foi fabricado com base em colagens sobre folhas distintas, colocando depois os nomes da oposição, assinaturas e rubricas falsas. Segundo ele, as assinaturas do então presidente de Furnas Dimas Fabiano Toledo também foram coladas e falsificadas. A análise será utilizada como argumento no julgamento do “mensalão mineiro”, no STF.
O perito, no entanto, foi afastado do serviço secreto e preso em 2004 sob suspeita de ter cometido perjúrio em uma corte de Nova York no caso que mandou a apresentadora de televisão Martha Stewart para a cadeia. No julgamento, Larry F. Stewart testemunhou pela acusação sobre um teste de tinta que apontou que a apresentadora e seu operador de ações tentaram encobrir seus vestígios semanas após ela vender ações de uma empresa supostamente após ter recebido uma dica ilegal no mercado financeiro. Ele foi acusado de exacerbar seu papel na condução dos testes, que teriam sido feitos por uma assistente.
A lista veio a tona em 2006, por meio do lobista Nilton Monteiro. O documento, assinado por Toledo e Monteiro, foi o primeiro a revelar os esquemas de caixa 2 do PSDB montados durante o governo FHC. A procuradora da República no Rio de Janeiro, Andrea Bayão Ferreira, denunciou Dimas Fabiano Toledo por participação, em parceria com um grupo de empresários e políticos, no esquema de arrecadação ilegal exposto na Lista de Furnas.
Com informações de Agência Brasil.
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